sábado, 6 de outubro de 2012

O Caráter do Obreiro do Senhor

O conteúdo do livro O Caráter do Obreiro do Senhor é o resultado de uma série de mensagens ministradas pelo irmão Watchman Nee na primeira metade do século XX (aproximadamente 1940). E apresenta as características necessárias de um servo de Deus genuíno na obra do Senhor, pois servir a Deus requer entrega real ao Senhor e doação no cuidado dos santos. Este texto é apenas um resumo dos capítulos do livro, por isso, sugiro a leitura do texto original debaixo de muita oração para que o Senhor possa moldar o nosso caráter conforme a sua vontade. 
 
Kleydson Feio   
 
 
 
 
1. SER BOM OUVINTE (TG. 1:19)


 Ter habilidade de ouvir os outros



  • Entender plenamente o que a pessoa diz. Não é fácil ouvir. Nada julgue antes. Isto não implica um tempo sem limite, mas o tempo suficiente para que falem.
  • Ouvir e entender o que os outros não dizem. Temos de discernir do Senhor o que elas evitaram dizer.
  • Devemos estar aptos para detectar o que os outros dizem no espírito.


  •  Ter habilidade de ouvir e entender

  • Não devemos ser subjetivos.
  • Nossa mente não deve vagar. Muitos só têm espaço para os pensamentos próprios, jamais podem entender o que os outros pensam. Suas mentes estão sempre inquietas.
  • Devemos compartilhar dos sentimentos dos outros. Ter empatia pelos outros. Ter sensibilidade. Deus tem um padrão alto para os que lhe servem. Um servo do senhor não tem tempo para sentir-se feliz ou triste consigo mesmo. Se nos entregarmos aos nossos risos e lágrimas, e às preferências e aversões, não teremos espaço no nosso íntimo para as necessidades dos outros. Um homem que não conhece a cruz não é útil na obra do Senhor.


  •   Temos que saber que tipo de pessoa nós somos

  • A coisa mais importante com relação ao obreiro do Senhor não é o seu grau de conhecimento, mas o seu ser. Deus nos usa para avaliar os outros. Se nosso ser estiver errado, Deus não poderá usar-nos. Não avaliamos o que é tangível, caso fosse seria fácil. Muitos são incapazes de ouvir, e o pior, estão nas trevas.


  • 2. TER DISPOSIÇÃO PARA SOFRER (II Tim. 2:12)


      Devemos perceber que Deus não exime seus filhos da provação ou do castigo (Hb. 12: 6-7 ; I Ped. 3: 14).

  • Deus não hesita em provar e castigar seu filho, se assim for necessário.


  •   Temos que sofrer de bom grado, por amor a Cristo (Mt. 5: 10-12).

  • Muitos recuam no momento que a aflição surge. O pior é que muitos sofrem sem ter esta disposição. O senhor só considera precioso o sofrimento com disposição. Até onde o sofrimento é por escolha? Ou será que murmuramos, sentimos dó de nós mesmos e nos justificamos? É possível passar um terrível desgosto e adversidade sem o desejo de sofrer.


  •   Não podemos parar simplesmente porque uma dificuldade surge no caminho ou porque uma provação nos perturba (II Cor. 6: 1-10).

  • Se não tivermos disposição para sofrer, Satanás usará aquilo de que temos medo para atacar-nos e, com isso, seremos vencidos.
  • Devemos persistir quando vierem provações à família ou doenças no corpo, e mesmo quando a fome ou o desconforto surgirem no caminho.
  • Devemos orar pedindo misericórdia para saber o que é disposição para sofrer. É uma decisão tomada no íntimo que consiste em estar ao lado do Senhor, a despeito do que reserva o futuro e das circunstâncias a enfrentar.
  • O caminho do serviço para um cristão não é o do sofrimento, mas o de ter disposição para sofrer. Não ensinamos a busca do sofrimento e muito menos desejamos que um irmão sofra, mas devemos perceber que a disposição para sofrer é muito necessária, pois este pode ser o nosso caminho.


  • Até onde devemos estar preparados para sofrer? O padrão bíblico é: "Sê fiel até a morte" (Ap. 2:10).

  • Temos que abrir mão de nossa própria vida. Uma vez que limitamos a prontidão para sofrer, não poderemos ir muito longe.
  • Mas, também podemos perder a vida sem ter esta disposição. Temos que ter o cuidado para que nosso trabalhado não seja vão (ver I Cor. 15:58 e Fp. 3: 10-11).


  • 3. ESMURRAR O CORPO E REDUZÍ-LO À SERVIDÃO (I Cor. 9:23-27)


      Se o corpo não estiver subjugado, não poderemos servir a Deus.

  • Não se trata de um exercício corporal, um esforço humano. É exatamente o que a Bíblia diz: "Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne" (Gl. 5:16).


  •   Não podemos ser dominados pelas exigências do corpo.

  • O corpo não deve ter muita liberdade. Uma pequena aspiração não qualificará ninguém para servir ao Senhor. O corpo deve obedecer.
  • Necessitamos, em média, de 8 horas diárias de sono, mas temos que ter condições de ficarmos acordados se o Senhor quer que vigiemos. É estranho servir a Deus por anos e nunca ter ficado uma noite completa em oração.
  • Devemos preparar o corpo não só para atender as exigências comuns, mas para ter estoque extra para quando houver outras exigências. Um bom exemplo disto é em relação ao jejum. Também podemos lembrar do conforto, do padrão de vida, da doença e da dor. Quando a obra exige, temos que fazê-lo mesmo que o corpo sinta dor.


  • 4. DILIGÊNCIA (Mt. 25:18 , 24-28,30)


      A negligência é adiar, delongar o máximo possível para fazer algo. Vai de um lado para o outro sem alvo. Fica sempre entre agir e não agir. Quando recebe alguma tarefa, se desgosta, ou se aborrece, suspira e resmunga.

  • O negligente receia cansar-se.
  • O negligente sempre procura oportunidade de descansar e divertir-se. Não são dignos de serem chamados servos de Deus.
  • Pessoas negligentes nunca procuram coisas para fazer, vêem questões importantes com triviais.
  • Os que evitam responsabilidades são inúteis. Muitos são preguiçosos.


  •   Diligência é o oposto da negligência. Sempre pensa, ora, observa e considera na presença de Deus o que deveria fazer.

  • Devemos perguntar ao Senhor: "Que obra Tu queres que eu faça?"
  • O que falta hoje são homens que ergam os olhos e vejam (João 4:35).
  • O diligente faz uso sábio do seu tempo.
  • A obra do Senhor pode crescer pela diligência ou sofrer um revés por causa da negligência.
  • O diligente sabe que a vida é curta. Não perde tempo.


  •   A negligência é um hábito formado ao longo dos anos, torna-se uma deficiência de caráter; Não podemos corrigi-la de forma instantânea. Se não cuidarmos dela com seriedade, ela ficará para sempre. A obra do Senhor não tolera os negligentes.

    5. CONTIDO NO FALAR (Pv. 10:19 ; 15:23 ; 18:13; 21:23)


      A falta de moderação no falar é uma das principais razões para o fracasso de pessoas que poderiam ser muito úteis na mão de Deus.

  • Se usarmos os lábios em coisas que não têm a ver com a Palavra de Deus, não podemos usá-los para anunciá-la.
  • Muitas pessoas deixam vazar o poder por meio das palavras que falam. Alguns, por falarem muitas coisas que não eram de Deus, esvaziou seu poder interior.
  • O problema é que muitos falam demais. Sempre falam sobre tudo e gostam de passar aos outros o que ouviram. No muito falar está a voz de um néscio (Ecles. 5:3).


  •   O falar de um servo do Senhor é santo.

  • Atentemos, diante do Senhor, para o tipo de palavra que ouvimos o tempo todo, pois isso determina o tipo de pessoa que somos.
  • Observemos o tipo de palavras nas quais estamos mais propensos a acreditar.
  • Após ouvir e acreditar, há também a questão de passar adiante o que se ouviu. Os que erram aqui perdem a condição de ministrar a Palavra de Deus.
  • Fuja das palavras imprecisas. Falam uma coisa na frente de uma pessoa e outra por detrás. Fazem jogos com as palavras, contextos e fatos. Tais pessoas são inúteis na obra de Deus.
  • Há o que, intencionalmente, não tem uma só palavra. Está completamente perdido nas trevas.
  • Devemos lidar com o modo de ouvir. É triste vermos obreiros que se tornaram centro de informações. Estes sempre escorregam com mexericos e boatos. Podem edificar a obra com um das mãos e destruir com a outra. Devemos fujir da curiosidade, basta entendermos o problema. Não devemos cobiçar informações.
  • Temos que conquistar e preservar a confiança das pessoas. Confidências são sagradas e devem ser tratadas com fidelidade. A obra de Deus não pode ser confiada a alguém que seja imprudente com as palavras.
  • Às vezes, uma mentira pode não ter declaração falsa, mas é habilmente falada para dar uma falsa impressão. Se não queremos responder ou falar sobre algo, não podemos tomar o caminho do engano.
  • Fujir da contenda e da gritaria. O servo do Senhor não deve discutir com ninguém. Falar alto indica falta do poder do autocontrole.
  • O cuidado com a motivação. Podemos falar algo, mas a motivação é completamente diferente.
  • Não devemos falar palavras ociosas. Devemos descartar piadas, conversas levianas, chocarrices, escárnios e comentários sobre a vida de outros.
  • Muitos não causam impacto no falar, não porque estão equivocados nas palavras que pregam, mas estão equivocados em outras conversas. Se formos levianos e inexatos nas palavras, se confundirmos verdade com falsidade, a até mentirmos, não podemos ter nenhum poder no serviço. Para pregar a palavra, temos que começar controlando a língua.
  • Ter habilidade de ouvir os outros. Temos que preservar o valor espiritual, a importância espiritual e a utilidade espiritual diante do Senhor de todas as maneiras.
  • Cuidado ao falar. Muitas palavras que falamos no passado eram ociosas, ou vazias, desocupadas, mas hoje já não estão desocupadas; antes se espalham por toda a terra. Quando as falamos eram ociosas, mas, depois de um tempo, passam a agir e causar muita destruição.
  • Uma vez cometidos, muitos erros são irreparáveis. Uma vez proferidas, as palavras não pararão, e o problema que criam não parará.
  • Quando outros participam de conversa inconveniente, a primeira coisa que temos que fazer é separar-nos deles. Uma vez que nos juntamos a eles e nos tornamos um deles, ficamos arruinados.


  • 6. ESTÁVEL (Fp. 4: 6-7)


      Estabilidade de caráter pode ser entendida com estabilidade nas emoções.

  • Muitos não são confiáveis por natureza, não porque não querem ser confiáveis, mas porque seu caráter não é confiável. Tão logo algo as atinge, elas mudam. Não são estáveis no caráter.
  • A natureza da igreja é um edifício sobre a rocha. Ela é o baluarte da verdade (I Tim. 3:15). Os filhos de Deus são pequenas pedras (I Ped. 2:5). A torre da Babel foi feita de tijolos, feito por homens, e nada feito pelo homem tem estabilidade. Mas a igreja é edificada sobre a rocha, é inabalável.
  • Alguns estão sofrendo a prevalência das portas do inferno, pois são de caráter vulnerável e estão constantemente mudando. São inúteis a obra do Senhor.
  • Quando a luz do Senhor queimar nossa língua, o nosso muito falar desaparecerá. Assim que o tocarmos, a nossa frivolidade esmorecerá. Antes de usar alguém, Deus tratará com nossa instabilidade.
  • Um servo do Senhor não pode ser porta voz de Deus em um momento e de Satanás em outro momento.
  • Nossas emoções, por serem passageiras, não podem nos representar. Qualquer coisa fundamentada nas emoções é vulnerável.
  • Um homem é instável por 3 motivos: é dominado pelas emoções, tem medo da perda e tem medo de ofender os homens.
  • Muitos temem a cruz. No momento que a caminhada exige delas perda e renúncia, suas emoções não permitem continuar.
  • Se a cruz não puder abalar uma pessoa, nada irá abalá-la, pois não há exigência maior do que a cruz.
  • Talvez não percebamos o quanto somos influenciados pelas afeições e desgostos dos homens. Assim que passamos a tentar agrada-los e evitar o desgosto deles, nosso caminho não é mais reto (Lc. 14: 23-35). Temos exagerada disposição para ouvir o que os outros têm a dizer. Temos preocupações em satisfazer suas expectativas.


  •   Se o nosso caráter for abalável, tudo o que for construído sobre nós poderá ser abalado e, mais cedo os mais tarde, tudo ruirá.

  • Temos que orar para que Deus nos faça confiáveis.
  • Se você edificar algo não confiável, poderá até edificar um pouco e logo vai descobrir que o que edificou terá que ser derrubado.
  • Se nosso caráter oscilar, animado, às vezes e desanimado em outras, a obra de Deus será prejudicada.
  • A Igreja do Senhor não é composta de pedras isoladas; é composta por pedras edificadas umas sobre as outras. Se uma pedra treme, todo o edifício estará em perigo; muitas vidas estarão em risco, e a igreja de Deus não poderá continuar.


  • 7. NÃO SER SUBJETIVO (I Ped. 4:11)


      Ser subjetivo significa insistir nas próprias idéias e rejeitar as dos outros. Rejeitam a Deus, embora pensem que não.

  • O subjetivo rejeita ser corrigido ou tem dificuldade em aceitar a correção.
  • O subjetivo tem seu próprio conceito, não ouve ao Senhor.
  • A causa da subjetividade é o "eu" não quebrantado.
  • O subjetivo tem incapacidade de aprender. Ele não se considera necessitado.
  • Muitos, por suas dificuldades de ouvir a Palavra de Deus, precisam ser corrigidos com açoites divinos (Hb. 12:6).
  • Quando o homem está obcecado em seus próprios conceitos, é muito difícil que entenda a vontade de Deus (Pv. 1: 30-31).
  • A subjetividade é um hábito que se expressa até nas pequeninas coisas.
  • Uma pessoa subjetiva não tem como cumprir a vontade de Deus e muito menos levar outros a cumpri-la. Deus nada confiará a uma pessoa subjetiva.
  • Se um homem está voltado para seu próprio caminho, como levará alguém ao caminho de Deus?
  • Deus não impediu o acesso do homem à árvore do conhecimento do bem e do mal, apenas disse para dela não se alimentar. Da mesma forma. Não devemos obrigar os homens a nos ouvir. É bom quando eles nos ouvem. Mas se não nos ouvem, devemos contentar-nos em ir embora. Se o homem prefere rebelar-se contra Deus, lhe é permitido seguir seu próprio caminho. Devemos aprender abrir mão da insistência. Não devemos forçá-los a receber nossa ajuda. Quanto mais os homens nos ouvem, maior é a nossa responsabilidade para com Deus.


  • 8. SUSTENTAR O CARÁTER ABSOLUTO DA VERDADE (Cl. 2: 6-8))


      Isso só é possível quando o homem está livre de si mesmo, sem ser influenciado por pessoas, coisas e sentimentos pessoais.

  • Os relacionamentos com familiares e amigos não podem comprometer a verdade. Deus não pode usar tais pessoas.
  • Muitas dificuldades acontecem na igreja porque os filhos de Deus sacrificam a verdade.
  • Ser fiel a verdade significa pôr de lado os sentimentos, ignorar os relacionamentos pessoais e não defender o "eu".
  • A base do juízo é a palavra de Deus; o seu fundamento é a verdade. Devemos agir da mesma maneira, quer os outros nos tratem bem ou não. Em qualquer situação, devemos procurar saber primeiro qual é a verdade divina, e somente isto deve guiar nosso comportamento e nossas palavras, mesmo que isto custe rompimento de vínculos.


  • 9. CUIDAR DA SAÚDE (Ef. 5:15)


      O homem precisa de 10 a 20 anos de treinamento na mão de Deus para poder ser, de certa forma, útil para Ele. Como alguns não cuidam de sua saúde, podem morrer antes de chegar lá.

  • O servo de Deus precisa ser sábio na sua alimentação, deixando as manias e buscando ingestão de alimentos saudáveis. Deve ter controle sobre seu apetite, evitando exageros.
  • Deve saber a hora de descansar. Não podemos ficar sob stress o tempo todo.
  • Devemos nos abster de riscos desnecessários.
  • Ter cuidado com a higiene, embora tenhamos que, muitas vezes, estar em locais em que isto é limitado por fatores alheios a nossa vontade.
  • Devemos deixar de lado à teimosia, quando nossos hábitos tornam-se imutáveis e intocáveis, criando impedimentos à obra do Senhor. Ex. Alguns têm que fazer barba todos os dias, e não admitem fazer nada se não puderam fazer em um determinado dia.


  • 10. AMAR OS HOMENS (Lc. 19:10)


      Devemos entender que o homem foi criado por Deus, e embora tenha caído, tornou-se objeto de sua redenção. Não podemos ter aversões.

  • Ter interesse pelo homem perdido é essencial na vida do obreiro.
  • Jesus, quando andou por este mundo, estava muito interessado no homem, mas até onde vai nosso interesse?
  • Jesus nunca Se permitiu ser servido por ninguém. Ele não tinha interesse algum em receber algo dos homens, mas apenas de dar.
  • Quando olhamos para nós mesmo fora da esfera da graça de Deus, podemos concluir que somos iguais aos homens que pecam deliberadamente. Portanto, nosso comportamento deve ser de compaixão.








  • Referência Bibliográfica:
    Watchman Nee. O Caráte do Obreiro do Senhor. Editora Árvore da Vida.

    sexta-feira, 23 de março de 2012

    Tomar a Bíblia em Ressurreição!


    De acordo com a Palavra de Deus é a paz de Deus que guarda nosso coração, pois ela é o próprio Cristo que nos orienta em tudo o que é verdadeiro, honesto, justo, amável e de boa fama: “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus. Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Fp 4:7-8). Certamente estas virtudes serão expressas de nossa boca porque refletirão aquilo que realmente pensamos, em suma, estaremos pensando Cristo. As palavras que saem da nossa boca devem ser boas para a edificação e precisam transmitir graça aos ouvintes (Ef 4:29), e isto é possível por meio do conhecimento do próprio Cristo, que implica no conhecimento do poder da Sua ressurreição e da comunhão dos Seus sofrimentos (Fl 3:10).

    A ressurreição diz respeito ao retorno a vida de alguém que passou pela experiência negativa da morte (1 Co 15:54-57). Dos acontecimentos negativos podemos aprender e valorizar o que é positivo, ou seja, após passarmos por experiências de morte, passamos a valorizar a vida! Entre alguns cristãos existem frases prontas do tipo: “Vamos falar somente de coisas positivas, não devemos falar coisas negativas para não ‘tocarmos na morte’”. Entrementes, a bíblia é um dos livros que mais apresenta exemplos negativos, mas que servem para retirarmos muita ajuda em questões espirituais. Para constatar com mais clareza basta lembrar de passagens como o relato no qual Davi matou Golias, já pensou termos que contar esta história aos nossos filhos? Humanamente falando é até algo sádico (1 Sm 17:49-58); ou que Ló teve relações sexuais com as suas filhas (Gn 19: 31-38); ou a introdução de uma meretriz na genealogia que trouxe O Cristo (Mt 1:5); A morte de Cristo foi verdadeiramente trágica, algo extremamente brutal, que em muitos jornais do mundo secular produziria o mesmo horror e espanto que causa nos leitores  dos nossos dias , porque se trata da morte mais incomum do universo! Em certo sentido falar também da morte de Caim e Abel é algo semelhante ao que é transmitido em muitos programas de televisão que só falta respingar o sangue da tela nos telespectadores. Se o problema é não falar ou ler "morte" é só NÃO LER A BÍBLIA! O fato é que se Adão não provasse a morte por meio da desobediência, nem ele nem nós valorizaríamos tanto a vida! (Vida Zoé = a indelével vida de Deus). Embora a Bíblia seja "O livro dos livros" para todos os que amam o Senhor, existe um número muito grande de exemplos negativos na bíblia que podemos tomar em RESSUREIÇÃO e aprendermos o verdadeiro significado espiritual por meio de revelação que vem do alto (Cl 3:1-4). Pois embora se tratem de eventos negativos existe um propósito em todos os acontecimentos, pois o nosso Deus é um Deus de propósito: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito" (Rm 8:28). 
                 Neste livro maravilhoso (A Bíblia) que chamamos de A Palavra de Deus (I Tm 3:14-17), existem as sedutoras palavras do diabo como em Gênesis 3:4-5 que induziu Eva a comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. E Existem também as palavras de Pedro que chamou o Senhor a parte para reprovar a sua ida a cruz do Calvário (Mt 16:22), sendo necessário ao Senhor repreendê-lo severamente chamando-o de Satanás (Mt 16:23). Certamente as palavras do inimigo de Deus registradas na bíblia não são as Palavras de Deus, mas isto não diminui em NADA a autenticidade e veracidade da bíblia como um livro de inspiração divina (I Tm 3:14-17). Nestas questões de interpretação das escrituras precisamos verificar adequadamente que existem princípios que norteiam a nossa busca pelo Senhor nas escrituras a fim de ganharmos a vida existente em seu bojo. Uma vez que nem tudo o que é bíblico é cristão, quer dizer, nem tudo o que é bíblico se constitui uma prática cristã da igreja neotestamentária, como as prática cristãs modernas de dar o dízimo, pois este último se trata de uma prática judaica para sustentar os encargos do templo na Antiga Aliança (Hb 10:1-9). Assim como existem diversas prática do antigo testamento como guardar o sábado, sacrificar animais, e muitas outras que embora sejam bíblicas não são práticas cristãs que devem ser adotadas pelo povo de Deus que está vivendo a realidade da Nova Aliança (2 Co 3:6). As vezes é necessário apresentarmos o que é negativo, como as investidas do diabo contra o povo de Deus, para ganharmos o que é positivo, ou seja, assim como foi por meio da experiência da morte de Cristo que Ele foi introduzido na ressurreição, assim também para experimentarmos a vida existente na Palavra as vezes experimentamos o que é negativo, são necessárias profundas experiências de cruz (Mt 16:24) para quebrantar o nosso ser com vistas a  fortalecer o nosso testemunho a respeito da vida de Cristo.


    A morte deste Cristo maravilhoso marcou tanto a história humana que  serviu como um divisor de águas no qual a própria ciência da história foi dividia em A.C. (Antes de Cristo) e DC (Depois de Cristo). A história humana é repleta de guerras e atrocidades realizadas por muitos líderes do passado, e a análise histórica destes acontecimentos servem para não permitirmos que eles se repitam tanto no nosso presente como no futuro. Todavia, a própria história revela também com muita clareza que os eventos cruéis que homens cheios de boa intenção realizaram no passado continuam se repetindo no presente. A questão é que sem Cristo os homens só conseguem produzir bom comportamento, ou seja, aperfeiçoamento moral exterior. Ao contrário da história humana, os registros históricos existentes na bíblia servem não apenas para nos advertir de uma maneira exterior, mas para produzir Cristo dentro de nós! E isto não implica em mera mudança de comportamento exterior, mas em uma mudança de natureza, quer dizer, a natureza divina sendo infundida em nós!

    Por isso, a luz da bíblia devemos julgar todas as coisas a fim de reter o que é bom (1 Ts5:21), quando nos é dito que não devemos expor o que é negativo a fim de permitir que seja propagado o erro, e aceitamos, esta atitude nos torna cúmplices do mal. Observamos em 1 Co 5:1-5 Paulo teve que advertir seriamente um jovem que estava profanando o leito de seu pai dormindo com a madrasta, e o entregou nas mãos de Satanás para a destruição da carne, a fim de o espírito dele fosse salvo no dia do Senhor. Particularmente ao meu ver, esta é uma passagem extremamente NEGATIVA, mas foi o Espírito Santo que permitiu tal registro para que nós pudéssemos extrair a lições espirituais importantes visando a edificação da Sua igreja (Ef 2:20-22), ou seja, pareceu bem ao Espírito Santo (At 15:28-29) que tivéssemos o conhecimento deste aspecto negativo existente na igreja daquela época, assim como na celeuma registrada no livro de atos capítulo 15 referente a adoção, pelos crentes gentios, de algumas práticas relevantes da tradição judaica e da lei. Portanto, devemos avaliar se a ênfase em não apresentar/falar algo negativo visa a edificação da igreja do Senhor ou é para ser um co-participante em perpetuar algum erro; Precisamos estar atentos em verificar se a referida orientação do silêncio na igreja visa guardar os filhos de Deus aos cuidados amorosos do nosso Senhor ou é para acabar com qualquer discussão que proporcione o desmascaramento do erro e da mentira perpetuado por lideranças despóticas! Que o Senhor nos guarde de vivermos em letargia espiritual, sendo passivos em relação a qualquer ensinamento de erro que “adestre” os crentes à viver a lei do silêncio, que cause uma passividade espiritual imobilizadora do nosso ato de julgar todas as coisas (1 Ts 5:21); que imponha mordaças e amarras em nossa liberdade Cristã (Lc 4:18; 2 Co 3:17; Gl 5:13). Que aprendamos a ler a Bíblia sempre em novidade de vida, certos de que O Espírito é o que vivifica (Jo 6:63), e que por meio das experiências negativas existentes em seus relatos podemos ganhar o próprio Cristo como a própria Ressurreição e a Vida (Jo 11:25), e como a realidade espiritual de todas as coisas positivas do Universo.  

    Do Vosso Conservo,

    Kleydson Feio

    Referência Bibliográfica:
    A Bíblia. O Mais Precioso Livro de todos os Livros!
    Watchman Nee. O Ministério da Palavra de Deus. Editora dos Clássicos.
    Witness Lee. Estudo-vida de Tiago. Editora Árvore da Vida.
    Witness Lee. Conhecendo a Bíblia. SP: Editora Árvore da Vida.
    Witness Lee. Versão Restauração do Novo Testamento. Living Stream Ministry.










    sábado, 14 de janeiro de 2012

    Considerações sobre a expressão "Negar a vida da Alma"

    Prezados Santos;


    Gostaria de fazer um comentário em relação a expressão Negar a Vida da Alma, mas primeiramente vou abordar alguns termos que guardam alguma semelhança. A expressão Trindade atribuída as três pessoas Pai, Filho e Espírito Santo reunidas em uma única pessoa que chamamos de Deus, embora, expresse com certeza uma realidade espiritual muito preciosa para nós cristãos, a expressão em si NÃO É BÍBLICA, é uma expressão que não pode ser encontrada na bíblia! Assim como muitas expressões usadas pelo nosso amado irmão W. Lee como Deus Triúno, Espírito Mesclado, O Cristo Todo-Inclusivo, Homem Tripartido, Homem-Deus, dentre tantas outras NÃO EXISTEM na Bíblia! O que encontramos é a realidade espiritual por trás destas expressões para nos ajudar a compreendermos realidades espirituais de grande relevância nas Escrituras Sagradas. Assim como vários mestres cristãos do passado criaram diversos termos para nos ajudar a internalizarmos verdades importantes existentes na bíblia. Com a terminologia Negar a Vida da Alma não é diferente, mas o fato de o termo em si não ser bíblico não significa necessariamente que é anti-bíblico, observem que são coisas diferentes! e explico claramente isto no texto: Nega a Vida da Alma em Realidade!

    Não estou sendo contra o irmão Lee, pelo contrário, estou até mesmo corroborando com seus ensinamentos, uma vez que sou um grande apreciador dos seus escritos. Ele realmente deixou um precioso legado para todo o corpo de Cristo. Entrementes, sem dúvida existe uma diferença entre o significado original da expressão “Negar a Vida da Alma” e a forma como é empregada em alguns movimentos localistas, todavia, entendo que a confusão está relacionada a maneira equivocada de como é aplicada ao viver dos cristãos hoje como se fosse sinônimo de ascetismo, e é resultado exatamente dos elementos relacionados a Negação da psiquê, que é a palavra grega utilizada para vida da alma no versículo 25 de Mateus capítulo 16, o que conduz a negação da vida psicológica ou personalidade humana. Pois, se realmente tivéssemos que negar a nossa psiquê/personalidade, qual o sentido de ainda recuperarmos a vida da alma no final do mesmo versículo? A explicação é simples! existe algo que a psiquê ou vida da alma incorporou com a queda do homem, e danificou a psiquê, que foi o pecado. Conforme a apresentação do irmão W. Lee em a Economia de Deus, o Ego apresentado pela expressão “a si mesmo” do versículo 24 (que é diferente da palavra grega psiquê do versículo 25) casou-se com o pecado, por isso, quando se fala no versículo 25 “mas quem perder a sua vida da alma por minha causa achá-la-á”, observe que não teria sentido algum ACHAR novamente a psiquê, senão, sem o elemento danoso do versículo 24, ou seja, sem o ego. Por isso, é mais prudente falar em negar a si mesmo, por ser uma expressão bíblica e que pode ajudar a evitar a promoção da auto-negação da personalidade entre os santos. Todavia, nada obsta que utilizemos a expressão Negar a Vida da Alma, mas que o façamos em realidade e com a ressalva de que nos referimos a negação do ego, e não a um mero chavão ou clichê sinônimo de “silêncio”, “cala a boca” ou “pára”, que vulgariza e banaliza o termo. Que o Senhor possa fazer-nos desfrutar da verdadeira realidade no Negar a Vida da Alma!



    Kleydson Feio

    quinta-feira, 20 de outubro de 2011

    A prática da Vida do Corpo: Uniformidade x Diversidade

    ESTUDO-VIDA DE ROMANOS


    MENSAGEM 59

    A PRÁTICA DA VIDA DO CORPO

    Nesta mensagem, consideraremos a prática da vida do Corpo como é mostrada nos capítulos finais de Romanos.

    FILIAÇÃO PARA O CORPO

    Vimos que devemos servir a Deus no evangelho de Seu Filho (1:9). Este evangelho é um evangelho de filiação. Filiação inclui designação, ressurreição, justificação, santificação, transformação, conformação, glorificação, e manifestação. Estamos atualmente passando pelo processo de designação, isto é, estamos sendo designados filhos de Deus pelo poder de ressurreição. Filiação é para o Corpo. Para sermos membros do Corpo de Cristo, devemos ser filhos de Deus.

    Vimos que, num sentido particular e real, o capítulo doze é a continuação direta do capítulo oito, sendo os capítulos nove a onze um parêntese referente à escolha da graça. O capítulo oito revela que estamos sendo transformados à imagem do Filho de Deus (v. 29). Essa conformação nos qualifica para a prática da vida do Corpo.

    A vida do Corpo não é simplesmente uma questão de crentes reunindo-se. Muitos grupos foram formados com o propósito de ter a vida do Corpo. O resultado, contudo, foi fracasso. Esses grupos não perceberam que a vida do Corpo depende da filiação, que provém da designação. Se queremos ter a prática da vida do Corpo, devemos ser transformados segundo o poder de ressurreição.



    O CORPO APRESENTADO, A ALMA TRANSFORMADA E O ESPÍRITO FERVOROSO

    No capítulo doze, Paulo menciona o corpo, a alma e o espírito. No versículo 1, ele diz: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus que apresenteis os vossos corpos por sacrifício, vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” O nosso corpo deve ser apresentado ao Senhor para o Seu propósito de ter um Corpo. Alguém pode ter um coração para a vida do Corpo, mas se não apresentar seu corpo, ele não é para a vida do Corpo de um modo prático. Você pode se preocupar com as reuniões, mas que isso adianta de seu corpo fica em casa? Se deixarmos de apresentar nosso corpo ao Senhor para a vida da igreja, não podemos ter uma vida prática de reuniões. Se disser que tem um coração pelas reuniões da igreja, você precisa perguntar a si mesmo se tem apresentado seu corpo ao Senhor para as reuniões. Onde está o seu corpo na hora das reuniões? O corpo é que contém o nosso ser, pois o espírito está dentro da alma e a alma dentro do corpo. Devemos apresentar esse “recipiente” ao Senhor por causa do Seu Corpo.

    O versículo 2 fala da mente, que é a principal parte da alma: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da mente.” Quando nossa mente for renovada, nossa alma será transformada. Assim, nosso corpo precisa ser apresentado e nossa alma precisa ser transformada.

    Nesse versículo, Paulo nos roga que não sejamos conformados a este século. O mundo, o sistema de Satanás, é um universo composto de muitas eras. O século dezenove foi uma era e o século vinte é outra era. Realmente, têm havido eras distintas dentro do próprio século vinte. O presente século é uma parte do sistema mundano de Satanás. Esta era não apenas inclui o mundo secular, mas também o mundo religioso. Se nos conformamos à religião de hoje, seremos inúteis no que diz respeito à prática da vida do Corpo.

    Para Paulo, ser conformado ao presente século, em sua época era, principalmente, uma questão de ser conformado ao judaísmo. O judaísmo foi um sério obstáculo à prática da vida do Corpo no primeiro século. Assim, como o judaísmo foi parte do século do tempo de Paulo, também o cristianismo como uma religião organizada é parte da era de hoje. Conformando-se ao cristianismo organizado, você será conformado a este século. Ao invés de sermos conformados a este século, precisamos ser transformados pela renovação da nossa mente.

    Em 12:11, Paulo fala do espírito; ele nos diz para sermos “fervorosos no espírito” (IBB – Ver.). O nosso espírito deve esta queimando, isto é, ele deve esta quente e queimando. Se tivermos um Corpo apresentado, uma alma em processo de transformação e um espírito fervoroso, estaremos aptos a praticar a vida do Corpo de um modo adequado.



    FALAR E PRATICAR

    Muitos falam sobre a vida do Corpo de Romanos 12 em verdadeira prática da vida do Corpo. Por exemplo, alguns viram que no Corpo de Cristo somos “membros uns dos outros” (12:5). Contudo, eles não podem mencionar a quais membro estão especificamente relacionados. Assim, o falar deles sobre ser membros uns dos outros é mera conversa. Não estamos aqui para falar sobre a vida do Corpo; estamos aqui para praticar a vida do Corpo.

    O ensinamento em Romanos referente à vida do Corpo está no capítulo doze, mas a prática está nos capítulos catorze, quinze e dezesseis. Estes capítulos tratam de problemas práticos que ocorrem na vida da igreja. Ao considerarmos como Paulo aborda esses problemas, podemos aprender alguma coisa relacionada à prática diária da vida do Corpo.



    RECEBER OS CRENTES

    O capítulo doze é importante em relação à doutrina da vida do Corpo, assim como o capítulo catorze é importante em relação à prática da vida do Corpo. No capítulo catorze, Paulo aborda o problema de receber os crentes cujas opiniões e práticas se diferem das nossas. Em 14:1, Paulo diz: “Acolhei ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões.” Então Paulo prossegue dando dois exemplos de questões sobre as quais os crentes podem ter pontos de vista diferentes. O primeiro exemplo refere-se ao comer: “Um crê que tudo pode comer, mas o débil come legumes” (v.2). O Segundo refere-se a dias: “Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias” (v.5). Estas duas questões são exemplos de muitas coisas que têm dividido os cristãos. Tome o batismo como exemplo. Alguns insistem na imersão, enquanto outros insistem na aspersão. Se tivermos a prática adequada da vida do Corpo, receberemos todos os verdadeiros crentes em Cristo, quer pratiquem imersão ou aspersão.

    Alguns dizem que nós na restauração do Senhor somos estreitos. Contudo, queremos receber todos os tipos de cristãos. Recebemos aqueles que praticam imersão e aqueles que praticam aspersão. Quem, então, são os estreitos – aqueles na restauração do Senhor ou aqueles que aceitam ter comunhão somente com os que reúnem exigências especiais relacionadas à doutrina e prática?

    As divisões entre os cristãos vêm das diferenças sobre doutrina e prática. Por exemplo, os crentes têm sido divididos sobre coisas tais o como uso do véu, lavar os pés e observância dos domingo ou do sábado. Esse fato dever levar-nos novamente a Romanos 14, onde Paulo nos institui a receber aqueles que têm fé em Cristo e não julga-los segundo questões secundárias. Se alguém vier a nós com uma opinião diferente a respeito de certa questão, ainda devemos recebê-lo como um irmão no Senhor. Como Paulo diz em 15:17 “Portanto acolhei-vos uns aos outros, como também Cristo nos acolheu para a glória de Deus.”

    A importância de receber os crentes é ilustrada por uma experiência que tivemos no começo da vida da igreja em Los Angeles. Três grupos cristãos desejavam reunir-se conosco na vida da igreja. Um grupo tinha um antecedente pentecostal e outro grupo tinha um antecedente de ensinamento fundamentalista na Bíblia. Os Quando eu soube de seu desejo e entusiasmo sobre a idéia de reunirem-se conosco, lembrei-lhes de que através dos séculos os cristãos têm sido divididos por suas opiniões sobre doutrina e práticas. Além disso, lhes disse que se quisessem reunir-se para a vida da igreja segundo romanos 14, eles teriam de abandonar suas opiniões e receber os crentes genuínos em Cristo, não importando quão diferentes fossem, tanto em doutrina como em prática. Eles concordaram em deixar de lado suas diferenças e em reunir-se na unidade para a vida da igreja. No local de reunião, penduramos algumas faixas. Uma dizia “Variedade versus Uniformidade”, outra “Unidade na Variedade” e outra “Todos Um em Cristo”. Entretanto, após um curto período, alguns de formação pentecostal começaram a insistir na prática de falar em línguas e tocar pandeiro nas reuniões. Os de formação fundamentalista não toleraram isso e se recusaram a prosseguir com aquilo. Eu pedi àqueles que se opunham ao falar em línguas e tocar pandeiros que suportassem aqueles que eram favoráveis a essas coisas. Contudo, eles se recusaram a fazê-lo. Então pedi aos que aprovavam essas práticas para entender o sentimento dos outros. Eles também se recusaram, insistindo que nada havia de errado em agir assim. Finalmente, devido à incapacidade de ambos os lados em aceitar crentes com diferentes doutrinas e práticas, esses grupos não conseguiram se reunir na unidade para a prática da vida da igreja.



    UMA ATITUDE GERAL



    O Senhor pode testificar a nosso favor que em nossa prática da vida da igreja temos sido gerais, recebendo todos os diferentes tipos de crentes. Por exemplo: nós não impedimos os santos de falar em línguas. Não obstante, somos acusados de ser limitados. Na verdade, os limitados são os das denominações, pois eles não recebem todos os diversos tipos de cristãos. Através dos anos que temos estado em Los Angeles, nunca rejeitamos um crente genuíno em Cristo. Além do mais, não temos regulado os outros. Ao contrário, temos aprendido simplesmente a ministrar vida aos que vêm.

    Em Romanos 14, a atitude de Paulo foi muito geral. Doutrinariamente falando, Paulo sabia que os crentes eram livres para comer tanto carne como vegetais. Mais ele não entrou na questão de comer como um método doutrinário. Ao invés disso, ele expressou uma atitude generalizada a todos os crentes; ele não desprezou os que comem somente vegetais nem aqueles que comem todas as coisas. A sua atitude foi a mesma com respeito a guardar dias.

    Para ter a prática adequada para a vida do Corpo, devemos ter tal atitude geral. Não devemos impor uma prática particular aos outros nem devemos nos opor a determinada prática. Tome como exemplo louvar o Senhor em voz alta. Alguns podem se opor a isso e condená-lo como sendo uma desordem, enquanto outros que concordam podem querer impor tal prática aos outros. Ambas as atitudes estão erradas. Se preferimos o silêncio nas reuniões, não devemos impor nossa opinião aos outros. Da mesma forma, se preferimos gritar, não devemos impô-lo a quem quer que seja. O mesmo é verdade com relação ao orar-ler. Se alguns querem praticar o orar-ler, eles devem ser livres para fazê-lo. Mas se outros não aceitam essa prática, não deveria ser-lhes imposta.

    Na vida da igreja devemos ser gerais, capazes de receber todos os crentes genuínos. Contudo, não é fácil aprender essa lição, porque todos nós queremos que os outros sejam como nós somos. Não mais exijamos dos outros nem queiramos que eles mudem seu modo por nossa causa. Antes, tenhamos unidade na variedade e variedade sem conformidade. Embora possa haver tal variedade, nós ainda somos um em Cristo.



    DIFERENÇAS ENTRE AS IGREJAS



    Pode haver diferença não apenas entre os crentes numa igreja, mas também entre as igrejas locais. Por exemplo, a igreja numa cidade pode não praticar o orar-ler, mas a igreja em outra cidade pode não praticá-lo. Se você visitar uma igreja que difere em prática da igreja em de sua cidade, não tente corrigi-la ou mudar alguma coisa. Onde quer que esteja, você deve ser simplesmente um com a igreja naquele lugar. Enquanto ela for uma igreja local, você precisa prosseguir com ela sem impor ou opor. Admito que é fácil falar sobre isso, mas é difícil praticá-lo. No entanto, todos nós devemos estar desejosos de aprender essa lição. Então teremos não somente a doutrina do Corpo de Romanos 12, mas também a prática da vida do Corpo em Romanos 14.



    UMA QUESTÃO DO ESPÍRITO

    Romanos 14:17 diz: “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça e paz e alegria no Espírito Santo”. De acordo com este versículo, o reino de Deus é uma questão do Espírito. Se temos justiça, paz e alegria no Espírito Santo, não devemos estar preocupados com diferenças de doutrina ou prática.



    O ASPECTO LOCAL DA IGREJA

    Romanos 16:1 diz: “Recomendo-vos a nossa irmã Febe, que está servindo à igreja em Cencréia.” Este versículo um segundo aspecto da praticabilidade da vida do Corpo: a questão da igreja local. Se quisermos ter a vida do Corpo de uma maneira prática, devemos não apenas receber os crentes, mas também atentar para a igreja na localidade. De acordo com Romanos 16, a praticabilidade da vida do Corpo consiste no aspecto local da igreja. Este capítulo fala não só da igreja local, a igreja em Cencréia, mas também das igrejas. No versículo 4, Paulo faz menção das igrejas dos gentios e no versículo 16, das igrejas de Cristo.



    MOSTRANDO HOSPITALIDADE À IGREJA



    No versículo 23, Paulo diz: “Saúda-vos Gaio, meu hospedeiro e de toda a igreja.” Aqui Paulo cita um irmão que proveu hospitalidade a toda a igreja. Obviamente, Paulo está falando da igreja local, não da igreja universal. É importante que Paulo enfatize que Gaio foi o hospedeiro de toda a igreja, não de todos os santos. Há uma diferença entre mostrar hospitalidade à igreja e mostrar hospitalidade aos santos, pois podemos importar-nos com os santos sem importar-nos com a igreja. Ao praticarmos hospitalidade a igreja deve estar em nossa consciência e pensamento. Ao estender a hospitalidade aos outro, que pensamento você tem? Você mantém o pensamento de que está praticando aos santos ou à igreja? Se tiver o pensamento adequado, perceberá que sua hospitalidade não é simplesmente a determinados santos, mas a toda a igreja.





    A IGREJA NA CASA



    No versículo 5, Paulo saúda a igreja que está na casa de Priscila e Áquila. Usando este versículo como base, alguns dizem que a igreja numa casa é diferente da igreja numa cidade. Contudo, se considerar essa questão cuidadosamente em seu contexto, você verá que a igreja na casa de Priscila e Áquila era, na verdade, a igreja na cidade de Roma. A igreja em Roma tinha suas reuniões na casa de Priscila e Áquila.

    Se quisermos ter a prática adequado da vida do Corpo hoje, devemos ser gerais em receber todos os tipos de crentes. Desde que uma pessoa creia genuinamente no Senhor Jesus, devemos recebê-la, mesmo que sua opinião possa diferir das nossas com respeito a prática ou doutrina. Além disso, precisamos estar numa igreja local e honrar o caráter local da igreja. Como agradeço ao Senhor pelo capítulo dezesseis! Neste capítulo, o Espírito Santo mostra claramente que para prática da vida do Corpo, precisamos ser a igreja local. Onde quer que estejamos, devemos estar na igreja naquela cidade.







    domingo, 2 de outubro de 2011

    O FOCO DA MUDANÇA NO SISTEMA

    O FOCO DA MUDANÇA NO SISTEMA

    O foco da mudança no sistema é a casa. No Novo Testamento nós vemos muitos doces lares, como a casa de César (Fp 4:22), a casa de Cornélio (At 10:22-24), a casa de Lídia, vendedora de tecido púrpura (16:13-15), e a casa do carcereiro cujo nome é desconhecido (w. 29-34). Também havia a casa de Estéfanas (1Co 1:16) e a casa de Crispo (At 18:8). Além disso, havia casas nas quais as reuniões eram mantidas, como a casa de Áquila e Priscila (Rm 16:3-5; 1Co 16:19), a casa de Ninfas (Cl 4:15), e a casa de Filemom (Fl 1-2). Esses exemplos nos mostram claramente que a unidade da salvação de Deus e serviço é a casa.

    Mesmo no Antigo Testamento, nos dois grandes tipos de salvação, a casa era a unidade de salvação. O primeiro foi o tipo do dilúvio no qual os oito membros da casa de Noé entraram na arca e foram salvos do julgamento de Deus no mundo (Gn 7:1; Hb 11:7; 2Pe 2:5). O segundo foi o tipo da Páscoa no qual cada casa israelita tomava um cordeiro, mata-o, aspergia o sangue nas ombreiras da porta e na verga da casa, e comiam a carne do cordeiro. Não era um cordeiro para cada pessoa, mas para cada casa como uma unidade (Êx 12:3-8). No passado ignoramos essas verdades claras da Bíblia; nós fomos influen-ciados pelo cristianismo e fomos distraídos e arrastados.

    (...)

    O PULSAR DA VIDA NA PRÁTICA DA NOVA MANEIRA—A CASA

    O fator crucial sobre a nova maneira é ter a salvação do Senhor concretizada de uma maneira prática por cada santo. Nós sabemos que a única maneira para que qualquer coisa possa ser mantida na sociedade humana é ser realizada nas casas. A casa é o lugar onde tudo relacionado à existência humana é contínuo. Se tivéssemos apenas indivíduos numa sociedade sem a existência dos lares, nada relacionado ao viver humano sobreviveria; a sociedade precisa do ambiente necessário para mantê-la unida. A casa é a unidade básica da sociedade; ela é o fundamento de uma nação. De acordo com a Palavra de Deus, a igreja de Deus é primeiramente a casa, família ou habitação, de Deus (1Tm 3:15). Após isso é o reino de Deus (Rm 14:17). É difícil o reino de Deus existir sem a existência das casas. Sem a casa como uma base, os indivíduos dificilmente existiriam, e dificilmente uma nação ou reino seria estabelecido.

    O cristianismo caiu nas armadilhas de Satanás; negligenciando as casas completamente. No cristianismo as pessoas só querem as reuniões grandes sem nem ao mesmo pensar sobre as reuniões de casa. Uma pessoa no cristianismo não encontra ambiente para manter sua experiência de unidade. Não há ambiente para sustentar o testemunho nem ambiente para sustentar e preservar a verdade. Considere Romanos 16. Sem dúvida, durante a época dos apóstolos, a igreja era edificada nas casas dos crentes. Sabemos que o livro de Romanos é um livro que trata especificamente com a vida espiritual em Cristo e o viver espiritual na igreja. No final desse livro, um capítulo inteiro é dedicado às saudações de Paulo aos santos. Pelas suas saudações, podemos ver que várias casas foram abertas para a igreja. Isso nos mostra que a vida da igreja na época dos apóstolos tinha uma atmosfera de casa muito forte. Sob a influência de Satanás, o cristianismo aniquilou completamente a atmosfera espiritual das casas.

    Essa é a razão pela qual devemos nos esforçar com toda a energia, força e tempo que o Senhor tem nos dado para restaurar a atmosfera adequada das casas. A primeira coisa que temos de fazer é que a casa de cada santo seja um lugar para se reunir. No momento, muitos santos estão com encargo de abrirem suas casas. Esse é um grande passo à frente. Ainda não podemos ficar satisfeitos com esse passo inicial. Não só temos que abrir as casas desses que estão com encargo, mas também temos que levar as reuniões para as casas daqueles que não estão com encargo. Esperamos que toda casa possa ser aberta para se tornar um lugar para se reunir. Cada casa aberta representa mais um lugar para se reunir. Os lugares menores de reunião numa igreja são as casas de cada irmão e irmã naquela igreja. Witness Lee. The Ministry Magazine, Vol. 3[S] :4-5 (1999)

    Você quer ser santo? Estabeleça uma reunião de casa. Você quer ser espiritual? Estabe-leça uma reunião de casa. Você quer conhecer a Bíblia? Nada o forçará a buscar o conheci-mento da Bíblia mais que estabelecer uma reunião de casa. As reuniões de casa o forçarão a buscar o conhecimento espiritual, adequado, e enquanto você estiver buscando o conhe-cimento para ensinar outros, você será ensinado, iluminado, nutrido. Posso recordar minha própria história. Quando eu estava tentando ensinar a outros, comecei a perceber que eu precisava ser ensinado. Hoje o passo único, definitivo, para a restauração do Senhor é promover as reuniões de casa. Esse é o único caminho. The Home Meetings—The Unique Way for the Increase and Building Up of the Church, chap 2. , pp. 19-20


    MAIS FRUTO E MAIS DESFRUTE DO SENHOR


    João 15:2 diz, "Todo ramo em Mim que não dá fruto, Ele o corta; e todo ramo o que dá fruto, Ele o limpa, para que produza mais frutos." Todo ramo em Jesus deve dar fruto. Talvez alguns possam dizer, "O frutificar no capítulo quinze necessariamente não se refere às pessoas. Em Gálatas capítulo cinco, o fruto do Espírito refere-se ao amor, alegria, paz, longanimidade, e assim sucessivamente." Se você ler o contexto do capítulo quinze de João você verá que a ênfase é sobre as pessoas como fruto. Se um ramo tem somente um fruto, ele não é atrativo. Mas se um ramo não tem nenhum fruto, o Senhor disse que Ele o cortará. Ser cortado significa ser privado do desfrute das riquezas da árvore.

    As pessoas infrutíferas estão em perigo de perder o seu desfrute. Como um ramo, se você quiser desfrutar das riquezas da árvore, você tem que dar muito fruto. Quanto mais frutos você der, mais riquezas você receberá do Senhor. Isso significa que quanto mais frutos você produz, mais desfrute você tem. Você deve ir e dar fruto. Você deve trazer as pessoas. Nessa questão há muitas lições a aprender. Eu mencionei isso no passado. Você deve lidar com diferentes tipos de pessoas de maneiras diferentes. Ensinar cânticos espirituais aos filhos de seus parentes é uma maneira. Cantar para o seu avô é outra. Claro que, você deve orar por eles. Há muitas maneiras. A pergunta é, se você tem ou não o coração para cuidar deles.

    Nós que somos salvos, somos destinados pelo Senhor a frutificarmos. Quer você tenha ou não o desejo, você deve frutificar. Se você não frutificar, estará fazendo algo diferente do que o Senhor destinou a você, e então perderá o desfrute do Senhor. O capítulo um de Cântico dos Cânticos diz que nós, os buscadores do Senhor, não devemos desistir de nossas "crianças." Key Points on the Home Meetings, chap. 5, pp. 62-63


    AS REUNIÕES DE CASA SÃO O FUNDAMENTO DAS REUNIÕES DA IGREJA


    O tópico desta mensagem é "O Fundamento das Reuniões da Igreja”. Em qualquer coisa que você faz, sempre há um fundamento. Até mesmo o idioma em si isto tem um fundamento. As vinte e seis letras do alfabeto inglês são o fundamento do idioma inglês. Qual é o fundamento das reuniões da igreja? Não é difícil você encontrar em Atos como os três mil e os cinco mil se reuniam após serem salvos. Eles se reuniam no templo e de casa em casa, de uma família para outra. Quando eles estavam no templo, era principalmente Pedro e João quem falavam. Se você pedisse para que os apóstolos Pedro e João visitassem as três mil e as cinco mil pessoas salvas, que engloba alguns milhares de casas, mesmo se eles gastassem as solas dos seus pés, eles ainda não poderiam alcançar cada um deles.

    Atos capítulo cinco também diz, "E todos os dia, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e de anunciar o evangelho de Jesus como o Cristo". Absolutamente não havia ensinamentos diferentes naquela época. Aqueles que eram salvos, apesar de serem salvos apenas há um ou dois dias, começavam a se reunir nas suas casas. Eles certamente não falavam sobre os ensinamentos de Moisés, nem falavam as doutrinas de Isaías. Cada casa, estava falando o que eles tinham ouvido pessoalmente do falar de Pedro no templo.

    As reuniões de casa eram o fundamento das reuniões da igreja. As reuniões grandes no templo não eram o fundamento. Uma vez que as reuniões grandes no templo terminas-sem, eles estariam acabados. Os crentes eram gerados nas grandes reuniões, e então eles eram levados para as reuniões individuais de casa. As reuniões da igreja não eram edificadas nas reuniões grandes no templo, ao contrário, as reuniões da igreja eram em cada casa, de casa em casa.

    Atos capítulo oito diz que uma grande perseguição se levantou em Jerusalém não muito depois que as três mil e as cinco mil pessoas foram salvas. Todos eles deixaram Jerusalém; somente os doze apóstolos permaneceram lá. Disto vemos que a propagação do evangelho do Senhor e a propagação do testemunho da igreja do Senhor não dependeu principal-mente dos apóstolos, mas daqueles que foram espalhados. Eles levavam as pessoas a serem salvas em todos os lugares que iam. Posso garantir que nenhuma reunião grande existia então. As reuniões grandes não são o fundamento da igreja. As reuniões de casa em casa, as reuniões nas casas, são o fundamento da igreja. As reuniões grandes são um tipo de patinação no gelo. São as reuniões de casa que podem de fato manter as pessoas. Essa luz está muito clara na Bíblia.


    A Bíblia Enfatiza a Comunhão Mútua

    Sessenta anos atrás, o Senhor nos mostrou que a verdade da Bíblia era não tomar esse caminho, mas enfatizar a comunhão mútua. Como pode uma igreja de dez mil membros ter comunhão mútua? Se o caminho fosse através das reuniões grandes, então não seria fácil falar um membro de cada vez, mesmo depois de se reunir durante dez anos. Mas se as pessoas entrarem numa casa, eles terão que falar, mesmo embora eles regularmente não falem muito, e a situação deles se tornará clara por esse tipo de falar. Você pode até mesmo ser capaz descobrir que tipo de doença eles têm através da sua oração. As reuniões de casa são o fundamento da igreja.

    Somente as Reuniões de Casa Podem Manter as Pessoas

    Quando chega a obra de Deus, o começo é sempre o melhor. Depois que ele é entregue às mãos do homem, começa a degringolar. O começo de Atos foi o melhor. Havia a "pista de patinação" nas reuniões grandes para as pessoas patinarem. Muitos patinavam. Então havia as reuniões de casa em casa para levar as pessoas para o fundamento da igreja. Uma vez que uma pessoa se juntava às reuniões de casa, ela era mantida. Essa é a sabedoria de Deus. On Home Meetings, chap. 1, pp. 13, 16

    REUNIR EM TODA CASA

    De acordo com o nosso estudo, experiência e observação, eu diria que as reuniões de casa são o único caminho para o aumento e edificação da igreja. Há muitas coisas positivas que saem das reuniões de casa. Nas reuniões de casa, todo mundo se torna um buscador, um servidor, um pregador, um educador e um que espontaneamente testifica pelo Senhor. Esperamos encorajar todos os santos na restauração do Senhor a ter reuniões nas suas casas.

    A frase grega em Atos 5:42 indica que nenhuma casa foi perdida. Eles se reuniam de casa em casa. Não deveríamos tomar o caminho de selecionar algumas casas promissoras, e então ter as reuniões nessas casas. Isso é errado. Cada casa dos crentes é promissora. Precisamos abrir nossa casa. Primeiro podemos nos reunir com nossos familiares. Não precisamos nos reunir primeiro com outros. Podemos iniciar nossa reunião de casa nos reunindo nossos familiares. Todos nós que temos esposas e filhos, podemos ter uma reunião de casa. Devemos nos reunir com nossos familiares, com nossa esposa e com nossas crianças pequenas. Estabelecer uma reunião despertará nosso coração e abanará a chama em nosso coração e em nosso espírito. Em primeiro lugar, nós seremos queimados, e então nossa família será queimada. Estabelecer uma reunião de casa afastará muitas coisas malignas de nossas casas.

    Não diga que você é fraco, que você não pode derrotar seu ego, que você não pode vencer seu temperamento, que você não pode se controlar, que você não pode fazer isso ou aquilo. Apenas estabeleça uma reunião de casa em sua casa. Tenho visto em muitos casos que quando você estabelece uma reunião em sua casa o Espírito Santo traz as pessoas até você. Gradualmente as pessoas virão. Eu diria que se você é um cristão, contudo você não tem uma reunião de casa, você não está no padrão. Você pode conhecer a Bíblia, ser espiritual, ser buscador, amar o Senhor, e assim sucessivamente, mas se você não abrir sua casa, você está fora do padrão. Até mesmo uma irmã solteira pode abrir o seu apartamento para reuniões. Todo alojamento dos santos, seja solteiro ou com uma família, deve ser aberto para se reunir. Você pode dizer, "Com quem nos reuniremos?" Primeiro, com os anjos, então com um crente, então com um vizinho. Você deve orar, se esforçar, e até mesmo jejuar até que consiga que um vizinho venha reunir com você. Se você determinar ter alguma reunião com você em sua casa, certamente há um caminho. Muitas pessoas estão ao seu redor diariamente. Você tem muitos parentes e amigos.


    Mensagem 3
    As Casas


    I. A importância das casas na economia neotestamentária de Deus

    A. A invenção do Espírito Santo

    Atos 2:46 E, diariamente, perseverando unanimes no templo e partindo o pão de casa em casa, partilhavam o alimento com grande alegria e singeleza de coração.


    Eles começaram a se reunir não segundo a maneira judaica congregacional do Antigo Testamento, nem segundo a maneira romana, nem segundo a maneira grega. Então quem inventou a maneira para o primeiro grupo de cristãos se reunirem? O Espírito Santo inventou a maneira. Podemos dizer isso porque naquele dia, os cento e vinte estavam economicamente cheios do Espírito Santo. E sem dúvida, os três mil novos convertidos também estavam cheios do Espírito Santo. Então, tudo o que eles fizeram naquele dia foi iniciado pelo Espírito Santo. A coisa principal que eles fizeram foi começar a se reunir no templo para as grandes congregações e nas casas. Eu gosto das duas frases em Atos 2:46, "diariamente" e "de casa em casa." The Home Meetings, Chapter l, pp. 7-8

    B. O lugar fora onde a atividade de Deus é realizada

    Marcos 2:l-2

    1 Dias depois, entrando Jesus de novo em Cafarnaum, ouviu-se que Ele estava em casa.

    2 Muitos se ajuntaram ali, tantos que já não havia lugar nem mesmo junto à porta. E anunciava-lhes a palavra.

    Mateus 9:10

    E sucedeu que, estando Ele reclinado à mesa na casa, eis que muitos cobradores de impostos e pecadores vieram e reclinaram-se com Jesus e Seus discípulos.

    Atos 16:14-15

    14 Certa mulher, de nome Lídia, vendedora de tecido púrpura, da cidade de Tiatira, que adorava a Deus, escutava; o Senhor lhe abriu o coração para estivesse atenta às coisas que Paulo dizia.

    15 Depois de ser batizada, ela e a sua casa, rogou-nos, dizendo: Se julgais que eu sou fiel ao Senhor, entrai em minha casa e ali ficai. E nos constrangeu a isso.

    O evangelho doméstico deve partir das casas. Mesmo a obra dos campi pode partir das casas. As casas são o fundamento... Para uma nação ser forte, as casas devem ser fortes. Para uma igreja ser forte, as reuniões de casa devem ser edificadas. As casas são o fundamento, a base, de todas as atividades. On Home Meetings, Chapter l, p. 20

    Estamos com o encargo de irmos para a Europa num grupo de pelo menos quatro santos, incluindo um casal entre as idades de trinta a cinquenta anos, em cujas casas começarão as reuniões. Cada grupo de santos que for para a Europa deve ter um casal, e esse casal pode ter algum filho. Essa família será o centro do grupo. Tentaremos ajudá-los a conseguir uma casa perto de uma faculdade ou de uma universidade... As pessoas recém contatadas podem ser levadas para essa casa para comunhão. Essa será nossa maneira. The World Situation and the Direction of the Lord's Move, Chapter 4, pp. 48-49

    C. O lugar para manter e cuidar dos novos

    Atos 2:47

    Louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava, dia a dia os que iam sendo salvos.

    As reuniões grandes não são o fundamento da igreja. As reuniões de casa em casa, as reuniões nas casas, são o fundamento da igreja. As reuniões grandes são um tipo de patinação no gelo. São as reuniões de casa que podem de fato, manter as pessoas. Essa luz está muito clara na Bíblia. On Home Meetings, pp. 10-11

    O começo de Atos foi o melhor [contudo] lá havia a "pista de patinação" nas reuniões grandes para as pessoas patinarem. Muitos patinavam. Então havia as reuniões de casa em casa para trazer as pessoas para o fundamento da igreja. Uma vez que uma pessoa se juntava às reuniões de casa, ele era mantida. Essa é a sabedoria de Deus. On Home Meetings, p. 16

    Eu não estou brincando. Baseado em minhas observações de cada angulo, estou conven-cido de que o aumento e a propagação da igreja dependem totalmente das reuniões de casa. Isso está baseado nos meus sessenta anos de experiência. Descobri a lei para o aumento e propagação da igreja. Tudo tem suas próprias leis. A ciência é a descoberta dessas leis. A lei para o aumento da igreja são as reuniões de casa. Key Points on the Home Meetings, Chapter 7, p, 79

    II. Nossa necessidade de estarmos conectados às casas em duas direções para formar uma ponte para os novos entrarem na vida da igreja

    A. Conectados às casas dos novos (durante o semestre e durante os intervalos)

    João 15:16
    Não fostes vós que Me escolhestes a Mim; pelo contrário, Eu vos escolhi a vós, e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que o que pedirdes ao Pai em Meu nome, Ele vo-lo conceda.

    Após sairmos para gerar novos crentes no Senhor, precisamos cuidar deles. A melhor maneira é estabelecer as reuniões em suas casas para envolvê-los protegê-los para que eles possam ser cuidados por serem nutridos e ensinados, e possam se tornar um fruto permanente, vivendo nos ramos da videira verdadeira, isto é, no Corpo de Cristo, para ser o aumento de Cristo. João 15:16, Nota de rodapé 3, Versão de Recuperação,

    Lucas 19:5, 9

    5 Quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, pois é necessário que eu fique em tua casa.

    9 Disse-lhe Jesus: Hoje veio a salvação a esta casa, porque também este é filho de Abraão.

    Atos 10:22

    Eles disseram: O centurião Cornélio, homem justo e temente a Deus, que tem bom testemunho de toda a nação dos judeus, foi divinamente instruído por um santo anjo para mandar chamar-te à sua casa e ouvir palavras de tua parte.

    B. Conectados à comunidade das casas dos santos

    (edificando um abrigo—propósito, natureza, e condição)

    Calculamos que cada irmão de tempo integral pode cuidar de vinte novos. Enquanto estiver cuidando desses vinte novos, você deve encontra uma maneira para juntar os novos com os mais velhos na região. Esses mais velhos são experientes e devem ser levados a coordenar com você. O tempo deles não é tão flexível como o seu. Aqueles que trabalham têm que ir para os seus escritórios, e as irmãs tem que cuidar do serviço doméstico delas. Você tem que trabalhar de acordo com o horário deles e ver como introduzir os novos no grupo. Somente quando esses grupos forem formados haverá ali uma condição estável. Todas as regiões devem fazer o melhor que puderem para praticar esses pontos. Words of Training for the New Way, Vol. 2, Chapter 19, pp. 73-74

    C. Conectar os novos às casas dos santos para entrar na vida da igreja

    Atos 8:lb, 3a,

    l... Naquele dia, levantou-se grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém... 3 Saulo, porém, assolava a igreja, entrando de casa em casa...

    O que é a vida da igreja? A vida da igreja não é algo rígido e morto. Para uma reunião ser considerada uma parte da vida da igreja, nós não temos que levar os santos para o local de reunião. Não estou dizendo que não deveríamos levar as pessoas para o local de reunião. O que eu quero dizer é que a vida da igreja necessariamente não tem que ser experien-ciada no local de reunião. Se há alguns santos que moram perto do campus com uma sala de estar que possa receber umas quinze pessoas, e esse santo está disposto a abrir sua casa para os estudantes, então podemos levar os estudantes para ter a mesa do Senhor ali, e podemos cuidar dos estudantes ali. Vessels Useful to the Lord, Chapter 2, p. 49

    Se cuidarmos dessa maneira, o Senhor terá um testemunho vivo, não uma vida da igreja em locais grandes, mas a vida
    da igreja praticada em muitas casas. Cada casa se tornará uma estação do evangelho, uma estação da verdade, uma estação de vida e uma estação da vida da igreja. Espero ver que cada uma dessas casas possa ser uma estação para propagar o evangelho, a verdade, vida e a vida da igreja. The Lord's New Way and His Ministry Today, Chapter l

    Levar as pessoas primeiro para Cristo e então para a igreja

    ...Quando trabalhamos dessa maneira, devemos levar primeiro as pessoas para a casa do casal que vive próximo do campus. Lá podemos levá-los ao Senhor. Depois de termos levados ao Senhor, será fácil nós os treinarmos. Por meio desse treinamento, nós os levaremos para a vida da igreja. Na verdade, a casa do casal será o ponto de partida deles para a vida da igreja... The Collected Work of Witness Lee, Vol. 2 pp. 105-106

    Um preço básico a pagar

    Um preço básico que precisamos aprender a pagar em nossa busca diária é que os mais jovens devem receber ajuda dos mais velhos, e os mais velhos devem fazer o melhor possível para ajudar os mais jovens. Para ser tornar manifesto diante do Senhor como aqueles que estão verdadeiramente buscando crescimento espiritual, nós temos que cuidar dessas duas questões. Por um lado, devemos fazer de tudo para que possamos receber ajuda de quem quer que possa nos ajudar, e por outro, devemos fazer de tudo para que possamos ajudar quem precisa de nossa ajuda. Esse é o verdadeiro buscar. Porém, normalmente nossa situação é que os mais jovens procuram os mais jovens, enquanto que os mais velhos procuraram o mais velhos. Isso não é nem a verdadeira busca nem pagar o preço. How to be Useful to the Lord, Chapter 2, p. 20

    1. Entrar nas casas e corações dos santos mais velhos resulta em oração, apascentamento e progresso

    Filipenses 1:25
    E, convencido disso, sei que ficarei e permanecerei com todos vós para o vosso progresso e alegria da fé.

    2. Ver um padrão de Cristo vivido na vida diária

    ...Se os santos em cada localidade estiverem bem coordenados, os novos serão inspirados pelo que eles virem. Eles verão a verdadeira vida social, a vida comunal e a vida familiar. Nosso serviço em coordenação tocará, amolecerá e aquecerá o coração deles para receber a palavra viva e penetrante (Hb 4:12). Uma vez um principiante é levado para sua sala de estar, a maior parte do trabalho já é terminado. Preaching the Gospel on the CoIlege Campises, Chapter 2, pp. 27-28

    3. Ver o futuro deles

    Se os santos mais velhos na igreja puderem passar as lições que eles aprenderam do Senhor ao longo dos anos para os santos mais jovens, sem levar em conta como um fardo para o evangelho, o conhecimento da verdade ou uma porção no serviço, isso será maravilhoso. Dessa maneira, os santos mais velhos poderão descansar e dormir em paz, os jovens poderão funcionar adequadamente na igreja e os adolescentes e as crianças poderão crescer saudavelmente na igreja. Knowing Life and the Church, Chapter 9, p. 113

    III. A funcionalidade das casas (acessibilidade, realizabilidade, sustentabilidade)

    A. Humildes começos

    Zacarias 4:10a
    Pois quem despreza o dia dos humildes começos...

    Neemias 3:2-3

    2 E junto a ele edificaram os homens de Jericó; também ao lado destes edificou Zacur, o filho de Inri.

    3 Os filhos de Hassenaá edificaram a porta dos peixes, colocaram-lhe as vigas, e lhe assentaram os batentes, com seus ferrolhos e trancas.

    Uma igreja local é uma expressão do Corpo de Cristo numa determinada localidade composta de santos que principalmente se reúnem em pequenos grupos. The Condusion of the New Testament, Chapter 192, p. 2081

    Cada igreja conforme o próprio coração de Deus sustenta o selo da "mutualidade" em toda a sua vida e atividade. Mutualidade é sua característica excelente. The Collected Works of Watchman Nee, Vol. 30, Chapter 3, p. 47

    Não devemos esperar dez anos para pôr esses princípios em prática. Precisamos praticá-los imediatamente. De agora em diante todos nós devemos ir ao Senhor, orar e buscar Sua orientação sobre quem deve cuidar. A melhor maneira para ajudar as pessoas é abrir nossas casas e convidá-las. É especialmente fácil ajudar os estudantes dessa maneira. Devemos convidar um ou dois, não muitos. Se sentirmos a necessidade, podemos convidar um ou dois irmãos para nos ajudar. Devemos praticar isso a longo prazo, sema-nalmente ou quinzenalmente, e não esperar um sucesso rápido. Serving in the Meetings and in the Gospel, Chapter 4, pp. 49-50

    Devemos considerar todas as pessoas que conhecemos e escolhermos dois ou três incré-dulos para cuidarmos ao logo do ano. Não devemos cuidar de muitos. A melhor maneira para fazer isso é abrir nossas casas e convidá-los. Isso é especialmente verdade para estudantes. Se quisermos morar no ou perto de um campi e ter um caminho para contatar as pessoas, será fácil levá-los ao Senhor convidando-os para nossa casa. Novamente, nós não devemos convidar muitos, talvez apenas dois ou três ou até mesmo um. Então saberemos qual é a melhor maneira para contatá-los. Se cuidarmos de determinada pessoas dessa maneira e a convidarmos para nossa casa, ela será salva na metade de um ano. Aprenda a fazer isso. Serving in the Meetings and in the Gospel, Chapter 5, p. 63

    B. Uma reunião onde o nutrir e o cuidar podem acontecer

    Ao mesmo tempo você deve ter cuidado para não trazer a atmosfera das reuniões grandes para as reuniões de casa. Reuniões grandes devem ser realizadas de maneira ordenada. Em contraste, as reuniões de casa são caracterizadas pela desorganização delas, e não importa se as reuniões se arrastarem por um pouco mais. Nós realmente devemos aprender a nos reunir com os novos como uma família e falar sobre coisas juntos, condu-zindo-os e os ajudando quando uma necessidade surge, mas sem substituí-los. The Furtherance of the New Way for the Lord's Recovery, Chapter 6, p. 80

    Além disso, podemos abrir nossas casas uma noite na semana para permitir os santos relaxarem e ficarem confortáveis. Não devemos tomar qualquer outra coisa como nosso desfrute. Devemos ler a Bíblia, discutir as verdades da Bíblia, fale do Senhor Jesus, e dar testemunhos, e podemos tocar piano para acompanhar cantando nossos hinos. Esse é o caminho da benção. Three Crucial Matters for the Increase and Building Up of the Church, Chapter 4, p. 54

    Quer esteja na Alemanha, Japão ou América, em todos os lugares há jovens; o que eles buscam é principalmente a verdade. Hoje enquanto trabalhamos, nós temos que aprender o segredo, que embora muitas coisas possam despertar os jovens, o que os prende, o que lhes dá satisfação duradoura, e os edificam é a verdade. Speaking for God, Chapter l, p. 20

    Precisamos entender que o elemento da não-uniformidade é a maior característica dos pequenos grupos. Essa é uma característica muito distintiva dos pequenos grupos. Significa que os pequenos grupos podem cuidar de cada santo no grupo. Essa é a razão de dizermos que os pequenos grupos são o pulsar da vida da igreja...

    Ainda assim, percebemos que é esse elemento "desorganizado" que traz os novos... Não tememos o elemento assim chamado "desorganizado" nos pequenos grupos pequenos. Uma vez que os pequenos grupos se tornam uniformes, as exigências aumentam, e fica difícil trazer os novos. O fato é que os pequenos grupos são um tanto desorganizados, que prova que os novos estão sendo trazidos. Para cuidar da condição de todos, cada um pode chegar cedo ou tarde o quanto ele quiser. Crucial Words of Leading in the Lord's Recovery, Book 1: The Vision and Definite Steps for the Practice of the New Way, Chapter 4, pp. 95-96


    Referência Bibligráfica:

    Leitura do Ministério para Reunião de Grupo - 2011 Austin, TX.

    quarta-feira, 10 de agosto de 2011

    O Único Ministério NÃO é o ministério do irmão Witness Lee

    O termo “O Único Ministério” ou “Ministério Único” tem sido mal compreendido nos dias atuais, sendo interpretado por muitos santos como se fosse o ministério do irmão Witness Lee. Deveras a bíblia revela apenas um ministério: “Pelo que, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos” (2 Co 4:1). Quando fala “este ministério” no singular, se refere ao ministério revelado no novo testamento que também são vários: “E há diversidade de ministérios” (1 Co 12:5 – IBB – Ver.). Por isso, é importante a compreensão adequada do termo ministério, no singular, e ministérios, no plural.

    Este Ministério é o Ministério Neotestamentário, que significa que é o ministério do Novo Testamento, também conhecido como Ministério da Nova Aliança (2 Co 3:16). E se trata de um Ministério que transmite vida e edificação aos ouvintes, por isso, é conhecido também como o Ministério do Espírito (2 Co 3:8). Este ministério é dispensado plenamente a todos aqueles que buscam Cristo em retidão, eis o motivo de ser mencionado na bíblia como Ministério da Justiça (2 Co 3:9). E por fim, este ministério é o próprio Cristo revelado no capítulo 4, versículo 12 na carta de Paulo aos Efésios (Sugiro a leitura atenta da terceira nota de rodapé do referido versículo), que é o único conteúdo deste ministério!

    Equação Matemática do Ministério
    O MINISTÉRIO (Ef 4:12) = ÚNICO MINISTÉRIO (2 Co 4:1) = MINISTÉRIO NEOTESTAMENTÁRIO (2 Co 3:16) = MINISTÉRIO DO NOVO TESTAMENTO (2 Co 3:16) = MINISTÉRIO DA NOVA ALIANÇA (2 Co 3:16) = MINISTÉRIO DO ESPÍRITO (2 Co 3:8) = MINISTÉRIO DA JUTIÇA (2 Co 3:9) = MINISTÉRIO DA ERA = CRISTO

    No capítulo vinte e seis do estudo-vida de 2 Coríntios, o irmão Witness Lee apresenta o que significa O Ministério, e no capítulo vinte e sete declara de forma simples que este ministério Neotestamentário não se confunde com o seu ministério. Embora não possamos mais dispor de seu ministério, pois o ministério de uma pessoa perdura durante a vida, como ele já faleceu, o que temos hoje é O RESULTADO do seu ministério, o seu legado escrito, e reproduzido com recursos áudio visuais. Vale ressaltar, que existem cooperadores que dão continuidade ao resultado do seu ministério e, por isso, também NÃO possuem o monopólio do ministério em suas mãos, muito menos da edificação do Corpo de Cristo.

    Embora também não possamos dispor dos diversos ministérios de vários servos de Deus que já dormiram no Senhor, podemos desfrutar do resultado que os mesmos deixaram pela eternidade, ainda mais se tratando do legado deixado pelos irmãos Nee e Lee e suas exponenciais contribuições para o Corpo e Cristo. Recomendo também a leitura do texto Diferença entre o Ministério e os Ministérios no Novo Testamento. Segue a leitura dos Capítulos 26 e 27 do estudo-vida de segunda aos Coríntios.

    Pelos interesses de Cristo,

    Kleydson Feio


    ESTUDO-VIDA DE SEGUNDA CORÍNTIOS

    MENSAGEM VINTE E SEIS

    A ESSÊNCIA DO MINISTÉRIO DA NOVA ALIANÇA (2)

    Leitura Bíblica: 2 Co 3:3, 6-9, 18; 4:1

    MINISTÉRIO E MINISTÉRIOS

    Hoje muitos cristãos falam sobre diferentes ministérios e de receber todo o tipo de ministério. A questão de ministério e ministérios não é simples. Conforme 2 Coríntios, há somente um ministério, o ministério único. Em 4:1, Paulo diz: “Pelo que tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos”. Por um lado, ele diz “desfalecemos”, no plural; por outro, diz “este ministério”, no singular. Segundo esse versículo, há muitos ministérios. Entretanto, em 1 Coríntios 12:5 (IBB-Ver.), Paulo diz: “E há diversidade de ministérios”.
    Como pode ser que o ministério é único e ainda haja muitos ministérios? A resposta é que o Novo Testamento, Deus tem somente uma operação. Ademais, Ele tem somente um ministério para levar a cabo a Sua única operação. Todos os apóstolos: Pedro, Tiago, João, Paulo, Timóteo, levaram a cabo o mesmo ministério. Pedro não levou a cabo um ministério, Paulo outro, e Timóteo ainda outro. Essa é a situação entre os pregadores, mestres e ministros hoje, que levam a cabo ministérios diferentes.

    Por haver diferentes ministérios, há várias denominações. Os batistas levam a cabo o ministério batista para cumprir a operação batista. Os presbiterianos levam a cabo outro ministério para realizar a operação presbiteriana. O mesmo ocorre com os episcopais, luteranos e metodistas. Todas essas denominações executam diferentes ministérios a favor de suas próprias operações. De acordo com o Novo Testamento, essa prática não esta correta. O Novo Testamento revela que há um único ministério. Hoje, as igrejas locais não executam diferentes ministérios para realizar muitas operações. Deus tem uma só operação a ser levada a cabo pelo único ministério.

    Agora precisamos ver o que faz esse único ministério do Novo Testamento: ele serve Cristo aos outros Inscreve Cristo nas pessoas como o Espírito em seu interior e como justiça exteriormente. Essa é a função do único ministério. Ao pregar o evangelho, devemos pregá-lo dessa forma. Assim também, ao ensinar a Bíblia, edificar os santos ou as igrejas, devemos fazê-lo dessa forma. Toda a nossa obra na vida da igreja deve ser inscrever Cristo nos santos. Com relação a isso, não temos vários ministérios.

    Embora o Novo Testamento indique claramente que o ministério é um e único, também fala de diferentes ministérios. Estes se referem aos serviços na igreja. Quando 1 Coríntios 12:5 fala de ministérios isso quer dizer os diferentes serviços (Compare a IBB-Ver. com a VRA nesse versículo). Na vida da igreja, os santos estão envolvidos em diferentes serviços. Por exemplo, alguns cuidam das crianças. Esse é um serviço. Alguns pastoreiam os mais jovens ou os mais fracos. Esse é outro serviço. Todos esses serviços, entretanto, levam a cabo o único ministério, o único serviço. Como vimos, a função do único serviço é ministrar Cristo ao povo escolhido de Deus. De que forma devemos cuidar das crianças? Devemos fazer isso ministrando-lhes Cristo. De modo semelhante, como devemos pastorear os mais jovens ou os mais francos? Ao pastorear, devemos ministrar Cristo aos outros. Mesmo quando as irmãs se reúnem para orar, todas devem ministrar Cristo. Os muitos serviços visam o único serviço; os muitos ministérios visam o único ministério.

    Aceitamos todos os ministérios que cumprem o único ministério com vistas à operação de Deus, mas não podemos aceitar um ministério que busque estabelecer ou realizar algo diferente da única operação de Deus. Por exemplo, não podemos aceitar um ministério que tenha como objetivo o estabelecimento da denominação presbiteriana; tampouco ministérios que busquem executar operações batistas, luteranas ou episcopais. São facciosos; portanto, não podemos aceitá-los. Os ministérios que aceitamos são os que visam ao único ministério neotestamentário.

    Se você atentar par essa maneira de entender o ministério e os ministérios, e ler todo o Novo Testamento de novo, principalmente as Epístolas, verá que é uma maneira precisa. Eu o encorajo a estudar as Epístolas seguindo essa linha, prestando especial atenção às palavras ministério e ministérios. Se fizer tal estudo, verá que os vários ministérios, ou serviços, visam todos levar a cabo o ministério único da nova aliança.

    Para levar a cabo a economia neotestamentária de Deus, o ministério é unicamente um, mas para cumprimento desse único ministério, principalmente na vida da igreja, há a necessidade de muitos serviços, de vários ministérios. Novamente, porém, quero enfatizar que os vários ministérios e serviços visam levar a cabo o único ministério que é o ministério da nova aliança. Esse ministério inscreve nos santos o Deus todo-inclusivo, que é o Espírito em nós, e a justiça, que é a expressão exterior.


    UM MINISTÉRIO DE INSCREVER

    Como já ressaltamos, na mensagem anterior, o Espírito e a justiça são dois aspectos da essência inscrita em nós pelo ministério da nova aliança. O Espírito vivo é o aspecto interior e a justiça perfeita é o aspecto exterior. A essência do ministério da nova aliança inclui os dois aspectos: o Espírito e a justiça.
    Nosso ministério nas igrejas locais tem de ser um ministério de inscrever. Não deve ser mero ensinamento. Se somente ensinarmos os outros, a essência divina não será inscrita neles. O ensinamento não exige nenhuma essência; inscrever, entretanto requer uma essência, assim como escrever com caneta exige tinta. Se você tentar escrever com uma caneta vazia, não haverá palavras no papel. Para escreve, precisamos ter a tinta como essência da escrita. Então quanto mais escrevermos, mais palavras serão inscritas no papel. Igualmente, precisamos ter a essência divina a fim de inscrevê-la no ser dos santos.

    O ministério de inscrever é único e a essência usada para inscrever, também. Pedro não inscreveu de um modo e com uma essência, e Paulo de outro modo com outra essência. Não; os apóstolos não estavam divididos; tampouco eram facciosos; antes, todos inscreveram do mesmo modo com a mesma essência. Contudo, os pregadores de hoje inscreverem de modo diferente e com ensinamentos diferentes. Como consequência, quanto mais ensinam e pregam, mais divisões são produzidas. Por isso, o inscrever único tem de ser com a essência única.

    O DEUS TRIÚNO PROCESSADO COMO A ÚNICA ESSÊNCIA INSCRITA EM NÓS

    Qual a única essência que deve ser inscrita nos santos? É o Deus Triúno como o Espírito. O termo “o Espírito”, usado no Novo Testamento, é muito significativo. Ele denota o Deus Triúno processado como Espírito que dá vida todo-inclusivo.
    Em Gênesis 1:2, lemos sobre o Espírito de Deus. Em outros lugares, o Antigo Testamento fala do Espírito de Jeová. No Novo Testamento, o termo Espírito Santo é usado. Então, em Atos 16:7 lemos sobre o Espírito de Jesus; em Romanos 8:9, sobre o Espírito de Cristo; em Filipenses 1:19, sobre o Espírito de Jesus Cristo. Em Romanos 8, somos incumbidos de andar no Espírito. No Novo Testamento, a ênfase não está em andar no Espírito Santo ou no Espírito de Deus, e, sim, no Espírito. Por fim, na conclusão da Bíblia, em Apocalipse 22:17, lemos sobre o Espírito e a noiva. Assim, a Bíblia termina com uma palavra não sobre o Espírito de Deus, ou o Espírito Santo, mas o Espírito. O Espírito em Apocalipse 22:17 é o Deus Triúno processado.
    Percebo que é problemático para a mente religiosa falar cobre Deus ser processado. Lembro-me da primeira vez que usei o termo processado acerca do Deus Triúno numa mensagem. Depois, fiquei pensando se não tinha sido ousado demais ao dizer que Deus é processado. Nessa mensagem, enfatizei que Deus não é mais “não processado”, isto é, “cru”. Hoje, Deus é o Deus processado, mas depois de ter ponderado sobre essa questão mais a fundo e orado acerca disso, tive a profunda sensação interior, creio que do Espírito, de que se não tivesse usado o vocábulo processado, não teria encontrado termo melhor. Disse para mim mesmo: “Se você não usar termos como cru e processado, como será capaz de dar mensagens acerca de Deus Triúno como seu desfrute? Como será capaz de expressar a verdade a respeito dos passos dados por Deus para se tornar o Espírito todo-inclusivo? Será que você é tímido e teme oposição e críticas?” Por isso, depois de muito orar e ponderar, senti confirmação para usar esse termo. Recentemente, soubemos que William Law e Andrew Murray também usaram esse termo em seus escritos.

    Na Bíblia, certos termos não são usados; todavia, há fatos que nos dão motivos para usar termos específicos para descrevê-los. Por exemplo, o termo Trindade não pode ser encontrado na Bíblia. Não obstante, a Bíblia revela a Trindade. Há um só Deus, mas Ele é o Pai, o Filho e o Espírito. Isso não é a Trindade? Certamente é. A Trindade, de fato, não que dizer três em um, mas três-um. O adjetivo de trindade é triúno, composto de dois radicais latinos: tri (três) e uno (um). Portanto, triúno significa três-um, e não três em um. Uma vez que a Bíblia revela que Deus é triúno, que há de errado em usar o termo Trindade para falar de Deus como Pai, Filho e Espírito? Precisamos ter algum termo para expressar tal fato. No mesmo princípio, a Bíblia não usa o termo processado com respeito ao Deus Triúno. Contudo, revela o processo de Deus.

    Enquanto lutava quanto ao uso do termo processado, refleti sobre a encarnação de Cristo. Cristo, o Deus eterno, foi concebido no ventre de uma virgem e nasceu numa manjedoura em Belém. Ele, então, viveu na terra por trinta e três anos e meio. Por fim, foi crucificado e sepultado num túmulo. Depois de visitar o Hades, surgiu em ressurreição. Enquanto ponderava sobre tudo isso, disse para mim mesmo: “Se isso não é um processo, então que é? Visto que é um processo, você tem de ser ousado em usar esse termo em suas mensagens”.
    Que há de errado em dizer que Deus hoje é o Deus processado, que Ele não é mais o Deus não processado, o Deus “cru”? Se pescar um peixe e levá-lo para casa, o peixe estará cru. Mas depois de cozinhá-lo e servi-lo no jantar, já não será um peixe cru, mas processado. Nosso Deus não é mais cru. Em Gênesis 1, Ele era o Deus cru. Na verdade, em todo o Antigo Testamento Ele era cru; não tinha ainda sido “cozido”. Ele não tinha ainda sido processado mediante encarnação, viver humano, crucificação e ressurreição.

    A encarnação de Cristo foi parte do Seu processo. Sua concepção no ventre de Maria e Seu nascimento em Belém foram aspectos desse processo. Por nove meses, Ele esteve no ventre de uma virgem. Isso foi um processo. Isso foi um processo. Ele, então, viveu na terra por trinta e três anos e meio. Quando foi crucificado, esteve na cruz por seis horas. Depois ficou no túmulo por três dias. Tudo isso não é um processo? Alguns podem dizer que a encarnação, viver humano, crucificação e ressurreição do Senhor foram simplesmente procedimentos, não processo. De acordo com essa maneira de entender, a encarnação foi um procedimento pelo qual Deus se tornou homem, e crucificação foi outro, pelo qual o Redentor morreu pelos nossos pecados. Mas mesmo se você mudar a palavra processo para procedimento, os fatos permanecem os mesmos. Além disso, esses procedimentos, se usar esse termo, constituem, na verdade, um processo.
    O ESPÍRITO E A NOIVA

    No Novo Testamento, o Espírito representa o Deus Triúno processado. Na verdade, Ele é a expressão final e máxima do Deus Triúno processado. Vimos que Apocalipse 22:17 diz: “O Espírito e a noiva dizem: Vem!” Não há, em linhagem humana, expressão mais grandiosa que essa. O Espírito é a expressão final e máxima do homem tripartido transformado. Na época de Apocalipse 22:17, o Deus Triúno processado e o homem tripartido transformado se casarão e se tornarão um casal universal. Isso quer dizer que os dois se tornarão um. Que casamento não será! Será o maior casamento no universo, e todos estamos convidados.

    O Espírito, como o Deus Triúno processado, é a essência inscrita em nosso ser. Visto que essa essência foi inscrita em nós, não podemos permanecer os mesmos. Ocorre uma transformação em nós. Talvez, mesmo ao ler esta mensagem, um pouco da essência divina tenha sido inscrita em você. Talvez você não se lembre dos tópicos da mensagem, mas o que foi inscrito em você de essência divina nunca será apagado.
    A essência divina inscrita em nós por todos os anos nas igrejas locais terá uma expressão específica, que é justiça. Quando temos justiça como expressão da essência inscrita em nós, tornamo-nos corretos para com Deus, com os outros e para com tudo na vida diária. Isso quer dizer que o Deus que em nós habita se torna a nossa justiça, para ser nossa aparência e expressão. Essa expressão é a imagem de Deus. O Espírito e a Justiça constituem a essência do ministério da nova aliança.


    ESTUDO-VIDA DE SEGUNDA CORÍNTIOS

    MENSAGEM VINTE E SETE

    DO MINISTÉRIO DO ESPÍRITO COMO SUPRIMENTO DE VIDA, E DA JUSTIÇA COMO EXPRESSÃO DE DEUS (1)

    Leitura Bíblica: 2 Co 3:8-9, 18; 5:21; Cl 3:10; 1Co1:30; 15:34; Rm 8:2,4; 14:17; Fp 1:19; 3:9; Ap 19:7-8; Ef 4:24; Mt 5:6, 10, 20.

    O ministério da nova aliança é algo muito grandioso. Inclui todo o Novo Testamento com vinte e sete livros. Nas mensagens anteriores, vimos, em 2 Coríntios 3, que na era do Antigo Testamento havia somente um único ministério de morte e condenação. Os cristãos, todavia, sempre acham que no Antigo Testamento havia três ministérios: o do sacerdócio, o da realeza e o dos profetas. Eles têm esse conceito porque o Antigo Testamento havia três ministérios: o do sacerdócio, o da realeza e o dos profetas. Eles têm esse conceito porque o Antigo Testamento fala de três tipos de pessoas no Antigo Testamento, muitos estudiosos e mestres da Bíblia pensam que havia três ministérios.

    Paulo considerava todo o Antigo Testamento como a lei. Em 1 Coríntios 14:21, ele diz: “Na lei está escrito: Falarei a este povo por homens de outras línguas e por lábios de outros povos, e nem assim me ouvirão, diz o Senhor”. Nesse versículo, ele cita um trecho do livro de Isaías. Embora Isaías fosse um profeta, Paulo refere-se ao seu livro como a lei. Isso indica que os livros dos profetas também eram considerados parte da lei. Na verdade, todo o Antigo Testamento era considerado a lei. Isso prova que a na época do Antigo Testamento havia um único ministério: o ministério da antiga aliança, o ministério de morte e condenação.

    O ÚNICO MINISTÉRIO DO NOVO TESTAMENTO

    No Novo Testamento há também um único ministério. Os doze apóstolos o tinham. Após Judas ter traído o Senhor e cometido suicídio, Pedro levantou-se e disse que Judas era contado com eles e “teve parte neste ministério” (At 1: 17). Eles então oraram para o Senhor mostrar quem Ele escolhera pra “preencher a vaga neste ministério e apostolado” (v. 25). Isso indica que os apóstolos todos tinham um único ministério, e não que Pedro tivesse um, João outro e Tiago ainda outro. Se fosse assim, os doze teriam tido doze ministérios diferentes. Não; eles tinham um só ministério, o único ministério. Por fim, mais apóstolos foram levantados pelo Senhor. O mais proeminente deles foi Paulo. Ele e seus cooperadores também tinham o mesmo ministério, o ministério único da nova aliança. Por isso, no Novo Testamento há muitos apóstolos, mas há um só ministério. Esse ministério da nova aliança é um ministério do Espírito e de justiça.

    Através dos séculos houve somente dois ministérios: o da antiga aliança e o da nova. Contudo, entre os cristãos hoje há vários ministérios. O motivo de terem sido divididos em grupos e denominações é que inventaram muitos ministérios. Toda denominação tem um ministério episcopal, os metodistas, o ministério metodista, e os batistas presbiterianos e pentecostais têm cada qual o seu.
    Hoje alguns que se consideram de mente aberta, querem abraçar todos os ministérios para provar que não são restritos, sectários ou facciosos. Querem ser todo-inclusivos e recebem ministérios do catolicismo, da igreja Ortodoxa Grega, de denominações protestantes e de todos os grupos independentes. Isso contrasta com o ministério da nova aliança, que é único. Ele é único em natureza, essência, função e propósito.

    Em que ministério estamos? Especificamente, que ministério você tem? Com certeza, nenhum de nós diria que estamos no ministério de morte e condenação da antiga aliança. Você está no ministério do catolicismo? Da Igreja Ortodoxa Grega? De alguma das denominações protestantes?

    Os que têm o ministério batista, certamente enfatizarão o batismo por imersão. Os que estão no ministério episcopal por certo serão a favor de bispos. De modo semelhante, os que têm o ministério presbiteriano serão a favor da administração por intermédio do presbitério. Quem está nessas denominações pratica esses ministérios. Além disso, elas foram estabelecidas para levar a cabo tais ministérios. Os pentecostais também têm o seu ministério, que ressalta o falar em línguas, cura e milagres. Mas nenhum deles é o único ministério da nova aliança. Será que o ministério da nova aliança é de batismo por imersão? é de bispos, do presbitério ou de falar em línguas? Com certeza, a resposta para todas essas perguntas é não. O ministério da nova aliança é totalmente do Espírito e de justiça. É o ministério único do Novo Testamento.

    Quando dizemos que o ministério da nova aliança é único, não queremos dizer que é de uma única pessoa. Por exemplo, é uma infâmia acusar-me de dizer que o único ministério hoje é de Witness Lee. Não dizemos isso e não queremos dizer isso. Por único ministério, o da nova aliança, queremos dizer o ministério do Espírito e de Justiça. Quem quer que ministre o Espírito e a justiça aos outros faz parte do único ministério, não importa quem seja. Pedro, João, Tiago, Paulo, Timóteo, Tito, Apolo, todos tinham um único ministério. Os ministros são muitos, mas o ministério é único. Já que você ministra o Espírito e justiça aos outros, está neste único ministério.
    Muitas vezes, tem me sido perguntado algo assim: “Irmão Lee, você diz que o ministério é único. Isso significa que há apenas um único ministério. Quando diz que o ministério é único, você quer dizer que seu ministério é o único ministério?” Alguns que me questionam dessa forma talvez pensem que me considero um Joseph Smith, fundador do mormonismo. Sempre respondi a essa pergunta, dizendo: “Não, definitivamente não quero dizer que o meu ministério é o único”.

    Outros ainda me perguntam se aceito todos os ministérios. A resposta é que não aceitamos todos os ministérios. Então alguns podem dizer: Por um lado, você diz que seu ministério não é o único. Por outro, não aceita todos. Que você prática, então, com relação ao ministério?”Uma vez que os que fazem esta pergunta podem ser carentes de conhecimento e também estejam sob efeito entorpecedor dos conceitos tradicionais, não é fácil explicar-lhes a questão. Posso dizer para mim mesmo: simplesmente sou o que sou, mas vocês estão entorpecidos e não conseguem entender o que o Novo Testamento diz acerca do ministério”. O ministério da nova aliança é único; é o ministério do Espírito e de justiça. Embora não aceitemos todos os ministérios, realmente aceitamos os que de fato ministram o Espírito e a justiça.

    O que falo nesta mensagem acerca do ministério é algo novo e também antigo. É antigo porque já existe há quase dois mil anos. Por outro lado, é novo porque é algo perdido e recuperado. Somos gratos ao Senhor por Ele ter restaurado a verdade a respeito do ministério. Somos gratos a Ele por mostrar-nos, em 2 Coríntios 3, que na Bíblia há dois ministérios: o da antiga aliança, de morte e condenação; e o da nova aliança, do Espírito e de justiça.


    Como cristão, ou como alguém que considera ter um ministério, que ministério você tem? Se não estiver no ministério da nova aliança isto é, no ministério que ministra Cristo como Espírito que dá vida e como justiça aos outros, então você precisa dizer-nos que ministério tem. Em qual ministério você está? Se não estiver no ministério do Espírito e de justiça ou no de morte e condenação, então em qual ministério você está? Alguns podem dizer que têm o ministério de pregar o evangelho. Essa resposta não é adequada. Você deve ser capaz de dizer que o seu ministério de pregar o evangelho é para o único ministério da nova aliança no qual você ministra Cristo aos outros como o Espírito e a justiça. É melhor não dizer que temos o ministério de pregação do evangelho; pelo contrário, devemos dizer que nossa pregação do evangelho é parte do único ministério da nova aliança.


    O ESPÍRITO COMO SUPRIMENTO DE VIDA

    Alguns cristãos vêem o ministério o Espírito, primordialmente, como um ministério do Espírito como poder. Eles esperam que, quando falemos no poder do Espírito, muitíssimas pessoas sejam ganhas pelo Senhor. Mas o ministério do Espírito em 2 Coríntios 3 é do Espírito como vida e suprimento de vida. Minha base para dizer isso está no versículo 6, onde Paulo diz que Deus “nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica”. Ele não diz que o Espírito dá poder, faz milagres ou infunde dons. Ele declara que o Espírito dá poder, faz milagres ou infunde dons. Ele declara que o Espírito dá vida. Em outro lugar nesse capítulo, o Espírito também está relacionado com vida, não com poder, dons ou milagres.

    Essa forma de entender o Espírito como suprimento de vida é confirmada na palavra de Paulo em Filipenses 1:9: “Porque estou certo de que isto mesmo, pela vossa súplica e pela provisão do Espírito de Jesus Cristo, me redundará em libertação”. Nesse versículo, Paulo não fala de poder ou capacidade, mas da provisão do Espírito.
    Enfatizo isso porque muitos cristãos têm um conceito errado do Espírito e pensam Nele principalmente como fonte de poder, habilidade ou impacto. Por exemplo, alguns grupos ressaltam o que chamam de ser “morto” -Atividade em que cristãos individualmente sentiram-se dominados e vencidos pelo Espírito e, como se antes fossem inimigos de Deus, foram derrotados e mortos pelo Espírito. (N.T.)- Espírito”. Uma mulher era especialmente bem conhecida nessa questão. Isso é o Espírito como provisão, como suprimento de vida? Certamente não.

    Pouco depois de eu ter começado a ministrar neste país em 1962, fui convidado para falar a um grupo cristão em San Diego. Algumas pessoas lá me encorajaram a ir a determinado lugar no Texas, onde muitas coisas miraculosas supostamente estavam acontecendo. A alegação era que, de forma miraculosa, os dentes de uma pessoa receberam obturação de ouro, e os demais, presentes na reunião, até sentiram o cheiro de ouro. Entretanto, quando lhes perguntei, não foram capazes de confirmar esse relato. Além disso, disse-lhes que se isso de fato tivesse acontecido, isso teria sido noticiado nos jornais. Também disse que se nosso Deus quisesse “obturar” nossos dentes, por que não simplesmente recupera-los de forma adequada em vez de usar ouro? Deus com certeza nunca curaria os dentes de alguém enchendo-os de ouro. Não dêem ouvidos a relatos falsos como esse.

    Em 2 Coríntios, Paulo não fala de dons ou milagres, mas do Espírito que dá vida. Em 1 Coríntios ele menciona o falar em línguas, por exemplo, com a intenção de limitar essa prática nas reuniões da igreja. Em 2 Coríntios porém, ele não diz palavra alguma sobre falar em línguas. A ênfase nesse livro está no Espírito como suprimento de vida. O ministério da nova aliança é questão do Espírito como suprimento interiormente e da justiça como expressão de Deus exteriormente.


    O MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

    Em 2 Coríntios 3:8 Paulo fala do ministério do Espírito, e no versículo 9, do ministério da justiça. Podemos entender o que seja o ministério do Espírito, mas que é o ministério da justiça? Você sabe o que Paulo quer dizer com isso? Anos atrás, não conseguia entendê-lo. Pensava que, por ministério da justiça, ele queria dizer o ministério da justificação, já que nesse capítulo parece haver um contraste entre condenação e justificação. Mas em vez de justificação, ele fala de justiça. Se tivesse dito que o ministério da nova aliança era de justificação, seria fácil entender o sentindo. Logo veríamos que o ministério da lei condenava: é o ministério da condenação. Mas o ministério da nova aliança justifica as pessoas: é o ministério da justificação. Já que Paulo diz em 2 Coríntios 3 que o ministério da nova aliança é um ministério da justiça, e não de justificação, precisamos tentar entender seu significado. Com certeza, é muito significativo que o ministério da nova aliança seja do Espírito e da justiça.
    Se quisermos entender o que é o ministério da justiça, precisamos primeiro ter uma compreensão adequada de justiça. Justiça é estar correto. Quando temos o Espírito vivendo, movendo-se e agindo em nós de modo real e substancial, então automaticamente estamos corretos para com Deus, com os outros e com nós mesmos. Essa maneira de entender justiça está correta, mas não é adequada. Daí precisarmos passar a ver algo mais acerca da justiça.

    TORNAR A SOBRIEDADE, COMO É JUSTO

    Em 1 Coríntios 15:34, Paulo diz: “Tornai-vos à sobriedade, como é justo, e não pequeis; porque alguns ainda não tem conhecimento de Deus”. Nesse versículo, tornar à sobriedade é sair do estupor alcoólico, é parar, como é justo, de estar bêbado. Toda pessoa espiritualmente dormente não está correta para com Deus, com os outros, consigo mesma ou com a igreja. O contexto desse versículo é o que Paulo disse acerca da ressurreição. Dizer que não há ressurreição ofende a Deus e o homem, e é um pecado. Assim o apóstolo advertiu os coríntios transviados a tornar à sobriedade desse pecado a fim de estar corretos para com Deus e o homem. Eles estavam injustamente bêbados na letargia da heresia de não haver ressurreição. Precisavam sair dessa letargia.

    Admitir o conceito herético de que não há ressurreição é permitir que o ego seja entorpecido, seja colocado numa condição entorpecedora. É também estar dormente. Os que estão em tal dormência entorpecedora falam de maneira desconexa a respeito da ressurreição. Como consequência, não estão corretos para com Deus, com a igreja ou com eles mesmos. Antes, ofendem a Deus, a igreja e até os parentes. Os que estão entorpecidos sempre causam problemas sem o perceber. Por isso, Paulo exorta os coríntios a despertar, a tornar a sobriedade com é justo.

    Que quer dizer tornar a sobriedade com é justo? Quer dizer tornar a sobriedade para ser correto para com Deus, com os outros e com nós mesmos. Um crente que é sóbrio na justiça é correto com a esposa, os filhos, os vizinhos, com todos os santos, com a igreja e também consigo mesmo. Os que não está corretos de todas essas maneiras, estão em estupor, em letargia.

    EXPERIMENTAR O MNISTÉRIO DO ESPÍRITO NA VIDA DA IGREJA
    Se não tivermos o ministério da nova aliança, não teremos o Espírito e não teremos justiça. Antes de entrar na vida da igreja e receber o ministério na restauração do Senhor, quanto você experimentou do Espírito como suprimento de vida em você? É claro, como uma pessoa salva, você teve o Espírito habitando em você, mas provavelmente ao teve muita consciência de que o Espírito era vivo, ativo, real, e substancial em você. Muitos podem testificar que após entrar na vida da igreja, começamos a perceber que há em nós algo vivo, real e substancial. Esse é o Espírito em nós operando e fanzendo-nos jubilosos, tranquilos e descansados. Esse é o Espírito da vida ministrado a nós como suprimento de vida pelo ministério na restauração do Senhor.

    Antes de experimentar o Espírito dessa forma, talvez fosse sempre fácil para você discutir com o cônjuge, mas, se experimentar o Espírito como suprimento de vida, algo o restringirá interiormente quando quiser discutir. Por exemplo, uma irmã pode ser tentada a culpar o marido, mas lá no fundo percebe que devia entrar no quarto e orar. Essa experiência advém do Espírito como suprimento de vida ministrado a nós pelo ministério da nova aliança.

    Talvez numa reunião da igreja, nenhuma palavra seja proferida acerca do Espírito como suprimento de vida. Você pode não ter consciência do Espírito que lhe é ministrado, mas embora nada seja dito sobre isso, é, não obstante, um fato que na reunião o Espírito lhe é ministrado. Há um ministério na restauração que inscreve o Deus Triúno processado como Espírito que dá vida em nosso ser.
    Frequentemente nas reuniões da igreja recebemos o suprimento do Espírito sem estar cientes desse fato. Posso testificar que muitas vezes voltei para casa após a reunião um pouco descontente. Parece que fiquei zangado com todos e com tudo. Contudo, algo em mim movia-se e estava vivo. Era o Espírito que dá vida que experimentei na reunião. Mesmo quando estamos zangados ou descontentes, esse Espírito opera em nós. Se nos voltarmos ao Senhor e dissermos “Senhor”, nosso descontentamento e ira serão absorvidos. Isso advém do Espírito que dá vida em nós ministrado, mesmo sem consciência disso.

    Visto que recebo o suprimento do Espírito que dá vida nas reuniões da igreja, é raríssimo eu perder reunião. Para mim, não importa quem ministre, meu único desejo é estar na reunião e receber o suprimento. Particularmente, desfruto muito a reunião de oração da igreja em Anaheim. Nela, o Espírito infunde-Se em mim e me satura. Depois, parece que tudo é dourado, e em mim a árvore da vida cresce e o rio da vida flui. Embora não haja mensagem ou palavra de encorajamento, o Espírito que dá vida é ministrado ao meu ser. Muitos podem testificar dessa experiência.


    TORNAR-SE JUSTO

    Como resultado de experimentar o Espírito a viver e operar em nós, tornar-nos justos. Espontaneamente nosso ser interior torna-se transparente e límpido, e passamos a conhecer o coração de Deus. Imediatamente, sem esforço, conhecemos a mente do Senhor e temos uma compreensão clara de Sua vontade e obra. Então, tudo o que fizermos estará de acorde com a mente e vontade do Senhor. Isso é justiça.
    Muitos cristãos têm o conceito de que quando fazemos algo errado, não estamos corretos para com Deus. Esse conceito de justiça é superficial demais. Mesmo quando não fazemos nada de errado, podemos não estar corretos para com Deus, porque o nosso ser talvez não esteja na mente e vontade do Senhor. Nesse caso, aparentemente não estamos errados em nenhum aspecto, mas todo o nosso ser pode estar muito aquém de estar correto para com Deus. Podemos não estar de acordo com a mente do Senhor, e o que fazemos pode não ser a sua vontade. Uma vez que não fazemos a vontade de Deus, não estamos corretos. Em vez disso, desperdiçamos a vida e tudo o que o Senhor nos deu.

    Suponhamos que um jovem não faça nada de errado na escola, mas não estude adequadamente. Ademais, fica distraído na aula. Embora não faça nada de errado, ele está mais errado do que os outros alunos. Exteriormente, ele não está errado, mais interiormente todo o seu ser está errado, ele está mais errado do que os outros alunos. Exteriormente, ele não está errado, mas interiormente todo o seu ser está errado. No mesmo princípio, exteriormente muitos santos não estão errados em coisa alguma, mas, na verdade, seu ser não está na vontade do Senhor. Essa maneira de entender se estamos ou não corretos para com Deus não é meramente segundo a doutrina, mas muito mais, segundo a experiência.

    Se o Espírito que dá vida infundir-Se em você e o saturar, seu ser interior se tornará transparente. Você então saberá o que está na mente do Senhor. Também entenderá qual é a vontade do Senhor. Espontaneamente, estará em Sua vontade e a fará. Como consequência, você se tornará correto para com Ele. Além disso, perceberá como agir com os outros e até como lidar com as posses materiais. Então você se tornará uma pessoa justa alguém que é correto em pequenas e grandes coisas, correto com Deus, com os outros e consigo mesmo. Essa é uma pessoa que expressa Deus, pois a sua justiça é a imagem de Deus, é Deus expressado.

    REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
    Wistness Lee. Estudo-Vida de 2 Coríntios. Vol. I. Editora Árvore da Vida.