O termo “O Único Ministério” ou “Ministério Único” tem sido mal compreendido nos dias atuais, sendo interpretado por muitos santos como se fosse o ministério do irmão Witness Lee. Deveras a bíblia revela apenas um ministério: “Pelo que, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos” (2 Co 4:1). Quando fala “este ministério” no singular, se refere ao ministério revelado no novo testamento que também são vários: “E há diversidade de ministérios” (1 Co 12:5 – IBB – Ver.). Por isso, é importante a compreensão adequada do termo ministério, no singular, e ministérios, no plural.
Este Ministério é o Ministério Neotestamentário, que significa que é o ministério do Novo Testamento, também conhecido como Ministério da Nova Aliança (2 Co 3:16). E se trata de um Ministério que transmite vida e edificação aos ouvintes, por isso, é conhecido também como o Ministério do Espírito (2 Co 3:8). Este ministério é dispensado plenamente a todos aqueles que buscam Cristo em retidão, eis o motivo de ser mencionado na bíblia como Ministério da Justiça (2 Co 3:9). E por fim, este ministério é o próprio Cristo revelado no capítulo 4, versículo 12 na carta de Paulo aos Efésios (Sugiro a leitura atenta da terceira nota de rodapé do referido versículo), que é o único conteúdo deste ministério!
Equação Matemática do Ministério
O MINISTÉRIO (Ef 4:12) = ÚNICO MINISTÉRIO (2 Co 4:1) = MINISTÉRIO NEOTESTAMENTÁRIO (2 Co 3:16) = MINISTÉRIO DO NOVO TESTAMENTO (2 Co 3:16) = MINISTÉRIO DA NOVA ALIANÇA (2 Co 3:16) = MINISTÉRIO DO ESPÍRITO (2 Co 3:8) = MINISTÉRIO DA JUTIÇA (2 Co 3:9) = MINISTÉRIO DA ERA = CRISTO
No capítulo vinte e seis do estudo-vida de 2 Coríntios, o irmão Witness Lee apresenta o que significa O Ministério, e no capítulo vinte e sete declara de forma simples que este ministério Neotestamentário não se confunde com o seu ministério. Embora não possamos mais dispor de seu ministério, pois o ministério de uma pessoa perdura durante a vida, como ele já faleceu, o que temos hoje é O RESULTADO do seu ministério, o seu legado escrito, e reproduzido com recursos áudio visuais. Vale ressaltar, que existem cooperadores que dão continuidade ao resultado do seu ministério e, por isso, também NÃO possuem o monopólio do ministério em suas mãos, muito menos da edificação do Corpo de Cristo.
Embora também não possamos dispor dos diversos ministérios de vários servos de Deus que já dormiram no Senhor, podemos desfrutar do resultado que os mesmos deixaram pela eternidade, ainda mais se tratando do legado deixado pelos irmãos Nee e Lee e suas exponenciais contribuições para o Corpo e Cristo. Recomendo também a leitura do texto Diferença entre o Ministério e os Ministérios no Novo Testamento. Segue a leitura dos Capítulos 26 e 27 do estudo-vida de segunda aos Coríntios.
Pelos interesses de Cristo,
Kleydson Feio
ESTUDO-VIDA DE SEGUNDA CORÍNTIOS
MENSAGEM VINTE E SEIS
A ESSÊNCIA DO MINISTÉRIO DA NOVA ALIANÇA (2)
Leitura Bíblica: 2 Co 3:3, 6-9, 18; 4:1
MINISTÉRIO E MINISTÉRIOS
Hoje muitos cristãos falam sobre diferentes ministérios e de receber todo o tipo de ministério. A questão de ministério e ministérios não é simples. Conforme 2 Coríntios, há somente um ministério, o ministério único. Em 4:1, Paulo diz: “Pelo que tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos”. Por um lado, ele diz “desfalecemos”, no plural; por outro, diz “este ministério”, no singular. Segundo esse versículo, há muitos ministérios. Entretanto, em 1 Coríntios 12:5 (IBB-Ver.), Paulo diz: “E há diversidade de ministérios”.
Como pode ser que o ministério é único e ainda haja muitos ministérios? A resposta é que o Novo Testamento, Deus tem somente uma operação. Ademais, Ele tem somente um ministério para levar a cabo a Sua única operação. Todos os apóstolos: Pedro, Tiago, João, Paulo, Timóteo, levaram a cabo o mesmo ministério. Pedro não levou a cabo um ministério, Paulo outro, e Timóteo ainda outro. Essa é a situação entre os pregadores, mestres e ministros hoje, que levam a cabo ministérios diferentes.
Por haver diferentes ministérios, há várias denominações. Os batistas levam a cabo o ministério batista para cumprir a operação batista. Os presbiterianos levam a cabo outro ministério para realizar a operação presbiteriana. O mesmo ocorre com os episcopais, luteranos e metodistas. Todas essas denominações executam diferentes ministérios a favor de suas próprias operações. De acordo com o Novo Testamento, essa prática não esta correta. O Novo Testamento revela que há um único ministério. Hoje, as igrejas locais não executam diferentes ministérios para realizar muitas operações. Deus tem uma só operação a ser levada a cabo pelo único ministério.
Agora precisamos ver o que faz esse único ministério do Novo Testamento: ele serve Cristo aos outros Inscreve Cristo nas pessoas como o Espírito em seu interior e como justiça exteriormente. Essa é a função do único ministério. Ao pregar o evangelho, devemos pregá-lo dessa forma. Assim também, ao ensinar a Bíblia, edificar os santos ou as igrejas, devemos fazê-lo dessa forma. Toda a nossa obra na vida da igreja deve ser inscrever Cristo nos santos. Com relação a isso, não temos vários ministérios.
Embora o Novo Testamento indique claramente que o ministério é um e único, também fala de diferentes ministérios. Estes se referem aos serviços na igreja. Quando 1 Coríntios 12:5 fala de ministérios isso quer dizer os diferentes serviços (Compare a IBB-Ver. com a VRA nesse versículo). Na vida da igreja, os santos estão envolvidos em diferentes serviços. Por exemplo, alguns cuidam das crianças. Esse é um serviço. Alguns pastoreiam os mais jovens ou os mais fracos. Esse é outro serviço. Todos esses serviços, entretanto, levam a cabo o único ministério, o único serviço. Como vimos, a função do único serviço é ministrar Cristo ao povo escolhido de Deus. De que forma devemos cuidar das crianças? Devemos fazer isso ministrando-lhes Cristo. De modo semelhante, como devemos pastorear os mais jovens ou os mais francos? Ao pastorear, devemos ministrar Cristo aos outros. Mesmo quando as irmãs se reúnem para orar, todas devem ministrar Cristo. Os muitos serviços visam o único serviço; os muitos ministérios visam o único ministério.
Aceitamos todos os ministérios que cumprem o único ministério com vistas à operação de Deus, mas não podemos aceitar um ministério que busque estabelecer ou realizar algo diferente da única operação de Deus. Por exemplo, não podemos aceitar um ministério que tenha como objetivo o estabelecimento da denominação presbiteriana; tampouco ministérios que busquem executar operações batistas, luteranas ou episcopais. São facciosos; portanto, não podemos aceitá-los. Os ministérios que aceitamos são os que visam ao único ministério neotestamentário.
Se você atentar par essa maneira de entender o ministério e os ministérios, e ler todo o Novo Testamento de novo, principalmente as Epístolas, verá que é uma maneira precisa. Eu o encorajo a estudar as Epístolas seguindo essa linha, prestando especial atenção às palavras ministério e ministérios. Se fizer tal estudo, verá que os vários ministérios, ou serviços, visam todos levar a cabo o ministério único da nova aliança.
Para levar a cabo a economia neotestamentária de Deus, o ministério é unicamente um, mas para cumprimento desse único ministério, principalmente na vida da igreja, há a necessidade de muitos serviços, de vários ministérios. Novamente, porém, quero enfatizar que os vários ministérios e serviços visam levar a cabo o único ministério que é o ministério da nova aliança. Esse ministério inscreve nos santos o Deus todo-inclusivo, que é o Espírito em nós, e a justiça, que é a expressão exterior.
UM MINISTÉRIO DE INSCREVER
Como já ressaltamos, na mensagem anterior, o Espírito e a justiça são dois aspectos da essência inscrita em nós pelo ministério da nova aliança. O Espírito vivo é o aspecto interior e a justiça perfeita é o aspecto exterior. A essência do ministério da nova aliança inclui os dois aspectos: o Espírito e a justiça.
Nosso ministério nas igrejas locais tem de ser um ministério de inscrever. Não deve ser mero ensinamento. Se somente ensinarmos os outros, a essência divina não será inscrita neles. O ensinamento não exige nenhuma essência; inscrever, entretanto requer uma essência, assim como escrever com caneta exige tinta. Se você tentar escrever com uma caneta vazia, não haverá palavras no papel. Para escreve, precisamos ter a tinta como essência da escrita. Então quanto mais escrevermos, mais palavras serão inscritas no papel. Igualmente, precisamos ter a essência divina a fim de inscrevê-la no ser dos santos.
O ministério de inscrever é único e a essência usada para inscrever, também. Pedro não inscreveu de um modo e com uma essência, e Paulo de outro modo com outra essência. Não; os apóstolos não estavam divididos; tampouco eram facciosos; antes, todos inscreveram do mesmo modo com a mesma essência. Contudo, os pregadores de hoje inscreverem de modo diferente e com ensinamentos diferentes. Como consequência, quanto mais ensinam e pregam, mais divisões são produzidas. Por isso, o inscrever único tem de ser com a essência única.
O DEUS TRIÚNO PROCESSADO COMO A ÚNICA ESSÊNCIA INSCRITA EM NÓS
Qual a única essência que deve ser inscrita nos santos? É o Deus Triúno como o Espírito. O termo “o Espírito”, usado no Novo Testamento, é muito significativo. Ele denota o Deus Triúno processado como Espírito que dá vida todo-inclusivo.
Em Gênesis 1:2, lemos sobre o Espírito de Deus. Em outros lugares, o Antigo Testamento fala do Espírito de Jeová. No Novo Testamento, o termo Espírito Santo é usado. Então, em Atos 16:7 lemos sobre o Espírito de Jesus; em Romanos 8:9, sobre o Espírito de Cristo; em Filipenses 1:19, sobre o Espírito de Jesus Cristo. Em Romanos 8, somos incumbidos de andar no Espírito. No Novo Testamento, a ênfase não está em andar no Espírito Santo ou no Espírito de Deus, e, sim, no Espírito. Por fim, na conclusão da Bíblia, em Apocalipse 22:17, lemos sobre o Espírito e a noiva. Assim, a Bíblia termina com uma palavra não sobre o Espírito de Deus, ou o Espírito Santo, mas o Espírito. O Espírito em Apocalipse 22:17 é o Deus Triúno processado.
Percebo que é problemático para a mente religiosa falar cobre Deus ser processado. Lembro-me da primeira vez que usei o termo processado acerca do Deus Triúno numa mensagem. Depois, fiquei pensando se não tinha sido ousado demais ao dizer que Deus é processado. Nessa mensagem, enfatizei que Deus não é mais “não processado”, isto é, “cru”. Hoje, Deus é o Deus processado, mas depois de ter ponderado sobre essa questão mais a fundo e orado acerca disso, tive a profunda sensação interior, creio que do Espírito, de que se não tivesse usado o vocábulo processado, não teria encontrado termo melhor. Disse para mim mesmo: “Se você não usar termos como cru e processado, como será capaz de dar mensagens acerca de Deus Triúno como seu desfrute? Como será capaz de expressar a verdade a respeito dos passos dados por Deus para se tornar o Espírito todo-inclusivo? Será que você é tímido e teme oposição e críticas?” Por isso, depois de muito orar e ponderar, senti confirmação para usar esse termo. Recentemente, soubemos que William Law e Andrew Murray também usaram esse termo em seus escritos.
Na Bíblia, certos termos não são usados; todavia, há fatos que nos dão motivos para usar termos específicos para descrevê-los. Por exemplo, o termo Trindade não pode ser encontrado na Bíblia. Não obstante, a Bíblia revela a Trindade. Há um só Deus, mas Ele é o Pai, o Filho e o Espírito. Isso não é a Trindade? Certamente é. A Trindade, de fato, não que dizer três em um, mas três-um. O adjetivo de trindade é triúno, composto de dois radicais latinos: tri (três) e uno (um). Portanto, triúno significa três-um, e não três em um. Uma vez que a Bíblia revela que Deus é triúno, que há de errado em usar o termo Trindade para falar de Deus como Pai, Filho e Espírito? Precisamos ter algum termo para expressar tal fato. No mesmo princípio, a Bíblia não usa o termo processado com respeito ao Deus Triúno. Contudo, revela o processo de Deus.
Enquanto lutava quanto ao uso do termo processado, refleti sobre a encarnação de Cristo. Cristo, o Deus eterno, foi concebido no ventre de uma virgem e nasceu numa manjedoura em Belém. Ele, então, viveu na terra por trinta e três anos e meio. Por fim, foi crucificado e sepultado num túmulo. Depois de visitar o Hades, surgiu em ressurreição. Enquanto ponderava sobre tudo isso, disse para mim mesmo: “Se isso não é um processo, então que é? Visto que é um processo, você tem de ser ousado em usar esse termo em suas mensagens”.
Que há de errado em dizer que Deus hoje é o Deus processado, que Ele não é mais o Deus não processado, o Deus “cru”? Se pescar um peixe e levá-lo para casa, o peixe estará cru. Mas depois de cozinhá-lo e servi-lo no jantar, já não será um peixe cru, mas processado. Nosso Deus não é mais cru. Em Gênesis 1, Ele era o Deus cru. Na verdade, em todo o Antigo Testamento Ele era cru; não tinha ainda sido “cozido”. Ele não tinha ainda sido processado mediante encarnação, viver humano, crucificação e ressurreição.
A encarnação de Cristo foi parte do Seu processo. Sua concepção no ventre de Maria e Seu nascimento em Belém foram aspectos desse processo. Por nove meses, Ele esteve no ventre de uma virgem. Isso foi um processo. Isso foi um processo. Ele, então, viveu na terra por trinta e três anos e meio. Quando foi crucificado, esteve na cruz por seis horas. Depois ficou no túmulo por três dias. Tudo isso não é um processo? Alguns podem dizer que a encarnação, viver humano, crucificação e ressurreição do Senhor foram simplesmente procedimentos, não processo. De acordo com essa maneira de entender, a encarnação foi um procedimento pelo qual Deus se tornou homem, e crucificação foi outro, pelo qual o Redentor morreu pelos nossos pecados. Mas mesmo se você mudar a palavra processo para procedimento, os fatos permanecem os mesmos. Além disso, esses procedimentos, se usar esse termo, constituem, na verdade, um processo.
O ESPÍRITO E A NOIVA
No Novo Testamento, o Espírito representa o Deus Triúno processado. Na verdade, Ele é a expressão final e máxima do Deus Triúno processado. Vimos que Apocalipse 22:17 diz: “O Espírito e a noiva dizem: Vem!” Não há, em linhagem humana, expressão mais grandiosa que essa. O Espírito é a expressão final e máxima do homem tripartido transformado. Na época de Apocalipse 22:17, o Deus Triúno processado e o homem tripartido transformado se casarão e se tornarão um casal universal. Isso quer dizer que os dois se tornarão um. Que casamento não será! Será o maior casamento no universo, e todos estamos convidados.
O Espírito, como o Deus Triúno processado, é a essência inscrita em nosso ser. Visto que essa essência foi inscrita em nós, não podemos permanecer os mesmos. Ocorre uma transformação em nós. Talvez, mesmo ao ler esta mensagem, um pouco da essência divina tenha sido inscrita em você. Talvez você não se lembre dos tópicos da mensagem, mas o que foi inscrito em você de essência divina nunca será apagado.
A essência divina inscrita em nós por todos os anos nas igrejas locais terá uma expressão específica, que é justiça. Quando temos justiça como expressão da essência inscrita em nós, tornamo-nos corretos para com Deus, com os outros e para com tudo na vida diária. Isso quer dizer que o Deus que em nós habita se torna a nossa justiça, para ser nossa aparência e expressão. Essa expressão é a imagem de Deus. O Espírito e a Justiça constituem a essência do ministério da nova aliança.
ESTUDO-VIDA DE SEGUNDA CORÍNTIOS
MENSAGEM VINTE E SETE
DO MINISTÉRIO DO ESPÍRITO COMO SUPRIMENTO DE VIDA, E DA JUSTIÇA COMO EXPRESSÃO DE DEUS (1)
Leitura Bíblica: 2 Co 3:8-9, 18; 5:21; Cl 3:10; 1Co1:30; 15:34; Rm 8:2,4; 14:17; Fp 1:19; 3:9; Ap 19:7-8; Ef 4:24; Mt 5:6, 10, 20.
O ministério da nova aliança é algo muito grandioso. Inclui todo o Novo Testamento com vinte e sete livros. Nas mensagens anteriores, vimos, em 2 Coríntios 3, que na era do Antigo Testamento havia somente um único ministério de morte e condenação. Os cristãos, todavia, sempre acham que no Antigo Testamento havia três ministérios: o do sacerdócio, o da realeza e o dos profetas. Eles têm esse conceito porque o Antigo Testamento havia três ministérios: o do sacerdócio, o da realeza e o dos profetas. Eles têm esse conceito porque o Antigo Testamento fala de três tipos de pessoas no Antigo Testamento, muitos estudiosos e mestres da Bíblia pensam que havia três ministérios.
Paulo considerava todo o Antigo Testamento como a lei. Em 1 Coríntios 14:21, ele diz: “Na lei está escrito: Falarei a este povo por homens de outras línguas e por lábios de outros povos, e nem assim me ouvirão, diz o Senhor”. Nesse versículo, ele cita um trecho do livro de Isaías. Embora Isaías fosse um profeta, Paulo refere-se ao seu livro como a lei. Isso indica que os livros dos profetas também eram considerados parte da lei. Na verdade, todo o Antigo Testamento era considerado a lei. Isso prova que a na época do Antigo Testamento havia um único ministério: o ministério da antiga aliança, o ministério de morte e condenação.
O ÚNICO MINISTÉRIO DO NOVO TESTAMENTO
No Novo Testamento há também um único ministério. Os doze apóstolos o tinham. Após Judas ter traído o Senhor e cometido suicídio, Pedro levantou-se e disse que Judas era contado com eles e “teve parte neste ministério” (At 1: 17). Eles então oraram para o Senhor mostrar quem Ele escolhera pra “preencher a vaga neste ministério e apostolado” (v. 25). Isso indica que os apóstolos todos tinham um único ministério, e não que Pedro tivesse um, João outro e Tiago ainda outro. Se fosse assim, os doze teriam tido doze ministérios diferentes. Não; eles tinham um só ministério, o único ministério. Por fim, mais apóstolos foram levantados pelo Senhor. O mais proeminente deles foi Paulo. Ele e seus cooperadores também tinham o mesmo ministério, o ministério único da nova aliança. Por isso, no Novo Testamento há muitos apóstolos, mas há um só ministério. Esse ministério da nova aliança é um ministério do Espírito e de justiça.
Através dos séculos houve somente dois ministérios: o da antiga aliança e o da nova. Contudo, entre os cristãos hoje há vários ministérios. O motivo de terem sido divididos em grupos e denominações é que inventaram muitos ministérios. Toda denominação tem um ministério episcopal, os metodistas, o ministério metodista, e os batistas presbiterianos e pentecostais têm cada qual o seu.
Hoje alguns que se consideram de mente aberta, querem abraçar todos os ministérios para provar que não são restritos, sectários ou facciosos. Querem ser todo-inclusivos e recebem ministérios do catolicismo, da igreja Ortodoxa Grega, de denominações protestantes e de todos os grupos independentes. Isso contrasta com o ministério da nova aliança, que é único. Ele é único em natureza, essência, função e propósito.
Em que ministério estamos? Especificamente, que ministério você tem? Com certeza, nenhum de nós diria que estamos no ministério de morte e condenação da antiga aliança. Você está no ministério do catolicismo? Da Igreja Ortodoxa Grega? De alguma das denominações protestantes?
Os que têm o ministério batista, certamente enfatizarão o batismo por imersão. Os que estão no ministério episcopal por certo serão a favor de bispos. De modo semelhante, os que têm o ministério presbiteriano serão a favor da administração por intermédio do presbitério. Quem está nessas denominações pratica esses ministérios. Além disso, elas foram estabelecidas para levar a cabo tais ministérios. Os pentecostais também têm o seu ministério, que ressalta o falar em línguas, cura e milagres. Mas nenhum deles é o único ministério da nova aliança. Será que o ministério da nova aliança é de batismo por imersão? é de bispos, do presbitério ou de falar em línguas? Com certeza, a resposta para todas essas perguntas é não. O ministério da nova aliança é totalmente do Espírito e de justiça. É o ministério único do Novo Testamento.
Quando dizemos que o ministério da nova aliança é único, não queremos dizer que é de uma única pessoa. Por exemplo, é uma infâmia acusar-me de dizer que o único ministério hoje é de Witness Lee. Não dizemos isso e não queremos dizer isso. Por único ministério, o da nova aliança, queremos dizer o ministério do Espírito e de Justiça. Quem quer que ministre o Espírito e a justiça aos outros faz parte do único ministério, não importa quem seja. Pedro, João, Tiago, Paulo, Timóteo, Tito, Apolo, todos tinham um único ministério. Os ministros são muitos, mas o ministério é único. Já que você ministra o Espírito e justiça aos outros, está neste único ministério.
Muitas vezes, tem me sido perguntado algo assim: “Irmão Lee, você diz que o ministério é único. Isso significa que há apenas um único ministério. Quando diz que o ministério é único, você quer dizer que seu ministério é o único ministério?” Alguns que me questionam dessa forma talvez pensem que me considero um Joseph Smith, fundador do mormonismo. Sempre respondi a essa pergunta, dizendo: “Não, definitivamente não quero dizer que o meu ministério é o único”.
Outros ainda me perguntam se aceito todos os ministérios. A resposta é que não aceitamos todos os ministérios. Então alguns podem dizer: Por um lado, você diz que seu ministério não é o único. Por outro, não aceita todos. Que você prática, então, com relação ao ministério?”Uma vez que os que fazem esta pergunta podem ser carentes de conhecimento e também estejam sob efeito entorpecedor dos conceitos tradicionais, não é fácil explicar-lhes a questão. Posso dizer para mim mesmo: simplesmente sou o que sou, mas vocês estão entorpecidos e não conseguem entender o que o Novo Testamento diz acerca do ministério”. O ministério da nova aliança é único; é o ministério do Espírito e de justiça. Embora não aceitemos todos os ministérios, realmente aceitamos os que de fato ministram o Espírito e a justiça.
O que falo nesta mensagem acerca do ministério é algo novo e também antigo. É antigo porque já existe há quase dois mil anos. Por outro lado, é novo porque é algo perdido e recuperado. Somos gratos ao Senhor por Ele ter restaurado a verdade a respeito do ministério. Somos gratos a Ele por mostrar-nos, em 2 Coríntios 3, que na Bíblia há dois ministérios: o da antiga aliança, de morte e condenação; e o da nova aliança, do Espírito e de justiça.
Como cristão, ou como alguém que considera ter um ministério, que ministério você tem? Se não estiver no ministério da nova aliança isto é, no ministério que ministra Cristo como Espírito que dá vida e como justiça aos outros, então você precisa dizer-nos que ministério tem. Em qual ministério você está? Se não estiver no ministério do Espírito e de justiça ou no de morte e condenação, então em qual ministério você está? Alguns podem dizer que têm o ministério de pregar o evangelho. Essa resposta não é adequada. Você deve ser capaz de dizer que o seu ministério de pregar o evangelho é para o único ministério da nova aliança no qual você ministra Cristo aos outros como o Espírito e a justiça. É melhor não dizer que temos o ministério de pregação do evangelho; pelo contrário, devemos dizer que nossa pregação do evangelho é parte do único ministério da nova aliança.
O ESPÍRITO COMO SUPRIMENTO DE VIDA
Alguns cristãos vêem o ministério o Espírito, primordialmente, como um ministério do Espírito como poder. Eles esperam que, quando falemos no poder do Espírito, muitíssimas pessoas sejam ganhas pelo Senhor. Mas o ministério do Espírito em 2 Coríntios 3 é do Espírito como vida e suprimento de vida. Minha base para dizer isso está no versículo 6, onde Paulo diz que Deus “nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica”. Ele não diz que o Espírito dá poder, faz milagres ou infunde dons. Ele declara que o Espírito dá poder, faz milagres ou infunde dons. Ele declara que o Espírito dá vida. Em outro lugar nesse capítulo, o Espírito também está relacionado com vida, não com poder, dons ou milagres.
Essa forma de entender o Espírito como suprimento de vida é confirmada na palavra de Paulo em Filipenses 1:9: “Porque estou certo de que isto mesmo, pela vossa súplica e pela provisão do Espírito de Jesus Cristo, me redundará em libertação”. Nesse versículo, Paulo não fala de poder ou capacidade, mas da provisão do Espírito.
Enfatizo isso porque muitos cristãos têm um conceito errado do Espírito e pensam Nele principalmente como fonte de poder, habilidade ou impacto. Por exemplo, alguns grupos ressaltam o que chamam de ser “morto” -Atividade em que cristãos individualmente sentiram-se dominados e vencidos pelo Espírito e, como se antes fossem inimigos de Deus, foram derrotados e mortos pelo Espírito. (N.T.)- Espírito”. Uma mulher era especialmente bem conhecida nessa questão. Isso é o Espírito como provisão, como suprimento de vida? Certamente não.
Pouco depois de eu ter começado a ministrar neste país em 1962, fui convidado para falar a um grupo cristão em San Diego. Algumas pessoas lá me encorajaram a ir a determinado lugar no Texas, onde muitas coisas miraculosas supostamente estavam acontecendo. A alegação era que, de forma miraculosa, os dentes de uma pessoa receberam obturação de ouro, e os demais, presentes na reunião, até sentiram o cheiro de ouro. Entretanto, quando lhes perguntei, não foram capazes de confirmar esse relato. Além disso, disse-lhes que se isso de fato tivesse acontecido, isso teria sido noticiado nos jornais. Também disse que se nosso Deus quisesse “obturar” nossos dentes, por que não simplesmente recupera-los de forma adequada em vez de usar ouro? Deus com certeza nunca curaria os dentes de alguém enchendo-os de ouro. Não dêem ouvidos a relatos falsos como esse.
Em 2 Coríntios, Paulo não fala de dons ou milagres, mas do Espírito que dá vida. Em 1 Coríntios ele menciona o falar em línguas, por exemplo, com a intenção de limitar essa prática nas reuniões da igreja. Em 2 Coríntios porém, ele não diz palavra alguma sobre falar em línguas. A ênfase nesse livro está no Espírito como suprimento de vida. O ministério da nova aliança é questão do Espírito como suprimento interiormente e da justiça como expressão de Deus exteriormente.
O MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
Em 2 Coríntios 3:8 Paulo fala do ministério do Espírito, e no versículo 9, do ministério da justiça. Podemos entender o que seja o ministério do Espírito, mas que é o ministério da justiça? Você sabe o que Paulo quer dizer com isso? Anos atrás, não conseguia entendê-lo. Pensava que, por ministério da justiça, ele queria dizer o ministério da justificação, já que nesse capítulo parece haver um contraste entre condenação e justificação. Mas em vez de justificação, ele fala de justiça. Se tivesse dito que o ministério da nova aliança era de justificação, seria fácil entender o sentindo. Logo veríamos que o ministério da lei condenava: é o ministério da condenação. Mas o ministério da nova aliança justifica as pessoas: é o ministério da justificação. Já que Paulo diz em 2 Coríntios 3 que o ministério da nova aliança é um ministério da justiça, e não de justificação, precisamos tentar entender seu significado. Com certeza, é muito significativo que o ministério da nova aliança seja do Espírito e da justiça.
Se quisermos entender o que é o ministério da justiça, precisamos primeiro ter uma compreensão adequada de justiça. Justiça é estar correto. Quando temos o Espírito vivendo, movendo-se e agindo em nós de modo real e substancial, então automaticamente estamos corretos para com Deus, com os outros e com nós mesmos. Essa maneira de entender justiça está correta, mas não é adequada. Daí precisarmos passar a ver algo mais acerca da justiça.
TORNAR A SOBRIEDADE, COMO É JUSTO
Em 1 Coríntios 15:34, Paulo diz: “Tornai-vos à sobriedade, como é justo, e não pequeis; porque alguns ainda não tem conhecimento de Deus”. Nesse versículo, tornar à sobriedade é sair do estupor alcoólico, é parar, como é justo, de estar bêbado. Toda pessoa espiritualmente dormente não está correta para com Deus, com os outros, consigo mesma ou com a igreja. O contexto desse versículo é o que Paulo disse acerca da ressurreição. Dizer que não há ressurreição ofende a Deus e o homem, e é um pecado. Assim o apóstolo advertiu os coríntios transviados a tornar à sobriedade desse pecado a fim de estar corretos para com Deus e o homem. Eles estavam injustamente bêbados na letargia da heresia de não haver ressurreição. Precisavam sair dessa letargia.
Admitir o conceito herético de que não há ressurreição é permitir que o ego seja entorpecido, seja colocado numa condição entorpecedora. É também estar dormente. Os que estão em tal dormência entorpecedora falam de maneira desconexa a respeito da ressurreição. Como consequência, não estão corretos para com Deus, com a igreja ou com eles mesmos. Antes, ofendem a Deus, a igreja e até os parentes. Os que estão entorpecidos sempre causam problemas sem o perceber. Por isso, Paulo exorta os coríntios a despertar, a tornar a sobriedade com é justo.
Que quer dizer tornar a sobriedade com é justo? Quer dizer tornar a sobriedade para ser correto para com Deus, com os outros e com nós mesmos. Um crente que é sóbrio na justiça é correto com a esposa, os filhos, os vizinhos, com todos os santos, com a igreja e também consigo mesmo. Os que não está corretos de todas essas maneiras, estão em estupor, em letargia.
EXPERIMENTAR O MNISTÉRIO DO ESPÍRITO NA VIDA DA IGREJA
Se não tivermos o ministério da nova aliança, não teremos o Espírito e não teremos justiça. Antes de entrar na vida da igreja e receber o ministério na restauração do Senhor, quanto você experimentou do Espírito como suprimento de vida em você? É claro, como uma pessoa salva, você teve o Espírito habitando em você, mas provavelmente ao teve muita consciência de que o Espírito era vivo, ativo, real, e substancial em você. Muitos podem testificar que após entrar na vida da igreja, começamos a perceber que há em nós algo vivo, real e substancial. Esse é o Espírito em nós operando e fanzendo-nos jubilosos, tranquilos e descansados. Esse é o Espírito da vida ministrado a nós como suprimento de vida pelo ministério na restauração do Senhor.
Antes de experimentar o Espírito dessa forma, talvez fosse sempre fácil para você discutir com o cônjuge, mas, se experimentar o Espírito como suprimento de vida, algo o restringirá interiormente quando quiser discutir. Por exemplo, uma irmã pode ser tentada a culpar o marido, mas lá no fundo percebe que devia entrar no quarto e orar. Essa experiência advém do Espírito como suprimento de vida ministrado a nós pelo ministério da nova aliança.
Talvez numa reunião da igreja, nenhuma palavra seja proferida acerca do Espírito como suprimento de vida. Você pode não ter consciência do Espírito que lhe é ministrado, mas embora nada seja dito sobre isso, é, não obstante, um fato que na reunião o Espírito lhe é ministrado. Há um ministério na restauração que inscreve o Deus Triúno processado como Espírito que dá vida em nosso ser.
Frequentemente nas reuniões da igreja recebemos o suprimento do Espírito sem estar cientes desse fato. Posso testificar que muitas vezes voltei para casa após a reunião um pouco descontente. Parece que fiquei zangado com todos e com tudo. Contudo, algo em mim movia-se e estava vivo. Era o Espírito que dá vida que experimentei na reunião. Mesmo quando estamos zangados ou descontentes, esse Espírito opera em nós. Se nos voltarmos ao Senhor e dissermos “Senhor”, nosso descontentamento e ira serão absorvidos. Isso advém do Espírito que dá vida em nós ministrado, mesmo sem consciência disso.
Visto que recebo o suprimento do Espírito que dá vida nas reuniões da igreja, é raríssimo eu perder reunião. Para mim, não importa quem ministre, meu único desejo é estar na reunião e receber o suprimento. Particularmente, desfruto muito a reunião de oração da igreja em Anaheim. Nela, o Espírito infunde-Se em mim e me satura. Depois, parece que tudo é dourado, e em mim a árvore da vida cresce e o rio da vida flui. Embora não haja mensagem ou palavra de encorajamento, o Espírito que dá vida é ministrado ao meu ser. Muitos podem testificar dessa experiência.
TORNAR-SE JUSTO
Como resultado de experimentar o Espírito a viver e operar em nós, tornar-nos justos. Espontaneamente nosso ser interior torna-se transparente e límpido, e passamos a conhecer o coração de Deus. Imediatamente, sem esforço, conhecemos a mente do Senhor e temos uma compreensão clara de Sua vontade e obra. Então, tudo o que fizermos estará de acorde com a mente e vontade do Senhor. Isso é justiça.
Muitos cristãos têm o conceito de que quando fazemos algo errado, não estamos corretos para com Deus. Esse conceito de justiça é superficial demais. Mesmo quando não fazemos nada de errado, podemos não estar corretos para com Deus, porque o nosso ser talvez não esteja na mente e vontade do Senhor. Nesse caso, aparentemente não estamos errados em nenhum aspecto, mas todo o nosso ser pode estar muito aquém de estar correto para com Deus. Podemos não estar de acordo com a mente do Senhor, e o que fazemos pode não ser a sua vontade. Uma vez que não fazemos a vontade de Deus, não estamos corretos. Em vez disso, desperdiçamos a vida e tudo o que o Senhor nos deu.
Suponhamos que um jovem não faça nada de errado na escola, mas não estude adequadamente. Ademais, fica distraído na aula. Embora não faça nada de errado, ele está mais errado do que os outros alunos. Exteriormente, ele não está errado, mais interiormente todo o seu ser está errado, ele está mais errado do que os outros alunos. Exteriormente, ele não está errado, mas interiormente todo o seu ser está errado. No mesmo princípio, exteriormente muitos santos não estão errados em coisa alguma, mas, na verdade, seu ser não está na vontade do Senhor. Essa maneira de entender se estamos ou não corretos para com Deus não é meramente segundo a doutrina, mas muito mais, segundo a experiência.
Se o Espírito que dá vida infundir-Se em você e o saturar, seu ser interior se tornará transparente. Você então saberá o que está na mente do Senhor. Também entenderá qual é a vontade do Senhor. Espontaneamente, estará em Sua vontade e a fará. Como consequência, você se tornará correto para com Ele. Além disso, perceberá como agir com os outros e até como lidar com as posses materiais. Então você se tornará uma pessoa justa alguém que é correto em pequenas e grandes coisas, correto com Deus, com os outros e consigo mesmo. Essa é uma pessoa que expressa Deus, pois a sua justiça é a imagem de Deus, é Deus expressado.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Wistness Lee. Estudo-Vida de 2 Coríntios. Vol. I. Editora Árvore da Vida.