sexta-feira, 23 de março de 2012

Tomar a Bíblia em Ressurreição!


De acordo com a Palavra de Deus é a paz de Deus que guarda nosso coração, pois ela é o próprio Cristo que nos orienta em tudo o que é verdadeiro, honesto, justo, amável e de boa fama: “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus. Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Fp 4:7-8). Certamente estas virtudes serão expressas de nossa boca porque refletirão aquilo que realmente pensamos, em suma, estaremos pensando Cristo. As palavras que saem da nossa boca devem ser boas para a edificação e precisam transmitir graça aos ouvintes (Ef 4:29), e isto é possível por meio do conhecimento do próprio Cristo, que implica no conhecimento do poder da Sua ressurreição e da comunhão dos Seus sofrimentos (Fl 3:10).

A ressurreição diz respeito ao retorno a vida de alguém que passou pela experiência negativa da morte (1 Co 15:54-57). Dos acontecimentos negativos podemos aprender e valorizar o que é positivo, ou seja, após passarmos por experiências de morte, passamos a valorizar a vida! Entre alguns cristãos existem frases prontas do tipo: “Vamos falar somente de coisas positivas, não devemos falar coisas negativas para não ‘tocarmos na morte’”. Entrementes, a bíblia é um dos livros que mais apresenta exemplos negativos, mas que servem para retirarmos muita ajuda em questões espirituais. Para constatar com mais clareza basta lembrar de passagens como o relato no qual Davi matou Golias, já pensou termos que contar esta história aos nossos filhos? Humanamente falando é até algo sádico (1 Sm 17:49-58); ou que Ló teve relações sexuais com as suas filhas (Gn 19: 31-38); ou a introdução de uma meretriz na genealogia que trouxe O Cristo (Mt 1:5); A morte de Cristo foi verdadeiramente trágica, algo extremamente brutal, que em muitos jornais do mundo secular produziria o mesmo horror e espanto que causa nos leitores  dos nossos dias , porque se trata da morte mais incomum do universo! Em certo sentido falar também da morte de Caim e Abel é algo semelhante ao que é transmitido em muitos programas de televisão que só falta respingar o sangue da tela nos telespectadores. Se o problema é não falar ou ler "morte" é só NÃO LER A BÍBLIA! O fato é que se Adão não provasse a morte por meio da desobediência, nem ele nem nós valorizaríamos tanto a vida! (Vida Zoé = a indelével vida de Deus). Embora a Bíblia seja "O livro dos livros" para todos os que amam o Senhor, existe um número muito grande de exemplos negativos na bíblia que podemos tomar em RESSUREIÇÃO e aprendermos o verdadeiro significado espiritual por meio de revelação que vem do alto (Cl 3:1-4). Pois embora se tratem de eventos negativos existe um propósito em todos os acontecimentos, pois o nosso Deus é um Deus de propósito: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito" (Rm 8:28). 
             Neste livro maravilhoso (A Bíblia) que chamamos de A Palavra de Deus (I Tm 3:14-17), existem as sedutoras palavras do diabo como em Gênesis 3:4-5 que induziu Eva a comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. E Existem também as palavras de Pedro que chamou o Senhor a parte para reprovar a sua ida a cruz do Calvário (Mt 16:22), sendo necessário ao Senhor repreendê-lo severamente chamando-o de Satanás (Mt 16:23). Certamente as palavras do inimigo de Deus registradas na bíblia não são as Palavras de Deus, mas isto não diminui em NADA a autenticidade e veracidade da bíblia como um livro de inspiração divina (I Tm 3:14-17). Nestas questões de interpretação das escrituras precisamos verificar adequadamente que existem princípios que norteiam a nossa busca pelo Senhor nas escrituras a fim de ganharmos a vida existente em seu bojo. Uma vez que nem tudo o que é bíblico é cristão, quer dizer, nem tudo o que é bíblico se constitui uma prática cristã da igreja neotestamentária, como as prática cristãs modernas de dar o dízimo, pois este último se trata de uma prática judaica para sustentar os encargos do templo na Antiga Aliança (Hb 10:1-9). Assim como existem diversas prática do antigo testamento como guardar o sábado, sacrificar animais, e muitas outras que embora sejam bíblicas não são práticas cristãs que devem ser adotadas pelo povo de Deus que está vivendo a realidade da Nova Aliança (2 Co 3:6). As vezes é necessário apresentarmos o que é negativo, como as investidas do diabo contra o povo de Deus, para ganharmos o que é positivo, ou seja, assim como foi por meio da experiência da morte de Cristo que Ele foi introduzido na ressurreição, assim também para experimentarmos a vida existente na Palavra as vezes experimentamos o que é negativo, são necessárias profundas experiências de cruz (Mt 16:24) para quebrantar o nosso ser com vistas a  fortalecer o nosso testemunho a respeito da vida de Cristo.


A morte deste Cristo maravilhoso marcou tanto a história humana que  serviu como um divisor de águas no qual a própria ciência da história foi dividia em A.C. (Antes de Cristo) e DC (Depois de Cristo). A história humana é repleta de guerras e atrocidades realizadas por muitos líderes do passado, e a análise histórica destes acontecimentos servem para não permitirmos que eles se repitam tanto no nosso presente como no futuro. Todavia, a própria história revela também com muita clareza que os eventos cruéis que homens cheios de boa intenção realizaram no passado continuam se repetindo no presente. A questão é que sem Cristo os homens só conseguem produzir bom comportamento, ou seja, aperfeiçoamento moral exterior. Ao contrário da história humana, os registros históricos existentes na bíblia servem não apenas para nos advertir de uma maneira exterior, mas para produzir Cristo dentro de nós! E isto não implica em mera mudança de comportamento exterior, mas em uma mudança de natureza, quer dizer, a natureza divina sendo infundida em nós!

Por isso, a luz da bíblia devemos julgar todas as coisas a fim de reter o que é bom (1 Ts5:21), quando nos é dito que não devemos expor o que é negativo a fim de permitir que seja propagado o erro, e aceitamos, esta atitude nos torna cúmplices do mal. Observamos em 1 Co 5:1-5 Paulo teve que advertir seriamente um jovem que estava profanando o leito de seu pai dormindo com a madrasta, e o entregou nas mãos de Satanás para a destruição da carne, a fim de o espírito dele fosse salvo no dia do Senhor. Particularmente ao meu ver, esta é uma passagem extremamente NEGATIVA, mas foi o Espírito Santo que permitiu tal registro para que nós pudéssemos extrair a lições espirituais importantes visando a edificação da Sua igreja (Ef 2:20-22), ou seja, pareceu bem ao Espírito Santo (At 15:28-29) que tivéssemos o conhecimento deste aspecto negativo existente na igreja daquela época, assim como na celeuma registrada no livro de atos capítulo 15 referente a adoção, pelos crentes gentios, de algumas práticas relevantes da tradição judaica e da lei. Portanto, devemos avaliar se a ênfase em não apresentar/falar algo negativo visa a edificação da igreja do Senhor ou é para ser um co-participante em perpetuar algum erro; Precisamos estar atentos em verificar se a referida orientação do silêncio na igreja visa guardar os filhos de Deus aos cuidados amorosos do nosso Senhor ou é para acabar com qualquer discussão que proporcione o desmascaramento do erro e da mentira perpetuado por lideranças despóticas! Que o Senhor nos guarde de vivermos em letargia espiritual, sendo passivos em relação a qualquer ensinamento de erro que “adestre” os crentes à viver a lei do silêncio, que cause uma passividade espiritual imobilizadora do nosso ato de julgar todas as coisas (1 Ts 5:21); que imponha mordaças e amarras em nossa liberdade Cristã (Lc 4:18; 2 Co 3:17; Gl 5:13). Que aprendamos a ler a Bíblia sempre em novidade de vida, certos de que O Espírito é o que vivifica (Jo 6:63), e que por meio das experiências negativas existentes em seus relatos podemos ganhar o próprio Cristo como a própria Ressurreição e a Vida (Jo 11:25), e como a realidade espiritual de todas as coisas positivas do Universo.  

Do Vosso Conservo,

Kleydson Feio

Referência Bibliográfica:
A Bíblia. O Mais Precioso Livro de todos os Livros!
Watchman Nee. O Ministério da Palavra de Deus. Editora dos Clássicos.
Witness Lee. Estudo-vida de Tiago. Editora Árvore da Vida.
Witness Lee. Conhecendo a Bíblia. SP: Editora Árvore da Vida.
Witness Lee. Versão Restauração do Novo Testamento. Living Stream Ministry.