ESTUDO-VIDA DE ROMANOS
MENSAGEM 59
A PRÁTICA DA VIDA DO CORPO
Nesta mensagem, consideraremos a prática da vida do Corpo como é mostrada nos capítulos finais de Romanos.
FILIAÇÃO PARA O CORPO
Vimos que devemos servir a Deus no evangelho de Seu Filho (1:9). Este evangelho é um evangelho de filiação. Filiação inclui designação, ressurreição, justificação, santificação, transformação, conformação, glorificação, e manifestação. Estamos atualmente passando pelo processo de designação, isto é, estamos sendo designados filhos de Deus pelo poder de ressurreição. Filiação é para o Corpo. Para sermos membros do Corpo de Cristo, devemos ser filhos de Deus.
Vimos que, num sentido particular e real, o capítulo doze é a continuação direta do capítulo oito, sendo os capítulos nove a onze um parêntese referente à escolha da graça. O capítulo oito revela que estamos sendo transformados à imagem do Filho de Deus (v. 29). Essa conformação nos qualifica para a prática da vida do Corpo.
A vida do Corpo não é simplesmente uma questão de crentes reunindo-se. Muitos grupos foram formados com o propósito de ter a vida do Corpo. O resultado, contudo, foi fracasso. Esses grupos não perceberam que a vida do Corpo depende da filiação, que provém da designação. Se queremos ter a prática da vida do Corpo, devemos ser transformados segundo o poder de ressurreição.
O CORPO APRESENTADO, A ALMA TRANSFORMADA E O ESPÍRITO FERVOROSO
No capítulo doze, Paulo menciona o corpo, a alma e o espírito. No versículo 1, ele diz: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus que apresenteis os vossos corpos por sacrifício, vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” O nosso corpo deve ser apresentado ao Senhor para o Seu propósito de ter um Corpo. Alguém pode ter um coração para a vida do Corpo, mas se não apresentar seu corpo, ele não é para a vida do Corpo de um modo prático. Você pode se preocupar com as reuniões, mas que isso adianta de seu corpo fica em casa? Se deixarmos de apresentar nosso corpo ao Senhor para a vida da igreja, não podemos ter uma vida prática de reuniões. Se disser que tem um coração pelas reuniões da igreja, você precisa perguntar a si mesmo se tem apresentado seu corpo ao Senhor para as reuniões. Onde está o seu corpo na hora das reuniões? O corpo é que contém o nosso ser, pois o espírito está dentro da alma e a alma dentro do corpo. Devemos apresentar esse “recipiente” ao Senhor por causa do Seu Corpo.
O versículo 2 fala da mente, que é a principal parte da alma: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da mente.” Quando nossa mente for renovada, nossa alma será transformada. Assim, nosso corpo precisa ser apresentado e nossa alma precisa ser transformada.
Nesse versículo, Paulo nos roga que não sejamos conformados a este século. O mundo, o sistema de Satanás, é um universo composto de muitas eras. O século dezenove foi uma era e o século vinte é outra era. Realmente, têm havido eras distintas dentro do próprio século vinte. O presente século é uma parte do sistema mundano de Satanás. Esta era não apenas inclui o mundo secular, mas também o mundo religioso. Se nos conformamos à religião de hoje, seremos inúteis no que diz respeito à prática da vida do Corpo.
Para Paulo, ser conformado ao presente século, em sua época era, principalmente, uma questão de ser conformado ao judaísmo. O judaísmo foi um sério obstáculo à prática da vida do Corpo no primeiro século. Assim, como o judaísmo foi parte do século do tempo de Paulo, também o cristianismo como uma religião organizada é parte da era de hoje. Conformando-se ao cristianismo organizado, você será conformado a este século. Ao invés de sermos conformados a este século, precisamos ser transformados pela renovação da nossa mente.
Em 12:11, Paulo fala do espírito; ele nos diz para sermos “fervorosos no espírito” (IBB – Ver.). O nosso espírito deve esta queimando, isto é, ele deve esta quente e queimando. Se tivermos um Corpo apresentado, uma alma em processo de transformação e um espírito fervoroso, estaremos aptos a praticar a vida do Corpo de um modo adequado.
FALAR E PRATICAR
Muitos falam sobre a vida do Corpo de Romanos 12 em verdadeira prática da vida do Corpo. Por exemplo, alguns viram que no Corpo de Cristo somos “membros uns dos outros” (12:5). Contudo, eles não podem mencionar a quais membro estão especificamente relacionados. Assim, o falar deles sobre ser membros uns dos outros é mera conversa. Não estamos aqui para falar sobre a vida do Corpo; estamos aqui para praticar a vida do Corpo.
O ensinamento em Romanos referente à vida do Corpo está no capítulo doze, mas a prática está nos capítulos catorze, quinze e dezesseis. Estes capítulos tratam de problemas práticos que ocorrem na vida da igreja. Ao considerarmos como Paulo aborda esses problemas, podemos aprender alguma coisa relacionada à prática diária da vida do Corpo.
RECEBER OS CRENTES
O capítulo doze é importante em relação à doutrina da vida do Corpo, assim como o capítulo catorze é importante em relação à prática da vida do Corpo. No capítulo catorze, Paulo aborda o problema de receber os crentes cujas opiniões e práticas se diferem das nossas. Em 14:1, Paulo diz: “Acolhei ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões.” Então Paulo prossegue dando dois exemplos de questões sobre as quais os crentes podem ter pontos de vista diferentes. O primeiro exemplo refere-se ao comer: “Um crê que tudo pode comer, mas o débil come legumes” (v.2). O Segundo refere-se a dias: “Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias” (v.5). Estas duas questões são exemplos de muitas coisas que têm dividido os cristãos. Tome o batismo como exemplo. Alguns insistem na imersão, enquanto outros insistem na aspersão. Se tivermos a prática adequada da vida do Corpo, receberemos todos os verdadeiros crentes em Cristo, quer pratiquem imersão ou aspersão.
Alguns dizem que nós na restauração do Senhor somos estreitos. Contudo, queremos receber todos os tipos de cristãos. Recebemos aqueles que praticam imersão e aqueles que praticam aspersão. Quem, então, são os estreitos – aqueles na restauração do Senhor ou aqueles que aceitam ter comunhão somente com os que reúnem exigências especiais relacionadas à doutrina e prática?
As divisões entre os cristãos vêm das diferenças sobre doutrina e prática. Por exemplo, os crentes têm sido divididos sobre coisas tais o como uso do véu, lavar os pés e observância dos domingo ou do sábado. Esse fato dever levar-nos novamente a Romanos 14, onde Paulo nos institui a receber aqueles que têm fé em Cristo e não julga-los segundo questões secundárias. Se alguém vier a nós com uma opinião diferente a respeito de certa questão, ainda devemos recebê-lo como um irmão no Senhor. Como Paulo diz em 15:17 “Portanto acolhei-vos uns aos outros, como também Cristo nos acolheu para a glória de Deus.”
A importância de receber os crentes é ilustrada por uma experiência que tivemos no começo da vida da igreja em Los Angeles. Três grupos cristãos desejavam reunir-se conosco na vida da igreja. Um grupo tinha um antecedente pentecostal e outro grupo tinha um antecedente de ensinamento fundamentalista na Bíblia. Os Quando eu soube de seu desejo e entusiasmo sobre a idéia de reunirem-se conosco, lembrei-lhes de que através dos séculos os cristãos têm sido divididos por suas opiniões sobre doutrina e práticas. Além disso, lhes disse que se quisessem reunir-se para a vida da igreja segundo romanos 14, eles teriam de abandonar suas opiniões e receber os crentes genuínos em Cristo, não importando quão diferentes fossem, tanto em doutrina como em prática. Eles concordaram em deixar de lado suas diferenças e em reunir-se na unidade para a vida da igreja. No local de reunião, penduramos algumas faixas. Uma dizia “Variedade versus Uniformidade”, outra “Unidade na Variedade” e outra “Todos Um em Cristo”. Entretanto, após um curto período, alguns de formação pentecostal começaram a insistir na prática de falar em línguas e tocar pandeiro nas reuniões. Os de formação fundamentalista não toleraram isso e se recusaram a prosseguir com aquilo. Eu pedi àqueles que se opunham ao falar em línguas e tocar pandeiros que suportassem aqueles que eram favoráveis a essas coisas. Contudo, eles se recusaram a fazê-lo. Então pedi aos que aprovavam essas práticas para entender o sentimento dos outros. Eles também se recusaram, insistindo que nada havia de errado em agir assim. Finalmente, devido à incapacidade de ambos os lados em aceitar crentes com diferentes doutrinas e práticas, esses grupos não conseguiram se reunir na unidade para a prática da vida da igreja.
UMA ATITUDE GERAL
O Senhor pode testificar a nosso favor que em nossa prática da vida da igreja temos sido gerais, recebendo todos os diferentes tipos de crentes. Por exemplo: nós não impedimos os santos de falar em línguas. Não obstante, somos acusados de ser limitados. Na verdade, os limitados são os das denominações, pois eles não recebem todos os diversos tipos de cristãos. Através dos anos que temos estado em Los Angeles, nunca rejeitamos um crente genuíno em Cristo. Além do mais, não temos regulado os outros. Ao contrário, temos aprendido simplesmente a ministrar vida aos que vêm.
Em Romanos 14, a atitude de Paulo foi muito geral. Doutrinariamente falando, Paulo sabia que os crentes eram livres para comer tanto carne como vegetais. Mais ele não entrou na questão de comer como um método doutrinário. Ao invés disso, ele expressou uma atitude generalizada a todos os crentes; ele não desprezou os que comem somente vegetais nem aqueles que comem todas as coisas. A sua atitude foi a mesma com respeito a guardar dias.
Para ter a prática adequada para a vida do Corpo, devemos ter tal atitude geral. Não devemos impor uma prática particular aos outros nem devemos nos opor a determinada prática. Tome como exemplo louvar o Senhor em voz alta. Alguns podem se opor a isso e condená-lo como sendo uma desordem, enquanto outros que concordam podem querer impor tal prática aos outros. Ambas as atitudes estão erradas. Se preferimos o silêncio nas reuniões, não devemos impor nossa opinião aos outros. Da mesma forma, se preferimos gritar, não devemos impô-lo a quem quer que seja. O mesmo é verdade com relação ao orar-ler. Se alguns querem praticar o orar-ler, eles devem ser livres para fazê-lo. Mas se outros não aceitam essa prática, não deveria ser-lhes imposta.
Na vida da igreja devemos ser gerais, capazes de receber todos os crentes genuínos. Contudo, não é fácil aprender essa lição, porque todos nós queremos que os outros sejam como nós somos. Não mais exijamos dos outros nem queiramos que eles mudem seu modo por nossa causa. Antes, tenhamos unidade na variedade e variedade sem conformidade. Embora possa haver tal variedade, nós ainda somos um em Cristo.
DIFERENÇAS ENTRE AS IGREJAS
Pode haver diferença não apenas entre os crentes numa igreja, mas também entre as igrejas locais. Por exemplo, a igreja numa cidade pode não praticar o orar-ler, mas a igreja em outra cidade pode não praticá-lo. Se você visitar uma igreja que difere em prática da igreja em de sua cidade, não tente corrigi-la ou mudar alguma coisa. Onde quer que esteja, você deve ser simplesmente um com a igreja naquele lugar. Enquanto ela for uma igreja local, você precisa prosseguir com ela sem impor ou opor. Admito que é fácil falar sobre isso, mas é difícil praticá-lo. No entanto, todos nós devemos estar desejosos de aprender essa lição. Então teremos não somente a doutrina do Corpo de Romanos 12, mas também a prática da vida do Corpo em Romanos 14.
UMA QUESTÃO DO ESPÍRITO
Romanos 14:17 diz: “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça e paz e alegria no Espírito Santo”. De acordo com este versículo, o reino de Deus é uma questão do Espírito. Se temos justiça, paz e alegria no Espírito Santo, não devemos estar preocupados com diferenças de doutrina ou prática.
O ASPECTO LOCAL DA IGREJA
Romanos 16:1 diz: “Recomendo-vos a nossa irmã Febe, que está servindo à igreja em Cencréia.” Este versículo um segundo aspecto da praticabilidade da vida do Corpo: a questão da igreja local. Se quisermos ter a vida do Corpo de uma maneira prática, devemos não apenas receber os crentes, mas também atentar para a igreja na localidade. De acordo com Romanos 16, a praticabilidade da vida do Corpo consiste no aspecto local da igreja. Este capítulo fala não só da igreja local, a igreja em Cencréia, mas também das igrejas. No versículo 4, Paulo faz menção das igrejas dos gentios e no versículo 16, das igrejas de Cristo.
MOSTRANDO HOSPITALIDADE À IGREJA
No versículo 23, Paulo diz: “Saúda-vos Gaio, meu hospedeiro e de toda a igreja.” Aqui Paulo cita um irmão que proveu hospitalidade a toda a igreja. Obviamente, Paulo está falando da igreja local, não da igreja universal. É importante que Paulo enfatize que Gaio foi o hospedeiro de toda a igreja, não de todos os santos. Há uma diferença entre mostrar hospitalidade à igreja e mostrar hospitalidade aos santos, pois podemos importar-nos com os santos sem importar-nos com a igreja. Ao praticarmos hospitalidade a igreja deve estar em nossa consciência e pensamento. Ao estender a hospitalidade aos outro, que pensamento você tem? Você mantém o pensamento de que está praticando aos santos ou à igreja? Se tiver o pensamento adequado, perceberá que sua hospitalidade não é simplesmente a determinados santos, mas a toda a igreja.
A IGREJA NA CASA
No versículo 5, Paulo saúda a igreja que está na casa de Priscila e Áquila. Usando este versículo como base, alguns dizem que a igreja numa casa é diferente da igreja numa cidade. Contudo, se considerar essa questão cuidadosamente em seu contexto, você verá que a igreja na casa de Priscila e Áquila era, na verdade, a igreja na cidade de Roma. A igreja em Roma tinha suas reuniões na casa de Priscila e Áquila.
Se quisermos ter a prática adequado da vida do Corpo hoje, devemos ser gerais em receber todos os tipos de crentes. Desde que uma pessoa creia genuinamente no Senhor Jesus, devemos recebê-la, mesmo que sua opinião possa diferir das nossas com respeito a prática ou doutrina. Além disso, precisamos estar numa igreja local e honrar o caráter local da igreja. Como agradeço ao Senhor pelo capítulo dezesseis! Neste capítulo, o Espírito Santo mostra claramente que para prática da vida do Corpo, precisamos ser a igreja local. Onde quer que estejamos, devemos estar na igreja naquela cidade.
"Esta página tem como objetivo Ministrar a Revelação (MT11:25;16:17;1Co2:10) da palavra, e propósito de Deus (Jo1:1; 6:63) aos buscadores de Cristo (Jo4:28-30). É destinado a todos os que amam a Unidade do Corpo de Cristo e anelam alcançar o pleno conhecimento da Verdade (1TM2:4). Busca estabelcer laços de comunhão fraterna em Cristo."
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
domingo, 2 de outubro de 2011
O FOCO DA MUDANÇA NO SISTEMA
O FOCO DA MUDANÇA NO SISTEMA
O foco da mudança no sistema é a casa. No Novo Testamento nós vemos muitos doces lares, como a casa de César (Fp 4:22), a casa de Cornélio (At 10:22-24), a casa de Lídia, vendedora de tecido púrpura (16:13-15), e a casa do carcereiro cujo nome é desconhecido (w. 29-34). Também havia a casa de Estéfanas (1Co 1:16) e a casa de Crispo (At 18:8). Além disso, havia casas nas quais as reuniões eram mantidas, como a casa de Áquila e Priscila (Rm 16:3-5; 1Co 16:19), a casa de Ninfas (Cl 4:15), e a casa de Filemom (Fl 1-2). Esses exemplos nos mostram claramente que a unidade da salvação de Deus e serviço é a casa.
Mesmo no Antigo Testamento, nos dois grandes tipos de salvação, a casa era a unidade de salvação. O primeiro foi o tipo do dilúvio no qual os oito membros da casa de Noé entraram na arca e foram salvos do julgamento de Deus no mundo (Gn 7:1; Hb 11:7; 2Pe 2:5). O segundo foi o tipo da Páscoa no qual cada casa israelita tomava um cordeiro, mata-o, aspergia o sangue nas ombreiras da porta e na verga da casa, e comiam a carne do cordeiro. Não era um cordeiro para cada pessoa, mas para cada casa como uma unidade (Êx 12:3-8). No passado ignoramos essas verdades claras da Bíblia; nós fomos influen-ciados pelo cristianismo e fomos distraídos e arrastados.
(...)
O PULSAR DA VIDA NA PRÁTICA DA NOVA MANEIRA—A CASA
O fator crucial sobre a nova maneira é ter a salvação do Senhor concretizada de uma maneira prática por cada santo. Nós sabemos que a única maneira para que qualquer coisa possa ser mantida na sociedade humana é ser realizada nas casas. A casa é o lugar onde tudo relacionado à existência humana é contínuo. Se tivéssemos apenas indivíduos numa sociedade sem a existência dos lares, nada relacionado ao viver humano sobreviveria; a sociedade precisa do ambiente necessário para mantê-la unida. A casa é a unidade básica da sociedade; ela é o fundamento de uma nação. De acordo com a Palavra de Deus, a igreja de Deus é primeiramente a casa, família ou habitação, de Deus (1Tm 3:15). Após isso é o reino de Deus (Rm 14:17). É difícil o reino de Deus existir sem a existência das casas. Sem a casa como uma base, os indivíduos dificilmente existiriam, e dificilmente uma nação ou reino seria estabelecido.
O cristianismo caiu nas armadilhas de Satanás; negligenciando as casas completamente. No cristianismo as pessoas só querem as reuniões grandes sem nem ao mesmo pensar sobre as reuniões de casa. Uma pessoa no cristianismo não encontra ambiente para manter sua experiência de unidade. Não há ambiente para sustentar o testemunho nem ambiente para sustentar e preservar a verdade. Considere Romanos 16. Sem dúvida, durante a época dos apóstolos, a igreja era edificada nas casas dos crentes. Sabemos que o livro de Romanos é um livro que trata especificamente com a vida espiritual em Cristo e o viver espiritual na igreja. No final desse livro, um capítulo inteiro é dedicado às saudações de Paulo aos santos. Pelas suas saudações, podemos ver que várias casas foram abertas para a igreja. Isso nos mostra que a vida da igreja na época dos apóstolos tinha uma atmosfera de casa muito forte. Sob a influência de Satanás, o cristianismo aniquilou completamente a atmosfera espiritual das casas.
Essa é a razão pela qual devemos nos esforçar com toda a energia, força e tempo que o Senhor tem nos dado para restaurar a atmosfera adequada das casas. A primeira coisa que temos de fazer é que a casa de cada santo seja um lugar para se reunir. No momento, muitos santos estão com encargo de abrirem suas casas. Esse é um grande passo à frente. Ainda não podemos ficar satisfeitos com esse passo inicial. Não só temos que abrir as casas desses que estão com encargo, mas também temos que levar as reuniões para as casas daqueles que não estão com encargo. Esperamos que toda casa possa ser aberta para se tornar um lugar para se reunir. Cada casa aberta representa mais um lugar para se reunir. Os lugares menores de reunião numa igreja são as casas de cada irmão e irmã naquela igreja. Witness Lee. The Ministry Magazine, Vol. 3[S] :4-5 (1999)
Você quer ser santo? Estabeleça uma reunião de casa. Você quer ser espiritual? Estabe-leça uma reunião de casa. Você quer conhecer a Bíblia? Nada o forçará a buscar o conheci-mento da Bíblia mais que estabelecer uma reunião de casa. As reuniões de casa o forçarão a buscar o conhecimento espiritual, adequado, e enquanto você estiver buscando o conhe-cimento para ensinar outros, você será ensinado, iluminado, nutrido. Posso recordar minha própria história. Quando eu estava tentando ensinar a outros, comecei a perceber que eu precisava ser ensinado. Hoje o passo único, definitivo, para a restauração do Senhor é promover as reuniões de casa. Esse é o único caminho. The Home Meetings—The Unique Way for the Increase and Building Up of the Church, chap 2. , pp. 19-20
MAIS FRUTO E MAIS DESFRUTE DO SENHOR
João 15:2 diz, "Todo ramo em Mim que não dá fruto, Ele o corta; e todo ramo o que dá fruto, Ele o limpa, para que produza mais frutos." Todo ramo em Jesus deve dar fruto. Talvez alguns possam dizer, "O frutificar no capítulo quinze necessariamente não se refere às pessoas. Em Gálatas capítulo cinco, o fruto do Espírito refere-se ao amor, alegria, paz, longanimidade, e assim sucessivamente." Se você ler o contexto do capítulo quinze de João você verá que a ênfase é sobre as pessoas como fruto. Se um ramo tem somente um fruto, ele não é atrativo. Mas se um ramo não tem nenhum fruto, o Senhor disse que Ele o cortará. Ser cortado significa ser privado do desfrute das riquezas da árvore.
As pessoas infrutíferas estão em perigo de perder o seu desfrute. Como um ramo, se você quiser desfrutar das riquezas da árvore, você tem que dar muito fruto. Quanto mais frutos você der, mais riquezas você receberá do Senhor. Isso significa que quanto mais frutos você produz, mais desfrute você tem. Você deve ir e dar fruto. Você deve trazer as pessoas. Nessa questão há muitas lições a aprender. Eu mencionei isso no passado. Você deve lidar com diferentes tipos de pessoas de maneiras diferentes. Ensinar cânticos espirituais aos filhos de seus parentes é uma maneira. Cantar para o seu avô é outra. Claro que, você deve orar por eles. Há muitas maneiras. A pergunta é, se você tem ou não o coração para cuidar deles.
Nós que somos salvos, somos destinados pelo Senhor a frutificarmos. Quer você tenha ou não o desejo, você deve frutificar. Se você não frutificar, estará fazendo algo diferente do que o Senhor destinou a você, e então perderá o desfrute do Senhor. O capítulo um de Cântico dos Cânticos diz que nós, os buscadores do Senhor, não devemos desistir de nossas "crianças." Key Points on the Home Meetings, chap. 5, pp. 62-63
AS REUNIÕES DE CASA SÃO O FUNDAMENTO DAS REUNIÕES DA IGREJA
O tópico desta mensagem é "O Fundamento das Reuniões da Igreja”. Em qualquer coisa que você faz, sempre há um fundamento. Até mesmo o idioma em si isto tem um fundamento. As vinte e seis letras do alfabeto inglês são o fundamento do idioma inglês. Qual é o fundamento das reuniões da igreja? Não é difícil você encontrar em Atos como os três mil e os cinco mil se reuniam após serem salvos. Eles se reuniam no templo e de casa em casa, de uma família para outra. Quando eles estavam no templo, era principalmente Pedro e João quem falavam. Se você pedisse para que os apóstolos Pedro e João visitassem as três mil e as cinco mil pessoas salvas, que engloba alguns milhares de casas, mesmo se eles gastassem as solas dos seus pés, eles ainda não poderiam alcançar cada um deles.
Atos capítulo cinco também diz, "E todos os dia, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e de anunciar o evangelho de Jesus como o Cristo". Absolutamente não havia ensinamentos diferentes naquela época. Aqueles que eram salvos, apesar de serem salvos apenas há um ou dois dias, começavam a se reunir nas suas casas. Eles certamente não falavam sobre os ensinamentos de Moisés, nem falavam as doutrinas de Isaías. Cada casa, estava falando o que eles tinham ouvido pessoalmente do falar de Pedro no templo.
As reuniões de casa eram o fundamento das reuniões da igreja. As reuniões grandes no templo não eram o fundamento. Uma vez que as reuniões grandes no templo terminas-sem, eles estariam acabados. Os crentes eram gerados nas grandes reuniões, e então eles eram levados para as reuniões individuais de casa. As reuniões da igreja não eram edificadas nas reuniões grandes no templo, ao contrário, as reuniões da igreja eram em cada casa, de casa em casa.
Atos capítulo oito diz que uma grande perseguição se levantou em Jerusalém não muito depois que as três mil e as cinco mil pessoas foram salvas. Todos eles deixaram Jerusalém; somente os doze apóstolos permaneceram lá. Disto vemos que a propagação do evangelho do Senhor e a propagação do testemunho da igreja do Senhor não dependeu principal-mente dos apóstolos, mas daqueles que foram espalhados. Eles levavam as pessoas a serem salvas em todos os lugares que iam. Posso garantir que nenhuma reunião grande existia então. As reuniões grandes não são o fundamento da igreja. As reuniões de casa em casa, as reuniões nas casas, são o fundamento da igreja. As reuniões grandes são um tipo de patinação no gelo. São as reuniões de casa que podem de fato manter as pessoas. Essa luz está muito clara na Bíblia.
A Bíblia Enfatiza a Comunhão Mútua
Sessenta anos atrás, o Senhor nos mostrou que a verdade da Bíblia era não tomar esse caminho, mas enfatizar a comunhão mútua. Como pode uma igreja de dez mil membros ter comunhão mútua? Se o caminho fosse através das reuniões grandes, então não seria fácil falar um membro de cada vez, mesmo depois de se reunir durante dez anos. Mas se as pessoas entrarem numa casa, eles terão que falar, mesmo embora eles regularmente não falem muito, e a situação deles se tornará clara por esse tipo de falar. Você pode até mesmo ser capaz descobrir que tipo de doença eles têm através da sua oração. As reuniões de casa são o fundamento da igreja.
Somente as Reuniões de Casa Podem Manter as Pessoas
Quando chega a obra de Deus, o começo é sempre o melhor. Depois que ele é entregue às mãos do homem, começa a degringolar. O começo de Atos foi o melhor. Havia a "pista de patinação" nas reuniões grandes para as pessoas patinarem. Muitos patinavam. Então havia as reuniões de casa em casa para levar as pessoas para o fundamento da igreja. Uma vez que uma pessoa se juntava às reuniões de casa, ela era mantida. Essa é a sabedoria de Deus. On Home Meetings, chap. 1, pp. 13, 16
REUNIR EM TODA CASA
De acordo com o nosso estudo, experiência e observação, eu diria que as reuniões de casa são o único caminho para o aumento e edificação da igreja. Há muitas coisas positivas que saem das reuniões de casa. Nas reuniões de casa, todo mundo se torna um buscador, um servidor, um pregador, um educador e um que espontaneamente testifica pelo Senhor. Esperamos encorajar todos os santos na restauração do Senhor a ter reuniões nas suas casas.
A frase grega em Atos 5:42 indica que nenhuma casa foi perdida. Eles se reuniam de casa em casa. Não deveríamos tomar o caminho de selecionar algumas casas promissoras, e então ter as reuniões nessas casas. Isso é errado. Cada casa dos crentes é promissora. Precisamos abrir nossa casa. Primeiro podemos nos reunir com nossos familiares. Não precisamos nos reunir primeiro com outros. Podemos iniciar nossa reunião de casa nos reunindo nossos familiares. Todos nós que temos esposas e filhos, podemos ter uma reunião de casa. Devemos nos reunir com nossos familiares, com nossa esposa e com nossas crianças pequenas. Estabelecer uma reunião despertará nosso coração e abanará a chama em nosso coração e em nosso espírito. Em primeiro lugar, nós seremos queimados, e então nossa família será queimada. Estabelecer uma reunião de casa afastará muitas coisas malignas de nossas casas.
Não diga que você é fraco, que você não pode derrotar seu ego, que você não pode vencer seu temperamento, que você não pode se controlar, que você não pode fazer isso ou aquilo. Apenas estabeleça uma reunião de casa em sua casa. Tenho visto em muitos casos que quando você estabelece uma reunião em sua casa o Espírito Santo traz as pessoas até você. Gradualmente as pessoas virão. Eu diria que se você é um cristão, contudo você não tem uma reunião de casa, você não está no padrão. Você pode conhecer a Bíblia, ser espiritual, ser buscador, amar o Senhor, e assim sucessivamente, mas se você não abrir sua casa, você está fora do padrão. Até mesmo uma irmã solteira pode abrir o seu apartamento para reuniões. Todo alojamento dos santos, seja solteiro ou com uma família, deve ser aberto para se reunir. Você pode dizer, "Com quem nos reuniremos?" Primeiro, com os anjos, então com um crente, então com um vizinho. Você deve orar, se esforçar, e até mesmo jejuar até que consiga que um vizinho venha reunir com você. Se você determinar ter alguma reunião com você em sua casa, certamente há um caminho. Muitas pessoas estão ao seu redor diariamente. Você tem muitos parentes e amigos.
Mensagem 3
As Casas
I. A importância das casas na economia neotestamentária de Deus
A. A invenção do Espírito Santo
Atos 2:46 E, diariamente, perseverando unanimes no templo e partindo o pão de casa em casa, partilhavam o alimento com grande alegria e singeleza de coração.
Eles começaram a se reunir não segundo a maneira judaica congregacional do Antigo Testamento, nem segundo a maneira romana, nem segundo a maneira grega. Então quem inventou a maneira para o primeiro grupo de cristãos se reunirem? O Espírito Santo inventou a maneira. Podemos dizer isso porque naquele dia, os cento e vinte estavam economicamente cheios do Espírito Santo. E sem dúvida, os três mil novos convertidos também estavam cheios do Espírito Santo. Então, tudo o que eles fizeram naquele dia foi iniciado pelo Espírito Santo. A coisa principal que eles fizeram foi começar a se reunir no templo para as grandes congregações e nas casas. Eu gosto das duas frases em Atos 2:46, "diariamente" e "de casa em casa." The Home Meetings, Chapter l, pp. 7-8
B. O lugar fora onde a atividade de Deus é realizada
Marcos 2:l-2
1 Dias depois, entrando Jesus de novo em Cafarnaum, ouviu-se que Ele estava em casa.
2 Muitos se ajuntaram ali, tantos que já não havia lugar nem mesmo junto à porta. E anunciava-lhes a palavra.
Mateus 9:10
E sucedeu que, estando Ele reclinado à mesa na casa, eis que muitos cobradores de impostos e pecadores vieram e reclinaram-se com Jesus e Seus discípulos.
Atos 16:14-15
14 Certa mulher, de nome Lídia, vendedora de tecido púrpura, da cidade de Tiatira, que adorava a Deus, escutava; o Senhor lhe abriu o coração para estivesse atenta às coisas que Paulo dizia.
15 Depois de ser batizada, ela e a sua casa, rogou-nos, dizendo: Se julgais que eu sou fiel ao Senhor, entrai em minha casa e ali ficai. E nos constrangeu a isso.
O evangelho doméstico deve partir das casas. Mesmo a obra dos campi pode partir das casas. As casas são o fundamento... Para uma nação ser forte, as casas devem ser fortes. Para uma igreja ser forte, as reuniões de casa devem ser edificadas. As casas são o fundamento, a base, de todas as atividades. On Home Meetings, Chapter l, p. 20
Estamos com o encargo de irmos para a Europa num grupo de pelo menos quatro santos, incluindo um casal entre as idades de trinta a cinquenta anos, em cujas casas começarão as reuniões. Cada grupo de santos que for para a Europa deve ter um casal, e esse casal pode ter algum filho. Essa família será o centro do grupo. Tentaremos ajudá-los a conseguir uma casa perto de uma faculdade ou de uma universidade... As pessoas recém contatadas podem ser levadas para essa casa para comunhão. Essa será nossa maneira. The World Situation and the Direction of the Lord's Move, Chapter 4, pp. 48-49
C. O lugar para manter e cuidar dos novos
Atos 2:47
Louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava, dia a dia os que iam sendo salvos.
As reuniões grandes não são o fundamento da igreja. As reuniões de casa em casa, as reuniões nas casas, são o fundamento da igreja. As reuniões grandes são um tipo de patinação no gelo. São as reuniões de casa que podem de fato, manter as pessoas. Essa luz está muito clara na Bíblia. On Home Meetings, pp. 10-11
O começo de Atos foi o melhor [contudo] lá havia a "pista de patinação" nas reuniões grandes para as pessoas patinarem. Muitos patinavam. Então havia as reuniões de casa em casa para trazer as pessoas para o fundamento da igreja. Uma vez que uma pessoa se juntava às reuniões de casa, ele era mantida. Essa é a sabedoria de Deus. On Home Meetings, p. 16
Eu não estou brincando. Baseado em minhas observações de cada angulo, estou conven-cido de que o aumento e a propagação da igreja dependem totalmente das reuniões de casa. Isso está baseado nos meus sessenta anos de experiência. Descobri a lei para o aumento e propagação da igreja. Tudo tem suas próprias leis. A ciência é a descoberta dessas leis. A lei para o aumento da igreja são as reuniões de casa. Key Points on the Home Meetings, Chapter 7, p, 79
II. Nossa necessidade de estarmos conectados às casas em duas direções para formar uma ponte para os novos entrarem na vida da igreja
A. Conectados às casas dos novos (durante o semestre e durante os intervalos)
João 15:16
Não fostes vós que Me escolhestes a Mim; pelo contrário, Eu vos escolhi a vós, e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que o que pedirdes ao Pai em Meu nome, Ele vo-lo conceda.
Após sairmos para gerar novos crentes no Senhor, precisamos cuidar deles. A melhor maneira é estabelecer as reuniões em suas casas para envolvê-los protegê-los para que eles possam ser cuidados por serem nutridos e ensinados, e possam se tornar um fruto permanente, vivendo nos ramos da videira verdadeira, isto é, no Corpo de Cristo, para ser o aumento de Cristo. João 15:16, Nota de rodapé 3, Versão de Recuperação,
Lucas 19:5, 9
5 Quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, pois é necessário que eu fique em tua casa.
9 Disse-lhe Jesus: Hoje veio a salvação a esta casa, porque também este é filho de Abraão.
Atos 10:22
Eles disseram: O centurião Cornélio, homem justo e temente a Deus, que tem bom testemunho de toda a nação dos judeus, foi divinamente instruído por um santo anjo para mandar chamar-te à sua casa e ouvir palavras de tua parte.
B. Conectados à comunidade das casas dos santos
(edificando um abrigo—propósito, natureza, e condição)
Calculamos que cada irmão de tempo integral pode cuidar de vinte novos. Enquanto estiver cuidando desses vinte novos, você deve encontra uma maneira para juntar os novos com os mais velhos na região. Esses mais velhos são experientes e devem ser levados a coordenar com você. O tempo deles não é tão flexível como o seu. Aqueles que trabalham têm que ir para os seus escritórios, e as irmãs tem que cuidar do serviço doméstico delas. Você tem que trabalhar de acordo com o horário deles e ver como introduzir os novos no grupo. Somente quando esses grupos forem formados haverá ali uma condição estável. Todas as regiões devem fazer o melhor que puderem para praticar esses pontos. Words of Training for the New Way, Vol. 2, Chapter 19, pp. 73-74
C. Conectar os novos às casas dos santos para entrar na vida da igreja
Atos 8:lb, 3a,
l... Naquele dia, levantou-se grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém... 3 Saulo, porém, assolava a igreja, entrando de casa em casa...
O que é a vida da igreja? A vida da igreja não é algo rígido e morto. Para uma reunião ser considerada uma parte da vida da igreja, nós não temos que levar os santos para o local de reunião. Não estou dizendo que não deveríamos levar as pessoas para o local de reunião. O que eu quero dizer é que a vida da igreja necessariamente não tem que ser experien-ciada no local de reunião. Se há alguns santos que moram perto do campus com uma sala de estar que possa receber umas quinze pessoas, e esse santo está disposto a abrir sua casa para os estudantes, então podemos levar os estudantes para ter a mesa do Senhor ali, e podemos cuidar dos estudantes ali. Vessels Useful to the Lord, Chapter 2, p. 49
Se cuidarmos dessa maneira, o Senhor terá um testemunho vivo, não uma vida da igreja em locais grandes, mas a vida
da igreja praticada em muitas casas. Cada casa se tornará uma estação do evangelho, uma estação da verdade, uma estação de vida e uma estação da vida da igreja. Espero ver que cada uma dessas casas possa ser uma estação para propagar o evangelho, a verdade, vida e a vida da igreja. The Lord's New Way and His Ministry Today, Chapter l
Levar as pessoas primeiro para Cristo e então para a igreja
...Quando trabalhamos dessa maneira, devemos levar primeiro as pessoas para a casa do casal que vive próximo do campus. Lá podemos levá-los ao Senhor. Depois de termos levados ao Senhor, será fácil nós os treinarmos. Por meio desse treinamento, nós os levaremos para a vida da igreja. Na verdade, a casa do casal será o ponto de partida deles para a vida da igreja... The Collected Work of Witness Lee, Vol. 2 pp. 105-106
Um preço básico a pagar
Um preço básico que precisamos aprender a pagar em nossa busca diária é que os mais jovens devem receber ajuda dos mais velhos, e os mais velhos devem fazer o melhor possível para ajudar os mais jovens. Para ser tornar manifesto diante do Senhor como aqueles que estão verdadeiramente buscando crescimento espiritual, nós temos que cuidar dessas duas questões. Por um lado, devemos fazer de tudo para que possamos receber ajuda de quem quer que possa nos ajudar, e por outro, devemos fazer de tudo para que possamos ajudar quem precisa de nossa ajuda. Esse é o verdadeiro buscar. Porém, normalmente nossa situação é que os mais jovens procuram os mais jovens, enquanto que os mais velhos procuraram o mais velhos. Isso não é nem a verdadeira busca nem pagar o preço. How to be Useful to the Lord, Chapter 2, p. 20
1. Entrar nas casas e corações dos santos mais velhos resulta em oração, apascentamento e progresso
Filipenses 1:25
E, convencido disso, sei que ficarei e permanecerei com todos vós para o vosso progresso e alegria da fé.
2. Ver um padrão de Cristo vivido na vida diária
...Se os santos em cada localidade estiverem bem coordenados, os novos serão inspirados pelo que eles virem. Eles verão a verdadeira vida social, a vida comunal e a vida familiar. Nosso serviço em coordenação tocará, amolecerá e aquecerá o coração deles para receber a palavra viva e penetrante (Hb 4:12). Uma vez um principiante é levado para sua sala de estar, a maior parte do trabalho já é terminado. Preaching the Gospel on the CoIlege Campises, Chapter 2, pp. 27-28
3. Ver o futuro deles
Se os santos mais velhos na igreja puderem passar as lições que eles aprenderam do Senhor ao longo dos anos para os santos mais jovens, sem levar em conta como um fardo para o evangelho, o conhecimento da verdade ou uma porção no serviço, isso será maravilhoso. Dessa maneira, os santos mais velhos poderão descansar e dormir em paz, os jovens poderão funcionar adequadamente na igreja e os adolescentes e as crianças poderão crescer saudavelmente na igreja. Knowing Life and the Church, Chapter 9, p. 113
III. A funcionalidade das casas (acessibilidade, realizabilidade, sustentabilidade)
A. Humildes começos
Zacarias 4:10a
Pois quem despreza o dia dos humildes começos...
Neemias 3:2-3
2 E junto a ele edificaram os homens de Jericó; também ao lado destes edificou Zacur, o filho de Inri.
3 Os filhos de Hassenaá edificaram a porta dos peixes, colocaram-lhe as vigas, e lhe assentaram os batentes, com seus ferrolhos e trancas.
Uma igreja local é uma expressão do Corpo de Cristo numa determinada localidade composta de santos que principalmente se reúnem em pequenos grupos. The Condusion of the New Testament, Chapter 192, p. 2081
Cada igreja conforme o próprio coração de Deus sustenta o selo da "mutualidade" em toda a sua vida e atividade. Mutualidade é sua característica excelente. The Collected Works of Watchman Nee, Vol. 30, Chapter 3, p. 47
Não devemos esperar dez anos para pôr esses princípios em prática. Precisamos praticá-los imediatamente. De agora em diante todos nós devemos ir ao Senhor, orar e buscar Sua orientação sobre quem deve cuidar. A melhor maneira para ajudar as pessoas é abrir nossas casas e convidá-las. É especialmente fácil ajudar os estudantes dessa maneira. Devemos convidar um ou dois, não muitos. Se sentirmos a necessidade, podemos convidar um ou dois irmãos para nos ajudar. Devemos praticar isso a longo prazo, sema-nalmente ou quinzenalmente, e não esperar um sucesso rápido. Serving in the Meetings and in the Gospel, Chapter 4, pp. 49-50
Devemos considerar todas as pessoas que conhecemos e escolhermos dois ou três incré-dulos para cuidarmos ao logo do ano. Não devemos cuidar de muitos. A melhor maneira para fazer isso é abrir nossas casas e convidá-los. Isso é especialmente verdade para estudantes. Se quisermos morar no ou perto de um campi e ter um caminho para contatar as pessoas, será fácil levá-los ao Senhor convidando-os para nossa casa. Novamente, nós não devemos convidar muitos, talvez apenas dois ou três ou até mesmo um. Então saberemos qual é a melhor maneira para contatá-los. Se cuidarmos de determinada pessoas dessa maneira e a convidarmos para nossa casa, ela será salva na metade de um ano. Aprenda a fazer isso. Serving in the Meetings and in the Gospel, Chapter 5, p. 63
B. Uma reunião onde o nutrir e o cuidar podem acontecer
Ao mesmo tempo você deve ter cuidado para não trazer a atmosfera das reuniões grandes para as reuniões de casa. Reuniões grandes devem ser realizadas de maneira ordenada. Em contraste, as reuniões de casa são caracterizadas pela desorganização delas, e não importa se as reuniões se arrastarem por um pouco mais. Nós realmente devemos aprender a nos reunir com os novos como uma família e falar sobre coisas juntos, condu-zindo-os e os ajudando quando uma necessidade surge, mas sem substituí-los. The Furtherance of the New Way for the Lord's Recovery, Chapter 6, p. 80
Além disso, podemos abrir nossas casas uma noite na semana para permitir os santos relaxarem e ficarem confortáveis. Não devemos tomar qualquer outra coisa como nosso desfrute. Devemos ler a Bíblia, discutir as verdades da Bíblia, fale do Senhor Jesus, e dar testemunhos, e podemos tocar piano para acompanhar cantando nossos hinos. Esse é o caminho da benção. Three Crucial Matters for the Increase and Building Up of the Church, Chapter 4, p. 54
Quer esteja na Alemanha, Japão ou América, em todos os lugares há jovens; o que eles buscam é principalmente a verdade. Hoje enquanto trabalhamos, nós temos que aprender o segredo, que embora muitas coisas possam despertar os jovens, o que os prende, o que lhes dá satisfação duradoura, e os edificam é a verdade. Speaking for God, Chapter l, p. 20
Precisamos entender que o elemento da não-uniformidade é a maior característica dos pequenos grupos. Essa é uma característica muito distintiva dos pequenos grupos. Significa que os pequenos grupos podem cuidar de cada santo no grupo. Essa é a razão de dizermos que os pequenos grupos são o pulsar da vida da igreja...
Ainda assim, percebemos que é esse elemento "desorganizado" que traz os novos... Não tememos o elemento assim chamado "desorganizado" nos pequenos grupos pequenos. Uma vez que os pequenos grupos se tornam uniformes, as exigências aumentam, e fica difícil trazer os novos. O fato é que os pequenos grupos são um tanto desorganizados, que prova que os novos estão sendo trazidos. Para cuidar da condição de todos, cada um pode chegar cedo ou tarde o quanto ele quiser. Crucial Words of Leading in the Lord's Recovery, Book 1: The Vision and Definite Steps for the Practice of the New Way, Chapter 4, pp. 95-96
Referência Bibligráfica:
Leitura do Ministério para Reunião de Grupo - 2011 Austin, TX.
O foco da mudança no sistema é a casa. No Novo Testamento nós vemos muitos doces lares, como a casa de César (Fp 4:22), a casa de Cornélio (At 10:22-24), a casa de Lídia, vendedora de tecido púrpura (16:13-15), e a casa do carcereiro cujo nome é desconhecido (w. 29-34). Também havia a casa de Estéfanas (1Co 1:16) e a casa de Crispo (At 18:8). Além disso, havia casas nas quais as reuniões eram mantidas, como a casa de Áquila e Priscila (Rm 16:3-5; 1Co 16:19), a casa de Ninfas (Cl 4:15), e a casa de Filemom (Fl 1-2). Esses exemplos nos mostram claramente que a unidade da salvação de Deus e serviço é a casa.
Mesmo no Antigo Testamento, nos dois grandes tipos de salvação, a casa era a unidade de salvação. O primeiro foi o tipo do dilúvio no qual os oito membros da casa de Noé entraram na arca e foram salvos do julgamento de Deus no mundo (Gn 7:1; Hb 11:7; 2Pe 2:5). O segundo foi o tipo da Páscoa no qual cada casa israelita tomava um cordeiro, mata-o, aspergia o sangue nas ombreiras da porta e na verga da casa, e comiam a carne do cordeiro. Não era um cordeiro para cada pessoa, mas para cada casa como uma unidade (Êx 12:3-8). No passado ignoramos essas verdades claras da Bíblia; nós fomos influen-ciados pelo cristianismo e fomos distraídos e arrastados.
(...)
O PULSAR DA VIDA NA PRÁTICA DA NOVA MANEIRA—A CASA
O fator crucial sobre a nova maneira é ter a salvação do Senhor concretizada de uma maneira prática por cada santo. Nós sabemos que a única maneira para que qualquer coisa possa ser mantida na sociedade humana é ser realizada nas casas. A casa é o lugar onde tudo relacionado à existência humana é contínuo. Se tivéssemos apenas indivíduos numa sociedade sem a existência dos lares, nada relacionado ao viver humano sobreviveria; a sociedade precisa do ambiente necessário para mantê-la unida. A casa é a unidade básica da sociedade; ela é o fundamento de uma nação. De acordo com a Palavra de Deus, a igreja de Deus é primeiramente a casa, família ou habitação, de Deus (1Tm 3:15). Após isso é o reino de Deus (Rm 14:17). É difícil o reino de Deus existir sem a existência das casas. Sem a casa como uma base, os indivíduos dificilmente existiriam, e dificilmente uma nação ou reino seria estabelecido.
O cristianismo caiu nas armadilhas de Satanás; negligenciando as casas completamente. No cristianismo as pessoas só querem as reuniões grandes sem nem ao mesmo pensar sobre as reuniões de casa. Uma pessoa no cristianismo não encontra ambiente para manter sua experiência de unidade. Não há ambiente para sustentar o testemunho nem ambiente para sustentar e preservar a verdade. Considere Romanos 16. Sem dúvida, durante a época dos apóstolos, a igreja era edificada nas casas dos crentes. Sabemos que o livro de Romanos é um livro que trata especificamente com a vida espiritual em Cristo e o viver espiritual na igreja. No final desse livro, um capítulo inteiro é dedicado às saudações de Paulo aos santos. Pelas suas saudações, podemos ver que várias casas foram abertas para a igreja. Isso nos mostra que a vida da igreja na época dos apóstolos tinha uma atmosfera de casa muito forte. Sob a influência de Satanás, o cristianismo aniquilou completamente a atmosfera espiritual das casas.
Essa é a razão pela qual devemos nos esforçar com toda a energia, força e tempo que o Senhor tem nos dado para restaurar a atmosfera adequada das casas. A primeira coisa que temos de fazer é que a casa de cada santo seja um lugar para se reunir. No momento, muitos santos estão com encargo de abrirem suas casas. Esse é um grande passo à frente. Ainda não podemos ficar satisfeitos com esse passo inicial. Não só temos que abrir as casas desses que estão com encargo, mas também temos que levar as reuniões para as casas daqueles que não estão com encargo. Esperamos que toda casa possa ser aberta para se tornar um lugar para se reunir. Cada casa aberta representa mais um lugar para se reunir. Os lugares menores de reunião numa igreja são as casas de cada irmão e irmã naquela igreja. Witness Lee. The Ministry Magazine, Vol. 3[S] :4-5 (1999)
Você quer ser santo? Estabeleça uma reunião de casa. Você quer ser espiritual? Estabe-leça uma reunião de casa. Você quer conhecer a Bíblia? Nada o forçará a buscar o conheci-mento da Bíblia mais que estabelecer uma reunião de casa. As reuniões de casa o forçarão a buscar o conhecimento espiritual, adequado, e enquanto você estiver buscando o conhe-cimento para ensinar outros, você será ensinado, iluminado, nutrido. Posso recordar minha própria história. Quando eu estava tentando ensinar a outros, comecei a perceber que eu precisava ser ensinado. Hoje o passo único, definitivo, para a restauração do Senhor é promover as reuniões de casa. Esse é o único caminho. The Home Meetings—The Unique Way for the Increase and Building Up of the Church, chap 2. , pp. 19-20
MAIS FRUTO E MAIS DESFRUTE DO SENHOR
João 15:2 diz, "Todo ramo em Mim que não dá fruto, Ele o corta; e todo ramo o que dá fruto, Ele o limpa, para que produza mais frutos." Todo ramo em Jesus deve dar fruto. Talvez alguns possam dizer, "O frutificar no capítulo quinze necessariamente não se refere às pessoas. Em Gálatas capítulo cinco, o fruto do Espírito refere-se ao amor, alegria, paz, longanimidade, e assim sucessivamente." Se você ler o contexto do capítulo quinze de João você verá que a ênfase é sobre as pessoas como fruto. Se um ramo tem somente um fruto, ele não é atrativo. Mas se um ramo não tem nenhum fruto, o Senhor disse que Ele o cortará. Ser cortado significa ser privado do desfrute das riquezas da árvore.
As pessoas infrutíferas estão em perigo de perder o seu desfrute. Como um ramo, se você quiser desfrutar das riquezas da árvore, você tem que dar muito fruto. Quanto mais frutos você der, mais riquezas você receberá do Senhor. Isso significa que quanto mais frutos você produz, mais desfrute você tem. Você deve ir e dar fruto. Você deve trazer as pessoas. Nessa questão há muitas lições a aprender. Eu mencionei isso no passado. Você deve lidar com diferentes tipos de pessoas de maneiras diferentes. Ensinar cânticos espirituais aos filhos de seus parentes é uma maneira. Cantar para o seu avô é outra. Claro que, você deve orar por eles. Há muitas maneiras. A pergunta é, se você tem ou não o coração para cuidar deles.
Nós que somos salvos, somos destinados pelo Senhor a frutificarmos. Quer você tenha ou não o desejo, você deve frutificar. Se você não frutificar, estará fazendo algo diferente do que o Senhor destinou a você, e então perderá o desfrute do Senhor. O capítulo um de Cântico dos Cânticos diz que nós, os buscadores do Senhor, não devemos desistir de nossas "crianças." Key Points on the Home Meetings, chap. 5, pp. 62-63
AS REUNIÕES DE CASA SÃO O FUNDAMENTO DAS REUNIÕES DA IGREJA
O tópico desta mensagem é "O Fundamento das Reuniões da Igreja”. Em qualquer coisa que você faz, sempre há um fundamento. Até mesmo o idioma em si isto tem um fundamento. As vinte e seis letras do alfabeto inglês são o fundamento do idioma inglês. Qual é o fundamento das reuniões da igreja? Não é difícil você encontrar em Atos como os três mil e os cinco mil se reuniam após serem salvos. Eles se reuniam no templo e de casa em casa, de uma família para outra. Quando eles estavam no templo, era principalmente Pedro e João quem falavam. Se você pedisse para que os apóstolos Pedro e João visitassem as três mil e as cinco mil pessoas salvas, que engloba alguns milhares de casas, mesmo se eles gastassem as solas dos seus pés, eles ainda não poderiam alcançar cada um deles.
Atos capítulo cinco também diz, "E todos os dia, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e de anunciar o evangelho de Jesus como o Cristo". Absolutamente não havia ensinamentos diferentes naquela época. Aqueles que eram salvos, apesar de serem salvos apenas há um ou dois dias, começavam a se reunir nas suas casas. Eles certamente não falavam sobre os ensinamentos de Moisés, nem falavam as doutrinas de Isaías. Cada casa, estava falando o que eles tinham ouvido pessoalmente do falar de Pedro no templo.
As reuniões de casa eram o fundamento das reuniões da igreja. As reuniões grandes no templo não eram o fundamento. Uma vez que as reuniões grandes no templo terminas-sem, eles estariam acabados. Os crentes eram gerados nas grandes reuniões, e então eles eram levados para as reuniões individuais de casa. As reuniões da igreja não eram edificadas nas reuniões grandes no templo, ao contrário, as reuniões da igreja eram em cada casa, de casa em casa.
Atos capítulo oito diz que uma grande perseguição se levantou em Jerusalém não muito depois que as três mil e as cinco mil pessoas foram salvas. Todos eles deixaram Jerusalém; somente os doze apóstolos permaneceram lá. Disto vemos que a propagação do evangelho do Senhor e a propagação do testemunho da igreja do Senhor não dependeu principal-mente dos apóstolos, mas daqueles que foram espalhados. Eles levavam as pessoas a serem salvas em todos os lugares que iam. Posso garantir que nenhuma reunião grande existia então. As reuniões grandes não são o fundamento da igreja. As reuniões de casa em casa, as reuniões nas casas, são o fundamento da igreja. As reuniões grandes são um tipo de patinação no gelo. São as reuniões de casa que podem de fato manter as pessoas. Essa luz está muito clara na Bíblia.
A Bíblia Enfatiza a Comunhão Mútua
Sessenta anos atrás, o Senhor nos mostrou que a verdade da Bíblia era não tomar esse caminho, mas enfatizar a comunhão mútua. Como pode uma igreja de dez mil membros ter comunhão mútua? Se o caminho fosse através das reuniões grandes, então não seria fácil falar um membro de cada vez, mesmo depois de se reunir durante dez anos. Mas se as pessoas entrarem numa casa, eles terão que falar, mesmo embora eles regularmente não falem muito, e a situação deles se tornará clara por esse tipo de falar. Você pode até mesmo ser capaz descobrir que tipo de doença eles têm através da sua oração. As reuniões de casa são o fundamento da igreja.
Somente as Reuniões de Casa Podem Manter as Pessoas
Quando chega a obra de Deus, o começo é sempre o melhor. Depois que ele é entregue às mãos do homem, começa a degringolar. O começo de Atos foi o melhor. Havia a "pista de patinação" nas reuniões grandes para as pessoas patinarem. Muitos patinavam. Então havia as reuniões de casa em casa para levar as pessoas para o fundamento da igreja. Uma vez que uma pessoa se juntava às reuniões de casa, ela era mantida. Essa é a sabedoria de Deus. On Home Meetings, chap. 1, pp. 13, 16
REUNIR EM TODA CASA
De acordo com o nosso estudo, experiência e observação, eu diria que as reuniões de casa são o único caminho para o aumento e edificação da igreja. Há muitas coisas positivas que saem das reuniões de casa. Nas reuniões de casa, todo mundo se torna um buscador, um servidor, um pregador, um educador e um que espontaneamente testifica pelo Senhor. Esperamos encorajar todos os santos na restauração do Senhor a ter reuniões nas suas casas.
A frase grega em Atos 5:42 indica que nenhuma casa foi perdida. Eles se reuniam de casa em casa. Não deveríamos tomar o caminho de selecionar algumas casas promissoras, e então ter as reuniões nessas casas. Isso é errado. Cada casa dos crentes é promissora. Precisamos abrir nossa casa. Primeiro podemos nos reunir com nossos familiares. Não precisamos nos reunir primeiro com outros. Podemos iniciar nossa reunião de casa nos reunindo nossos familiares. Todos nós que temos esposas e filhos, podemos ter uma reunião de casa. Devemos nos reunir com nossos familiares, com nossa esposa e com nossas crianças pequenas. Estabelecer uma reunião despertará nosso coração e abanará a chama em nosso coração e em nosso espírito. Em primeiro lugar, nós seremos queimados, e então nossa família será queimada. Estabelecer uma reunião de casa afastará muitas coisas malignas de nossas casas.
Não diga que você é fraco, que você não pode derrotar seu ego, que você não pode vencer seu temperamento, que você não pode se controlar, que você não pode fazer isso ou aquilo. Apenas estabeleça uma reunião de casa em sua casa. Tenho visto em muitos casos que quando você estabelece uma reunião em sua casa o Espírito Santo traz as pessoas até você. Gradualmente as pessoas virão. Eu diria que se você é um cristão, contudo você não tem uma reunião de casa, você não está no padrão. Você pode conhecer a Bíblia, ser espiritual, ser buscador, amar o Senhor, e assim sucessivamente, mas se você não abrir sua casa, você está fora do padrão. Até mesmo uma irmã solteira pode abrir o seu apartamento para reuniões. Todo alojamento dos santos, seja solteiro ou com uma família, deve ser aberto para se reunir. Você pode dizer, "Com quem nos reuniremos?" Primeiro, com os anjos, então com um crente, então com um vizinho. Você deve orar, se esforçar, e até mesmo jejuar até que consiga que um vizinho venha reunir com você. Se você determinar ter alguma reunião com você em sua casa, certamente há um caminho. Muitas pessoas estão ao seu redor diariamente. Você tem muitos parentes e amigos.
Mensagem 3
As Casas
I. A importância das casas na economia neotestamentária de Deus
A. A invenção do Espírito Santo
Atos 2:46 E, diariamente, perseverando unanimes no templo e partindo o pão de casa em casa, partilhavam o alimento com grande alegria e singeleza de coração.
Eles começaram a se reunir não segundo a maneira judaica congregacional do Antigo Testamento, nem segundo a maneira romana, nem segundo a maneira grega. Então quem inventou a maneira para o primeiro grupo de cristãos se reunirem? O Espírito Santo inventou a maneira. Podemos dizer isso porque naquele dia, os cento e vinte estavam economicamente cheios do Espírito Santo. E sem dúvida, os três mil novos convertidos também estavam cheios do Espírito Santo. Então, tudo o que eles fizeram naquele dia foi iniciado pelo Espírito Santo. A coisa principal que eles fizeram foi começar a se reunir no templo para as grandes congregações e nas casas. Eu gosto das duas frases em Atos 2:46, "diariamente" e "de casa em casa." The Home Meetings, Chapter l, pp. 7-8
B. O lugar fora onde a atividade de Deus é realizada
Marcos 2:l-2
1 Dias depois, entrando Jesus de novo em Cafarnaum, ouviu-se que Ele estava em casa.
2 Muitos se ajuntaram ali, tantos que já não havia lugar nem mesmo junto à porta. E anunciava-lhes a palavra.
Mateus 9:10
E sucedeu que, estando Ele reclinado à mesa na casa, eis que muitos cobradores de impostos e pecadores vieram e reclinaram-se com Jesus e Seus discípulos.
Atos 16:14-15
14 Certa mulher, de nome Lídia, vendedora de tecido púrpura, da cidade de Tiatira, que adorava a Deus, escutava; o Senhor lhe abriu o coração para estivesse atenta às coisas que Paulo dizia.
15 Depois de ser batizada, ela e a sua casa, rogou-nos, dizendo: Se julgais que eu sou fiel ao Senhor, entrai em minha casa e ali ficai. E nos constrangeu a isso.
O evangelho doméstico deve partir das casas. Mesmo a obra dos campi pode partir das casas. As casas são o fundamento... Para uma nação ser forte, as casas devem ser fortes. Para uma igreja ser forte, as reuniões de casa devem ser edificadas. As casas são o fundamento, a base, de todas as atividades. On Home Meetings, Chapter l, p. 20
Estamos com o encargo de irmos para a Europa num grupo de pelo menos quatro santos, incluindo um casal entre as idades de trinta a cinquenta anos, em cujas casas começarão as reuniões. Cada grupo de santos que for para a Europa deve ter um casal, e esse casal pode ter algum filho. Essa família será o centro do grupo. Tentaremos ajudá-los a conseguir uma casa perto de uma faculdade ou de uma universidade... As pessoas recém contatadas podem ser levadas para essa casa para comunhão. Essa será nossa maneira. The World Situation and the Direction of the Lord's Move, Chapter 4, pp. 48-49
C. O lugar para manter e cuidar dos novos
Atos 2:47
Louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava, dia a dia os que iam sendo salvos.
As reuniões grandes não são o fundamento da igreja. As reuniões de casa em casa, as reuniões nas casas, são o fundamento da igreja. As reuniões grandes são um tipo de patinação no gelo. São as reuniões de casa que podem de fato, manter as pessoas. Essa luz está muito clara na Bíblia. On Home Meetings, pp. 10-11
O começo de Atos foi o melhor [contudo] lá havia a "pista de patinação" nas reuniões grandes para as pessoas patinarem. Muitos patinavam. Então havia as reuniões de casa em casa para trazer as pessoas para o fundamento da igreja. Uma vez que uma pessoa se juntava às reuniões de casa, ele era mantida. Essa é a sabedoria de Deus. On Home Meetings, p. 16
Eu não estou brincando. Baseado em minhas observações de cada angulo, estou conven-cido de que o aumento e a propagação da igreja dependem totalmente das reuniões de casa. Isso está baseado nos meus sessenta anos de experiência. Descobri a lei para o aumento e propagação da igreja. Tudo tem suas próprias leis. A ciência é a descoberta dessas leis. A lei para o aumento da igreja são as reuniões de casa. Key Points on the Home Meetings, Chapter 7, p, 79
II. Nossa necessidade de estarmos conectados às casas em duas direções para formar uma ponte para os novos entrarem na vida da igreja
A. Conectados às casas dos novos (durante o semestre e durante os intervalos)
João 15:16
Não fostes vós que Me escolhestes a Mim; pelo contrário, Eu vos escolhi a vós, e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que o que pedirdes ao Pai em Meu nome, Ele vo-lo conceda.
Após sairmos para gerar novos crentes no Senhor, precisamos cuidar deles. A melhor maneira é estabelecer as reuniões em suas casas para envolvê-los protegê-los para que eles possam ser cuidados por serem nutridos e ensinados, e possam se tornar um fruto permanente, vivendo nos ramos da videira verdadeira, isto é, no Corpo de Cristo, para ser o aumento de Cristo. João 15:16, Nota de rodapé 3, Versão de Recuperação,
Lucas 19:5, 9
5 Quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, pois é necessário que eu fique em tua casa.
9 Disse-lhe Jesus: Hoje veio a salvação a esta casa, porque também este é filho de Abraão.
Atos 10:22
Eles disseram: O centurião Cornélio, homem justo e temente a Deus, que tem bom testemunho de toda a nação dos judeus, foi divinamente instruído por um santo anjo para mandar chamar-te à sua casa e ouvir palavras de tua parte.
B. Conectados à comunidade das casas dos santos
(edificando um abrigo—propósito, natureza, e condição)
Calculamos que cada irmão de tempo integral pode cuidar de vinte novos. Enquanto estiver cuidando desses vinte novos, você deve encontra uma maneira para juntar os novos com os mais velhos na região. Esses mais velhos são experientes e devem ser levados a coordenar com você. O tempo deles não é tão flexível como o seu. Aqueles que trabalham têm que ir para os seus escritórios, e as irmãs tem que cuidar do serviço doméstico delas. Você tem que trabalhar de acordo com o horário deles e ver como introduzir os novos no grupo. Somente quando esses grupos forem formados haverá ali uma condição estável. Todas as regiões devem fazer o melhor que puderem para praticar esses pontos. Words of Training for the New Way, Vol. 2, Chapter 19, pp. 73-74
C. Conectar os novos às casas dos santos para entrar na vida da igreja
Atos 8:lb, 3a,
l... Naquele dia, levantou-se grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém... 3 Saulo, porém, assolava a igreja, entrando de casa em casa...
O que é a vida da igreja? A vida da igreja não é algo rígido e morto. Para uma reunião ser considerada uma parte da vida da igreja, nós não temos que levar os santos para o local de reunião. Não estou dizendo que não deveríamos levar as pessoas para o local de reunião. O que eu quero dizer é que a vida da igreja necessariamente não tem que ser experien-ciada no local de reunião. Se há alguns santos que moram perto do campus com uma sala de estar que possa receber umas quinze pessoas, e esse santo está disposto a abrir sua casa para os estudantes, então podemos levar os estudantes para ter a mesa do Senhor ali, e podemos cuidar dos estudantes ali. Vessels Useful to the Lord, Chapter 2, p. 49
Se cuidarmos dessa maneira, o Senhor terá um testemunho vivo, não uma vida da igreja em locais grandes, mas a vida
da igreja praticada em muitas casas. Cada casa se tornará uma estação do evangelho, uma estação da verdade, uma estação de vida e uma estação da vida da igreja. Espero ver que cada uma dessas casas possa ser uma estação para propagar o evangelho, a verdade, vida e a vida da igreja. The Lord's New Way and His Ministry Today, Chapter l
Levar as pessoas primeiro para Cristo e então para a igreja
...Quando trabalhamos dessa maneira, devemos levar primeiro as pessoas para a casa do casal que vive próximo do campus. Lá podemos levá-los ao Senhor. Depois de termos levados ao Senhor, será fácil nós os treinarmos. Por meio desse treinamento, nós os levaremos para a vida da igreja. Na verdade, a casa do casal será o ponto de partida deles para a vida da igreja... The Collected Work of Witness Lee, Vol. 2 pp. 105-106
Um preço básico a pagar
Um preço básico que precisamos aprender a pagar em nossa busca diária é que os mais jovens devem receber ajuda dos mais velhos, e os mais velhos devem fazer o melhor possível para ajudar os mais jovens. Para ser tornar manifesto diante do Senhor como aqueles que estão verdadeiramente buscando crescimento espiritual, nós temos que cuidar dessas duas questões. Por um lado, devemos fazer de tudo para que possamos receber ajuda de quem quer que possa nos ajudar, e por outro, devemos fazer de tudo para que possamos ajudar quem precisa de nossa ajuda. Esse é o verdadeiro buscar. Porém, normalmente nossa situação é que os mais jovens procuram os mais jovens, enquanto que os mais velhos procuraram o mais velhos. Isso não é nem a verdadeira busca nem pagar o preço. How to be Useful to the Lord, Chapter 2, p. 20
1. Entrar nas casas e corações dos santos mais velhos resulta em oração, apascentamento e progresso
Filipenses 1:25
E, convencido disso, sei que ficarei e permanecerei com todos vós para o vosso progresso e alegria da fé.
2. Ver um padrão de Cristo vivido na vida diária
...Se os santos em cada localidade estiverem bem coordenados, os novos serão inspirados pelo que eles virem. Eles verão a verdadeira vida social, a vida comunal e a vida familiar. Nosso serviço em coordenação tocará, amolecerá e aquecerá o coração deles para receber a palavra viva e penetrante (Hb 4:12). Uma vez um principiante é levado para sua sala de estar, a maior parte do trabalho já é terminado. Preaching the Gospel on the CoIlege Campises, Chapter 2, pp. 27-28
3. Ver o futuro deles
Se os santos mais velhos na igreja puderem passar as lições que eles aprenderam do Senhor ao longo dos anos para os santos mais jovens, sem levar em conta como um fardo para o evangelho, o conhecimento da verdade ou uma porção no serviço, isso será maravilhoso. Dessa maneira, os santos mais velhos poderão descansar e dormir em paz, os jovens poderão funcionar adequadamente na igreja e os adolescentes e as crianças poderão crescer saudavelmente na igreja. Knowing Life and the Church, Chapter 9, p. 113
III. A funcionalidade das casas (acessibilidade, realizabilidade, sustentabilidade)
A. Humildes começos
Zacarias 4:10a
Pois quem despreza o dia dos humildes começos...
Neemias 3:2-3
2 E junto a ele edificaram os homens de Jericó; também ao lado destes edificou Zacur, o filho de Inri.
3 Os filhos de Hassenaá edificaram a porta dos peixes, colocaram-lhe as vigas, e lhe assentaram os batentes, com seus ferrolhos e trancas.
Uma igreja local é uma expressão do Corpo de Cristo numa determinada localidade composta de santos que principalmente se reúnem em pequenos grupos. The Condusion of the New Testament, Chapter 192, p. 2081
Cada igreja conforme o próprio coração de Deus sustenta o selo da "mutualidade" em toda a sua vida e atividade. Mutualidade é sua característica excelente. The Collected Works of Watchman Nee, Vol. 30, Chapter 3, p. 47
Não devemos esperar dez anos para pôr esses princípios em prática. Precisamos praticá-los imediatamente. De agora em diante todos nós devemos ir ao Senhor, orar e buscar Sua orientação sobre quem deve cuidar. A melhor maneira para ajudar as pessoas é abrir nossas casas e convidá-las. É especialmente fácil ajudar os estudantes dessa maneira. Devemos convidar um ou dois, não muitos. Se sentirmos a necessidade, podemos convidar um ou dois irmãos para nos ajudar. Devemos praticar isso a longo prazo, sema-nalmente ou quinzenalmente, e não esperar um sucesso rápido. Serving in the Meetings and in the Gospel, Chapter 4, pp. 49-50
Devemos considerar todas as pessoas que conhecemos e escolhermos dois ou três incré-dulos para cuidarmos ao logo do ano. Não devemos cuidar de muitos. A melhor maneira para fazer isso é abrir nossas casas e convidá-los. Isso é especialmente verdade para estudantes. Se quisermos morar no ou perto de um campi e ter um caminho para contatar as pessoas, será fácil levá-los ao Senhor convidando-os para nossa casa. Novamente, nós não devemos convidar muitos, talvez apenas dois ou três ou até mesmo um. Então saberemos qual é a melhor maneira para contatá-los. Se cuidarmos de determinada pessoas dessa maneira e a convidarmos para nossa casa, ela será salva na metade de um ano. Aprenda a fazer isso. Serving in the Meetings and in the Gospel, Chapter 5, p. 63
B. Uma reunião onde o nutrir e o cuidar podem acontecer
Ao mesmo tempo você deve ter cuidado para não trazer a atmosfera das reuniões grandes para as reuniões de casa. Reuniões grandes devem ser realizadas de maneira ordenada. Em contraste, as reuniões de casa são caracterizadas pela desorganização delas, e não importa se as reuniões se arrastarem por um pouco mais. Nós realmente devemos aprender a nos reunir com os novos como uma família e falar sobre coisas juntos, condu-zindo-os e os ajudando quando uma necessidade surge, mas sem substituí-los. The Furtherance of the New Way for the Lord's Recovery, Chapter 6, p. 80
Além disso, podemos abrir nossas casas uma noite na semana para permitir os santos relaxarem e ficarem confortáveis. Não devemos tomar qualquer outra coisa como nosso desfrute. Devemos ler a Bíblia, discutir as verdades da Bíblia, fale do Senhor Jesus, e dar testemunhos, e podemos tocar piano para acompanhar cantando nossos hinos. Esse é o caminho da benção. Three Crucial Matters for the Increase and Building Up of the Church, Chapter 4, p. 54
Quer esteja na Alemanha, Japão ou América, em todos os lugares há jovens; o que eles buscam é principalmente a verdade. Hoje enquanto trabalhamos, nós temos que aprender o segredo, que embora muitas coisas possam despertar os jovens, o que os prende, o que lhes dá satisfação duradoura, e os edificam é a verdade. Speaking for God, Chapter l, p. 20
Precisamos entender que o elemento da não-uniformidade é a maior característica dos pequenos grupos. Essa é uma característica muito distintiva dos pequenos grupos. Significa que os pequenos grupos podem cuidar de cada santo no grupo. Essa é a razão de dizermos que os pequenos grupos são o pulsar da vida da igreja...
Ainda assim, percebemos que é esse elemento "desorganizado" que traz os novos... Não tememos o elemento assim chamado "desorganizado" nos pequenos grupos pequenos. Uma vez que os pequenos grupos se tornam uniformes, as exigências aumentam, e fica difícil trazer os novos. O fato é que os pequenos grupos são um tanto desorganizados, que prova que os novos estão sendo trazidos. Para cuidar da condição de todos, cada um pode chegar cedo ou tarde o quanto ele quiser. Crucial Words of Leading in the Lord's Recovery, Book 1: The Vision and Definite Steps for the Practice of the New Way, Chapter 4, pp. 95-96
Referência Bibligráfica:
Leitura do Ministério para Reunião de Grupo - 2011 Austin, TX.
Marcadores:
O Foco da Mudança no Sistema
Local:
Brasília - DF, Brasil
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
O Único Ministério NÃO é o ministério do irmão Witness Lee
O termo “O Único Ministério” ou “Ministério Único” tem sido mal compreendido nos dias atuais, sendo interpretado por muitos santos como se fosse o ministério do irmão Witness Lee. Deveras a bíblia revela apenas um ministério: “Pelo que, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos” (2 Co 4:1). Quando fala “este ministério” no singular, se refere ao ministério revelado no novo testamento que também são vários: “E há diversidade de ministérios” (1 Co 12:5 – IBB – Ver.). Por isso, é importante a compreensão adequada do termo ministério, no singular, e ministérios, no plural.
Este Ministério é o Ministério Neotestamentário, que significa que é o ministério do Novo Testamento, também conhecido como Ministério da Nova Aliança (2 Co 3:16). E se trata de um Ministério que transmite vida e edificação aos ouvintes, por isso, é conhecido também como o Ministério do Espírito (2 Co 3:8). Este ministério é dispensado plenamente a todos aqueles que buscam Cristo em retidão, eis o motivo de ser mencionado na bíblia como Ministério da Justiça (2 Co 3:9). E por fim, este ministério é o próprio Cristo revelado no capítulo 4, versículo 12 na carta de Paulo aos Efésios (Sugiro a leitura atenta da terceira nota de rodapé do referido versículo), que é o único conteúdo deste ministério!
Equação Matemática do Ministério
O MINISTÉRIO (Ef 4:12) = ÚNICO MINISTÉRIO (2 Co 4:1) = MINISTÉRIO NEOTESTAMENTÁRIO (2 Co 3:16) = MINISTÉRIO DO NOVO TESTAMENTO (2 Co 3:16) = MINISTÉRIO DA NOVA ALIANÇA (2 Co 3:16) = MINISTÉRIO DO ESPÍRITO (2 Co 3:8) = MINISTÉRIO DA JUTIÇA (2 Co 3:9) = MINISTÉRIO DA ERA = CRISTO
No capítulo vinte e seis do estudo-vida de 2 Coríntios, o irmão Witness Lee apresenta o que significa O Ministério, e no capítulo vinte e sete declara de forma simples que este ministério Neotestamentário não se confunde com o seu ministério. Embora não possamos mais dispor de seu ministério, pois o ministério de uma pessoa perdura durante a vida, como ele já faleceu, o que temos hoje é O RESULTADO do seu ministério, o seu legado escrito, e reproduzido com recursos áudio visuais. Vale ressaltar, que existem cooperadores que dão continuidade ao resultado do seu ministério e, por isso, também NÃO possuem o monopólio do ministério em suas mãos, muito menos da edificação do Corpo de Cristo.
Embora também não possamos dispor dos diversos ministérios de vários servos de Deus que já dormiram no Senhor, podemos desfrutar do resultado que os mesmos deixaram pela eternidade, ainda mais se tratando do legado deixado pelos irmãos Nee e Lee e suas exponenciais contribuições para o Corpo e Cristo. Recomendo também a leitura do texto Diferença entre o Ministério e os Ministérios no Novo Testamento. Segue a leitura dos Capítulos 26 e 27 do estudo-vida de segunda aos Coríntios.
Pelos interesses de Cristo,
Kleydson Feio
ESTUDO-VIDA DE SEGUNDA CORÍNTIOS
MENSAGEM VINTE E SEIS
A ESSÊNCIA DO MINISTÉRIO DA NOVA ALIANÇA (2)
Leitura Bíblica: 2 Co 3:3, 6-9, 18; 4:1
MINISTÉRIO E MINISTÉRIOS
Hoje muitos cristãos falam sobre diferentes ministérios e de receber todo o tipo de ministério. A questão de ministério e ministérios não é simples. Conforme 2 Coríntios, há somente um ministério, o ministério único. Em 4:1, Paulo diz: “Pelo que tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos”. Por um lado, ele diz “desfalecemos”, no plural; por outro, diz “este ministério”, no singular. Segundo esse versículo, há muitos ministérios. Entretanto, em 1 Coríntios 12:5 (IBB-Ver.), Paulo diz: “E há diversidade de ministérios”.
Como pode ser que o ministério é único e ainda haja muitos ministérios? A resposta é que o Novo Testamento, Deus tem somente uma operação. Ademais, Ele tem somente um ministério para levar a cabo a Sua única operação. Todos os apóstolos: Pedro, Tiago, João, Paulo, Timóteo, levaram a cabo o mesmo ministério. Pedro não levou a cabo um ministério, Paulo outro, e Timóteo ainda outro. Essa é a situação entre os pregadores, mestres e ministros hoje, que levam a cabo ministérios diferentes.
Por haver diferentes ministérios, há várias denominações. Os batistas levam a cabo o ministério batista para cumprir a operação batista. Os presbiterianos levam a cabo outro ministério para realizar a operação presbiteriana. O mesmo ocorre com os episcopais, luteranos e metodistas. Todas essas denominações executam diferentes ministérios a favor de suas próprias operações. De acordo com o Novo Testamento, essa prática não esta correta. O Novo Testamento revela que há um único ministério. Hoje, as igrejas locais não executam diferentes ministérios para realizar muitas operações. Deus tem uma só operação a ser levada a cabo pelo único ministério.
Agora precisamos ver o que faz esse único ministério do Novo Testamento: ele serve Cristo aos outros Inscreve Cristo nas pessoas como o Espírito em seu interior e como justiça exteriormente. Essa é a função do único ministério. Ao pregar o evangelho, devemos pregá-lo dessa forma. Assim também, ao ensinar a Bíblia, edificar os santos ou as igrejas, devemos fazê-lo dessa forma. Toda a nossa obra na vida da igreja deve ser inscrever Cristo nos santos. Com relação a isso, não temos vários ministérios.
Embora o Novo Testamento indique claramente que o ministério é um e único, também fala de diferentes ministérios. Estes se referem aos serviços na igreja. Quando 1 Coríntios 12:5 fala de ministérios isso quer dizer os diferentes serviços (Compare a IBB-Ver. com a VRA nesse versículo). Na vida da igreja, os santos estão envolvidos em diferentes serviços. Por exemplo, alguns cuidam das crianças. Esse é um serviço. Alguns pastoreiam os mais jovens ou os mais fracos. Esse é outro serviço. Todos esses serviços, entretanto, levam a cabo o único ministério, o único serviço. Como vimos, a função do único serviço é ministrar Cristo ao povo escolhido de Deus. De que forma devemos cuidar das crianças? Devemos fazer isso ministrando-lhes Cristo. De modo semelhante, como devemos pastorear os mais jovens ou os mais francos? Ao pastorear, devemos ministrar Cristo aos outros. Mesmo quando as irmãs se reúnem para orar, todas devem ministrar Cristo. Os muitos serviços visam o único serviço; os muitos ministérios visam o único ministério.
Aceitamos todos os ministérios que cumprem o único ministério com vistas à operação de Deus, mas não podemos aceitar um ministério que busque estabelecer ou realizar algo diferente da única operação de Deus. Por exemplo, não podemos aceitar um ministério que tenha como objetivo o estabelecimento da denominação presbiteriana; tampouco ministérios que busquem executar operações batistas, luteranas ou episcopais. São facciosos; portanto, não podemos aceitá-los. Os ministérios que aceitamos são os que visam ao único ministério neotestamentário.
Se você atentar par essa maneira de entender o ministério e os ministérios, e ler todo o Novo Testamento de novo, principalmente as Epístolas, verá que é uma maneira precisa. Eu o encorajo a estudar as Epístolas seguindo essa linha, prestando especial atenção às palavras ministério e ministérios. Se fizer tal estudo, verá que os vários ministérios, ou serviços, visam todos levar a cabo o ministério único da nova aliança.
Para levar a cabo a economia neotestamentária de Deus, o ministério é unicamente um, mas para cumprimento desse único ministério, principalmente na vida da igreja, há a necessidade de muitos serviços, de vários ministérios. Novamente, porém, quero enfatizar que os vários ministérios e serviços visam levar a cabo o único ministério que é o ministério da nova aliança. Esse ministério inscreve nos santos o Deus todo-inclusivo, que é o Espírito em nós, e a justiça, que é a expressão exterior.
UM MINISTÉRIO DE INSCREVER
Como já ressaltamos, na mensagem anterior, o Espírito e a justiça são dois aspectos da essência inscrita em nós pelo ministério da nova aliança. O Espírito vivo é o aspecto interior e a justiça perfeita é o aspecto exterior. A essência do ministério da nova aliança inclui os dois aspectos: o Espírito e a justiça.
Nosso ministério nas igrejas locais tem de ser um ministério de inscrever. Não deve ser mero ensinamento. Se somente ensinarmos os outros, a essência divina não será inscrita neles. O ensinamento não exige nenhuma essência; inscrever, entretanto requer uma essência, assim como escrever com caneta exige tinta. Se você tentar escrever com uma caneta vazia, não haverá palavras no papel. Para escreve, precisamos ter a tinta como essência da escrita. Então quanto mais escrevermos, mais palavras serão inscritas no papel. Igualmente, precisamos ter a essência divina a fim de inscrevê-la no ser dos santos.
O ministério de inscrever é único e a essência usada para inscrever, também. Pedro não inscreveu de um modo e com uma essência, e Paulo de outro modo com outra essência. Não; os apóstolos não estavam divididos; tampouco eram facciosos; antes, todos inscreveram do mesmo modo com a mesma essência. Contudo, os pregadores de hoje inscreverem de modo diferente e com ensinamentos diferentes. Como consequência, quanto mais ensinam e pregam, mais divisões são produzidas. Por isso, o inscrever único tem de ser com a essência única.
O DEUS TRIÚNO PROCESSADO COMO A ÚNICA ESSÊNCIA INSCRITA EM NÓS
Qual a única essência que deve ser inscrita nos santos? É o Deus Triúno como o Espírito. O termo “o Espírito”, usado no Novo Testamento, é muito significativo. Ele denota o Deus Triúno processado como Espírito que dá vida todo-inclusivo.
Em Gênesis 1:2, lemos sobre o Espírito de Deus. Em outros lugares, o Antigo Testamento fala do Espírito de Jeová. No Novo Testamento, o termo Espírito Santo é usado. Então, em Atos 16:7 lemos sobre o Espírito de Jesus; em Romanos 8:9, sobre o Espírito de Cristo; em Filipenses 1:19, sobre o Espírito de Jesus Cristo. Em Romanos 8, somos incumbidos de andar no Espírito. No Novo Testamento, a ênfase não está em andar no Espírito Santo ou no Espírito de Deus, e, sim, no Espírito. Por fim, na conclusão da Bíblia, em Apocalipse 22:17, lemos sobre o Espírito e a noiva. Assim, a Bíblia termina com uma palavra não sobre o Espírito de Deus, ou o Espírito Santo, mas o Espírito. O Espírito em Apocalipse 22:17 é o Deus Triúno processado.
Percebo que é problemático para a mente religiosa falar cobre Deus ser processado. Lembro-me da primeira vez que usei o termo processado acerca do Deus Triúno numa mensagem. Depois, fiquei pensando se não tinha sido ousado demais ao dizer que Deus é processado. Nessa mensagem, enfatizei que Deus não é mais “não processado”, isto é, “cru”. Hoje, Deus é o Deus processado, mas depois de ter ponderado sobre essa questão mais a fundo e orado acerca disso, tive a profunda sensação interior, creio que do Espírito, de que se não tivesse usado o vocábulo processado, não teria encontrado termo melhor. Disse para mim mesmo: “Se você não usar termos como cru e processado, como será capaz de dar mensagens acerca de Deus Triúno como seu desfrute? Como será capaz de expressar a verdade a respeito dos passos dados por Deus para se tornar o Espírito todo-inclusivo? Será que você é tímido e teme oposição e críticas?” Por isso, depois de muito orar e ponderar, senti confirmação para usar esse termo. Recentemente, soubemos que William Law e Andrew Murray também usaram esse termo em seus escritos.
Na Bíblia, certos termos não são usados; todavia, há fatos que nos dão motivos para usar termos específicos para descrevê-los. Por exemplo, o termo Trindade não pode ser encontrado na Bíblia. Não obstante, a Bíblia revela a Trindade. Há um só Deus, mas Ele é o Pai, o Filho e o Espírito. Isso não é a Trindade? Certamente é. A Trindade, de fato, não que dizer três em um, mas três-um. O adjetivo de trindade é triúno, composto de dois radicais latinos: tri (três) e uno (um). Portanto, triúno significa três-um, e não três em um. Uma vez que a Bíblia revela que Deus é triúno, que há de errado em usar o termo Trindade para falar de Deus como Pai, Filho e Espírito? Precisamos ter algum termo para expressar tal fato. No mesmo princípio, a Bíblia não usa o termo processado com respeito ao Deus Triúno. Contudo, revela o processo de Deus.
Enquanto lutava quanto ao uso do termo processado, refleti sobre a encarnação de Cristo. Cristo, o Deus eterno, foi concebido no ventre de uma virgem e nasceu numa manjedoura em Belém. Ele, então, viveu na terra por trinta e três anos e meio. Por fim, foi crucificado e sepultado num túmulo. Depois de visitar o Hades, surgiu em ressurreição. Enquanto ponderava sobre tudo isso, disse para mim mesmo: “Se isso não é um processo, então que é? Visto que é um processo, você tem de ser ousado em usar esse termo em suas mensagens”.
Que há de errado em dizer que Deus hoje é o Deus processado, que Ele não é mais o Deus não processado, o Deus “cru”? Se pescar um peixe e levá-lo para casa, o peixe estará cru. Mas depois de cozinhá-lo e servi-lo no jantar, já não será um peixe cru, mas processado. Nosso Deus não é mais cru. Em Gênesis 1, Ele era o Deus cru. Na verdade, em todo o Antigo Testamento Ele era cru; não tinha ainda sido “cozido”. Ele não tinha ainda sido processado mediante encarnação, viver humano, crucificação e ressurreição.
A encarnação de Cristo foi parte do Seu processo. Sua concepção no ventre de Maria e Seu nascimento em Belém foram aspectos desse processo. Por nove meses, Ele esteve no ventre de uma virgem. Isso foi um processo. Isso foi um processo. Ele, então, viveu na terra por trinta e três anos e meio. Quando foi crucificado, esteve na cruz por seis horas. Depois ficou no túmulo por três dias. Tudo isso não é um processo? Alguns podem dizer que a encarnação, viver humano, crucificação e ressurreição do Senhor foram simplesmente procedimentos, não processo. De acordo com essa maneira de entender, a encarnação foi um procedimento pelo qual Deus se tornou homem, e crucificação foi outro, pelo qual o Redentor morreu pelos nossos pecados. Mas mesmo se você mudar a palavra processo para procedimento, os fatos permanecem os mesmos. Além disso, esses procedimentos, se usar esse termo, constituem, na verdade, um processo.
O ESPÍRITO E A NOIVA
No Novo Testamento, o Espírito representa o Deus Triúno processado. Na verdade, Ele é a expressão final e máxima do Deus Triúno processado. Vimos que Apocalipse 22:17 diz: “O Espírito e a noiva dizem: Vem!” Não há, em linhagem humana, expressão mais grandiosa que essa. O Espírito é a expressão final e máxima do homem tripartido transformado. Na época de Apocalipse 22:17, o Deus Triúno processado e o homem tripartido transformado se casarão e se tornarão um casal universal. Isso quer dizer que os dois se tornarão um. Que casamento não será! Será o maior casamento no universo, e todos estamos convidados.
O Espírito, como o Deus Triúno processado, é a essência inscrita em nosso ser. Visto que essa essência foi inscrita em nós, não podemos permanecer os mesmos. Ocorre uma transformação em nós. Talvez, mesmo ao ler esta mensagem, um pouco da essência divina tenha sido inscrita em você. Talvez você não se lembre dos tópicos da mensagem, mas o que foi inscrito em você de essência divina nunca será apagado.
A essência divina inscrita em nós por todos os anos nas igrejas locais terá uma expressão específica, que é justiça. Quando temos justiça como expressão da essência inscrita em nós, tornamo-nos corretos para com Deus, com os outros e para com tudo na vida diária. Isso quer dizer que o Deus que em nós habita se torna a nossa justiça, para ser nossa aparência e expressão. Essa expressão é a imagem de Deus. O Espírito e a Justiça constituem a essência do ministério da nova aliança.
ESTUDO-VIDA DE SEGUNDA CORÍNTIOS
MENSAGEM VINTE E SETE
DO MINISTÉRIO DO ESPÍRITO COMO SUPRIMENTO DE VIDA, E DA JUSTIÇA COMO EXPRESSÃO DE DEUS (1)
Leitura Bíblica: 2 Co 3:8-9, 18; 5:21; Cl 3:10; 1Co1:30; 15:34; Rm 8:2,4; 14:17; Fp 1:19; 3:9; Ap 19:7-8; Ef 4:24; Mt 5:6, 10, 20.
O ministério da nova aliança é algo muito grandioso. Inclui todo o Novo Testamento com vinte e sete livros. Nas mensagens anteriores, vimos, em 2 Coríntios 3, que na era do Antigo Testamento havia somente um único ministério de morte e condenação. Os cristãos, todavia, sempre acham que no Antigo Testamento havia três ministérios: o do sacerdócio, o da realeza e o dos profetas. Eles têm esse conceito porque o Antigo Testamento havia três ministérios: o do sacerdócio, o da realeza e o dos profetas. Eles têm esse conceito porque o Antigo Testamento fala de três tipos de pessoas no Antigo Testamento, muitos estudiosos e mestres da Bíblia pensam que havia três ministérios.
Paulo considerava todo o Antigo Testamento como a lei. Em 1 Coríntios 14:21, ele diz: “Na lei está escrito: Falarei a este povo por homens de outras línguas e por lábios de outros povos, e nem assim me ouvirão, diz o Senhor”. Nesse versículo, ele cita um trecho do livro de Isaías. Embora Isaías fosse um profeta, Paulo refere-se ao seu livro como a lei. Isso indica que os livros dos profetas também eram considerados parte da lei. Na verdade, todo o Antigo Testamento era considerado a lei. Isso prova que a na época do Antigo Testamento havia um único ministério: o ministério da antiga aliança, o ministério de morte e condenação.
O ÚNICO MINISTÉRIO DO NOVO TESTAMENTO
No Novo Testamento há também um único ministério. Os doze apóstolos o tinham. Após Judas ter traído o Senhor e cometido suicídio, Pedro levantou-se e disse que Judas era contado com eles e “teve parte neste ministério” (At 1: 17). Eles então oraram para o Senhor mostrar quem Ele escolhera pra “preencher a vaga neste ministério e apostolado” (v. 25). Isso indica que os apóstolos todos tinham um único ministério, e não que Pedro tivesse um, João outro e Tiago ainda outro. Se fosse assim, os doze teriam tido doze ministérios diferentes. Não; eles tinham um só ministério, o único ministério. Por fim, mais apóstolos foram levantados pelo Senhor. O mais proeminente deles foi Paulo. Ele e seus cooperadores também tinham o mesmo ministério, o ministério único da nova aliança. Por isso, no Novo Testamento há muitos apóstolos, mas há um só ministério. Esse ministério da nova aliança é um ministério do Espírito e de justiça.
Através dos séculos houve somente dois ministérios: o da antiga aliança e o da nova. Contudo, entre os cristãos hoje há vários ministérios. O motivo de terem sido divididos em grupos e denominações é que inventaram muitos ministérios. Toda denominação tem um ministério episcopal, os metodistas, o ministério metodista, e os batistas presbiterianos e pentecostais têm cada qual o seu.
Hoje alguns que se consideram de mente aberta, querem abraçar todos os ministérios para provar que não são restritos, sectários ou facciosos. Querem ser todo-inclusivos e recebem ministérios do catolicismo, da igreja Ortodoxa Grega, de denominações protestantes e de todos os grupos independentes. Isso contrasta com o ministério da nova aliança, que é único. Ele é único em natureza, essência, função e propósito.
Em que ministério estamos? Especificamente, que ministério você tem? Com certeza, nenhum de nós diria que estamos no ministério de morte e condenação da antiga aliança. Você está no ministério do catolicismo? Da Igreja Ortodoxa Grega? De alguma das denominações protestantes?
Os que têm o ministério batista, certamente enfatizarão o batismo por imersão. Os que estão no ministério episcopal por certo serão a favor de bispos. De modo semelhante, os que têm o ministério presbiteriano serão a favor da administração por intermédio do presbitério. Quem está nessas denominações pratica esses ministérios. Além disso, elas foram estabelecidas para levar a cabo tais ministérios. Os pentecostais também têm o seu ministério, que ressalta o falar em línguas, cura e milagres. Mas nenhum deles é o único ministério da nova aliança. Será que o ministério da nova aliança é de batismo por imersão? é de bispos, do presbitério ou de falar em línguas? Com certeza, a resposta para todas essas perguntas é não. O ministério da nova aliança é totalmente do Espírito e de justiça. É o ministério único do Novo Testamento.
Quando dizemos que o ministério da nova aliança é único, não queremos dizer que é de uma única pessoa. Por exemplo, é uma infâmia acusar-me de dizer que o único ministério hoje é de Witness Lee. Não dizemos isso e não queremos dizer isso. Por único ministério, o da nova aliança, queremos dizer o ministério do Espírito e de Justiça. Quem quer que ministre o Espírito e a justiça aos outros faz parte do único ministério, não importa quem seja. Pedro, João, Tiago, Paulo, Timóteo, Tito, Apolo, todos tinham um único ministério. Os ministros são muitos, mas o ministério é único. Já que você ministra o Espírito e justiça aos outros, está neste único ministério.
Muitas vezes, tem me sido perguntado algo assim: “Irmão Lee, você diz que o ministério é único. Isso significa que há apenas um único ministério. Quando diz que o ministério é único, você quer dizer que seu ministério é o único ministério?” Alguns que me questionam dessa forma talvez pensem que me considero um Joseph Smith, fundador do mormonismo. Sempre respondi a essa pergunta, dizendo: “Não, definitivamente não quero dizer que o meu ministério é o único”.
Outros ainda me perguntam se aceito todos os ministérios. A resposta é que não aceitamos todos os ministérios. Então alguns podem dizer: Por um lado, você diz que seu ministério não é o único. Por outro, não aceita todos. Que você prática, então, com relação ao ministério?”Uma vez que os que fazem esta pergunta podem ser carentes de conhecimento e também estejam sob efeito entorpecedor dos conceitos tradicionais, não é fácil explicar-lhes a questão. Posso dizer para mim mesmo: simplesmente sou o que sou, mas vocês estão entorpecidos e não conseguem entender o que o Novo Testamento diz acerca do ministério”. O ministério da nova aliança é único; é o ministério do Espírito e de justiça. Embora não aceitemos todos os ministérios, realmente aceitamos os que de fato ministram o Espírito e a justiça.
O que falo nesta mensagem acerca do ministério é algo novo e também antigo. É antigo porque já existe há quase dois mil anos. Por outro lado, é novo porque é algo perdido e recuperado. Somos gratos ao Senhor por Ele ter restaurado a verdade a respeito do ministério. Somos gratos a Ele por mostrar-nos, em 2 Coríntios 3, que na Bíblia há dois ministérios: o da antiga aliança, de morte e condenação; e o da nova aliança, do Espírito e de justiça.
Como cristão, ou como alguém que considera ter um ministério, que ministério você tem? Se não estiver no ministério da nova aliança isto é, no ministério que ministra Cristo como Espírito que dá vida e como justiça aos outros, então você precisa dizer-nos que ministério tem. Em qual ministério você está? Se não estiver no ministério do Espírito e de justiça ou no de morte e condenação, então em qual ministério você está? Alguns podem dizer que têm o ministério de pregar o evangelho. Essa resposta não é adequada. Você deve ser capaz de dizer que o seu ministério de pregar o evangelho é para o único ministério da nova aliança no qual você ministra Cristo aos outros como o Espírito e a justiça. É melhor não dizer que temos o ministério de pregação do evangelho; pelo contrário, devemos dizer que nossa pregação do evangelho é parte do único ministério da nova aliança.
O ESPÍRITO COMO SUPRIMENTO DE VIDA
Alguns cristãos vêem o ministério o Espírito, primordialmente, como um ministério do Espírito como poder. Eles esperam que, quando falemos no poder do Espírito, muitíssimas pessoas sejam ganhas pelo Senhor. Mas o ministério do Espírito em 2 Coríntios 3 é do Espírito como vida e suprimento de vida. Minha base para dizer isso está no versículo 6, onde Paulo diz que Deus “nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica”. Ele não diz que o Espírito dá poder, faz milagres ou infunde dons. Ele declara que o Espírito dá poder, faz milagres ou infunde dons. Ele declara que o Espírito dá vida. Em outro lugar nesse capítulo, o Espírito também está relacionado com vida, não com poder, dons ou milagres.
Essa forma de entender o Espírito como suprimento de vida é confirmada na palavra de Paulo em Filipenses 1:9: “Porque estou certo de que isto mesmo, pela vossa súplica e pela provisão do Espírito de Jesus Cristo, me redundará em libertação”. Nesse versículo, Paulo não fala de poder ou capacidade, mas da provisão do Espírito.
Enfatizo isso porque muitos cristãos têm um conceito errado do Espírito e pensam Nele principalmente como fonte de poder, habilidade ou impacto. Por exemplo, alguns grupos ressaltam o que chamam de ser “morto” -Atividade em que cristãos individualmente sentiram-se dominados e vencidos pelo Espírito e, como se antes fossem inimigos de Deus, foram derrotados e mortos pelo Espírito. (N.T.)- Espírito”. Uma mulher era especialmente bem conhecida nessa questão. Isso é o Espírito como provisão, como suprimento de vida? Certamente não.
Pouco depois de eu ter começado a ministrar neste país em 1962, fui convidado para falar a um grupo cristão em San Diego. Algumas pessoas lá me encorajaram a ir a determinado lugar no Texas, onde muitas coisas miraculosas supostamente estavam acontecendo. A alegação era que, de forma miraculosa, os dentes de uma pessoa receberam obturação de ouro, e os demais, presentes na reunião, até sentiram o cheiro de ouro. Entretanto, quando lhes perguntei, não foram capazes de confirmar esse relato. Além disso, disse-lhes que se isso de fato tivesse acontecido, isso teria sido noticiado nos jornais. Também disse que se nosso Deus quisesse “obturar” nossos dentes, por que não simplesmente recupera-los de forma adequada em vez de usar ouro? Deus com certeza nunca curaria os dentes de alguém enchendo-os de ouro. Não dêem ouvidos a relatos falsos como esse.
Em 2 Coríntios, Paulo não fala de dons ou milagres, mas do Espírito que dá vida. Em 1 Coríntios ele menciona o falar em línguas, por exemplo, com a intenção de limitar essa prática nas reuniões da igreja. Em 2 Coríntios porém, ele não diz palavra alguma sobre falar em línguas. A ênfase nesse livro está no Espírito como suprimento de vida. O ministério da nova aliança é questão do Espírito como suprimento interiormente e da justiça como expressão de Deus exteriormente.
O MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
Em 2 Coríntios 3:8 Paulo fala do ministério do Espírito, e no versículo 9, do ministério da justiça. Podemos entender o que seja o ministério do Espírito, mas que é o ministério da justiça? Você sabe o que Paulo quer dizer com isso? Anos atrás, não conseguia entendê-lo. Pensava que, por ministério da justiça, ele queria dizer o ministério da justificação, já que nesse capítulo parece haver um contraste entre condenação e justificação. Mas em vez de justificação, ele fala de justiça. Se tivesse dito que o ministério da nova aliança era de justificação, seria fácil entender o sentindo. Logo veríamos que o ministério da lei condenava: é o ministério da condenação. Mas o ministério da nova aliança justifica as pessoas: é o ministério da justificação. Já que Paulo diz em 2 Coríntios 3 que o ministério da nova aliança é um ministério da justiça, e não de justificação, precisamos tentar entender seu significado. Com certeza, é muito significativo que o ministério da nova aliança seja do Espírito e da justiça.
Se quisermos entender o que é o ministério da justiça, precisamos primeiro ter uma compreensão adequada de justiça. Justiça é estar correto. Quando temos o Espírito vivendo, movendo-se e agindo em nós de modo real e substancial, então automaticamente estamos corretos para com Deus, com os outros e com nós mesmos. Essa maneira de entender justiça está correta, mas não é adequada. Daí precisarmos passar a ver algo mais acerca da justiça.
TORNAR A SOBRIEDADE, COMO É JUSTO
Em 1 Coríntios 15:34, Paulo diz: “Tornai-vos à sobriedade, como é justo, e não pequeis; porque alguns ainda não tem conhecimento de Deus”. Nesse versículo, tornar à sobriedade é sair do estupor alcoólico, é parar, como é justo, de estar bêbado. Toda pessoa espiritualmente dormente não está correta para com Deus, com os outros, consigo mesma ou com a igreja. O contexto desse versículo é o que Paulo disse acerca da ressurreição. Dizer que não há ressurreição ofende a Deus e o homem, e é um pecado. Assim o apóstolo advertiu os coríntios transviados a tornar à sobriedade desse pecado a fim de estar corretos para com Deus e o homem. Eles estavam injustamente bêbados na letargia da heresia de não haver ressurreição. Precisavam sair dessa letargia.
Admitir o conceito herético de que não há ressurreição é permitir que o ego seja entorpecido, seja colocado numa condição entorpecedora. É também estar dormente. Os que estão em tal dormência entorpecedora falam de maneira desconexa a respeito da ressurreição. Como consequência, não estão corretos para com Deus, com a igreja ou com eles mesmos. Antes, ofendem a Deus, a igreja e até os parentes. Os que estão entorpecidos sempre causam problemas sem o perceber. Por isso, Paulo exorta os coríntios a despertar, a tornar a sobriedade com é justo.
Que quer dizer tornar a sobriedade com é justo? Quer dizer tornar a sobriedade para ser correto para com Deus, com os outros e com nós mesmos. Um crente que é sóbrio na justiça é correto com a esposa, os filhos, os vizinhos, com todos os santos, com a igreja e também consigo mesmo. Os que não está corretos de todas essas maneiras, estão em estupor, em letargia.
EXPERIMENTAR O MNISTÉRIO DO ESPÍRITO NA VIDA DA IGREJA
Se não tivermos o ministério da nova aliança, não teremos o Espírito e não teremos justiça. Antes de entrar na vida da igreja e receber o ministério na restauração do Senhor, quanto você experimentou do Espírito como suprimento de vida em você? É claro, como uma pessoa salva, você teve o Espírito habitando em você, mas provavelmente ao teve muita consciência de que o Espírito era vivo, ativo, real, e substancial em você. Muitos podem testificar que após entrar na vida da igreja, começamos a perceber que há em nós algo vivo, real e substancial. Esse é o Espírito em nós operando e fanzendo-nos jubilosos, tranquilos e descansados. Esse é o Espírito da vida ministrado a nós como suprimento de vida pelo ministério na restauração do Senhor.
Antes de experimentar o Espírito dessa forma, talvez fosse sempre fácil para você discutir com o cônjuge, mas, se experimentar o Espírito como suprimento de vida, algo o restringirá interiormente quando quiser discutir. Por exemplo, uma irmã pode ser tentada a culpar o marido, mas lá no fundo percebe que devia entrar no quarto e orar. Essa experiência advém do Espírito como suprimento de vida ministrado a nós pelo ministério da nova aliança.
Talvez numa reunião da igreja, nenhuma palavra seja proferida acerca do Espírito como suprimento de vida. Você pode não ter consciência do Espírito que lhe é ministrado, mas embora nada seja dito sobre isso, é, não obstante, um fato que na reunião o Espírito lhe é ministrado. Há um ministério na restauração que inscreve o Deus Triúno processado como Espírito que dá vida em nosso ser.
Frequentemente nas reuniões da igreja recebemos o suprimento do Espírito sem estar cientes desse fato. Posso testificar que muitas vezes voltei para casa após a reunião um pouco descontente. Parece que fiquei zangado com todos e com tudo. Contudo, algo em mim movia-se e estava vivo. Era o Espírito que dá vida que experimentei na reunião. Mesmo quando estamos zangados ou descontentes, esse Espírito opera em nós. Se nos voltarmos ao Senhor e dissermos “Senhor”, nosso descontentamento e ira serão absorvidos. Isso advém do Espírito que dá vida em nós ministrado, mesmo sem consciência disso.
Visto que recebo o suprimento do Espírito que dá vida nas reuniões da igreja, é raríssimo eu perder reunião. Para mim, não importa quem ministre, meu único desejo é estar na reunião e receber o suprimento. Particularmente, desfruto muito a reunião de oração da igreja em Anaheim. Nela, o Espírito infunde-Se em mim e me satura. Depois, parece que tudo é dourado, e em mim a árvore da vida cresce e o rio da vida flui. Embora não haja mensagem ou palavra de encorajamento, o Espírito que dá vida é ministrado ao meu ser. Muitos podem testificar dessa experiência.
TORNAR-SE JUSTO
Como resultado de experimentar o Espírito a viver e operar em nós, tornar-nos justos. Espontaneamente nosso ser interior torna-se transparente e límpido, e passamos a conhecer o coração de Deus. Imediatamente, sem esforço, conhecemos a mente do Senhor e temos uma compreensão clara de Sua vontade e obra. Então, tudo o que fizermos estará de acorde com a mente e vontade do Senhor. Isso é justiça.
Muitos cristãos têm o conceito de que quando fazemos algo errado, não estamos corretos para com Deus. Esse conceito de justiça é superficial demais. Mesmo quando não fazemos nada de errado, podemos não estar corretos para com Deus, porque o nosso ser talvez não esteja na mente e vontade do Senhor. Nesse caso, aparentemente não estamos errados em nenhum aspecto, mas todo o nosso ser pode estar muito aquém de estar correto para com Deus. Podemos não estar de acordo com a mente do Senhor, e o que fazemos pode não ser a sua vontade. Uma vez que não fazemos a vontade de Deus, não estamos corretos. Em vez disso, desperdiçamos a vida e tudo o que o Senhor nos deu.
Suponhamos que um jovem não faça nada de errado na escola, mas não estude adequadamente. Ademais, fica distraído na aula. Embora não faça nada de errado, ele está mais errado do que os outros alunos. Exteriormente, ele não está errado, mais interiormente todo o seu ser está errado, ele está mais errado do que os outros alunos. Exteriormente, ele não está errado, mas interiormente todo o seu ser está errado. No mesmo princípio, exteriormente muitos santos não estão errados em coisa alguma, mas, na verdade, seu ser não está na vontade do Senhor. Essa maneira de entender se estamos ou não corretos para com Deus não é meramente segundo a doutrina, mas muito mais, segundo a experiência.
Se o Espírito que dá vida infundir-Se em você e o saturar, seu ser interior se tornará transparente. Você então saberá o que está na mente do Senhor. Também entenderá qual é a vontade do Senhor. Espontaneamente, estará em Sua vontade e a fará. Como consequência, você se tornará correto para com Ele. Além disso, perceberá como agir com os outros e até como lidar com as posses materiais. Então você se tornará uma pessoa justa alguém que é correto em pequenas e grandes coisas, correto com Deus, com os outros e consigo mesmo. Essa é uma pessoa que expressa Deus, pois a sua justiça é a imagem de Deus, é Deus expressado.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Wistness Lee. Estudo-Vida de 2 Coríntios. Vol. I. Editora Árvore da Vida.
Este Ministério é o Ministério Neotestamentário, que significa que é o ministério do Novo Testamento, também conhecido como Ministério da Nova Aliança (2 Co 3:16). E se trata de um Ministério que transmite vida e edificação aos ouvintes, por isso, é conhecido também como o Ministério do Espírito (2 Co 3:8). Este ministério é dispensado plenamente a todos aqueles que buscam Cristo em retidão, eis o motivo de ser mencionado na bíblia como Ministério da Justiça (2 Co 3:9). E por fim, este ministério é o próprio Cristo revelado no capítulo 4, versículo 12 na carta de Paulo aos Efésios (Sugiro a leitura atenta da terceira nota de rodapé do referido versículo), que é o único conteúdo deste ministério!
Equação Matemática do Ministério
O MINISTÉRIO (Ef 4:12) = ÚNICO MINISTÉRIO (2 Co 4:1) = MINISTÉRIO NEOTESTAMENTÁRIO (2 Co 3:16) = MINISTÉRIO DO NOVO TESTAMENTO (2 Co 3:16) = MINISTÉRIO DA NOVA ALIANÇA (2 Co 3:16) = MINISTÉRIO DO ESPÍRITO (2 Co 3:8) = MINISTÉRIO DA JUTIÇA (2 Co 3:9) = MINISTÉRIO DA ERA = CRISTO
No capítulo vinte e seis do estudo-vida de 2 Coríntios, o irmão Witness Lee apresenta o que significa O Ministério, e no capítulo vinte e sete declara de forma simples que este ministério Neotestamentário não se confunde com o seu ministério. Embora não possamos mais dispor de seu ministério, pois o ministério de uma pessoa perdura durante a vida, como ele já faleceu, o que temos hoje é O RESULTADO do seu ministério, o seu legado escrito, e reproduzido com recursos áudio visuais. Vale ressaltar, que existem cooperadores que dão continuidade ao resultado do seu ministério e, por isso, também NÃO possuem o monopólio do ministério em suas mãos, muito menos da edificação do Corpo de Cristo.
Embora também não possamos dispor dos diversos ministérios de vários servos de Deus que já dormiram no Senhor, podemos desfrutar do resultado que os mesmos deixaram pela eternidade, ainda mais se tratando do legado deixado pelos irmãos Nee e Lee e suas exponenciais contribuições para o Corpo e Cristo. Recomendo também a leitura do texto Diferença entre o Ministério e os Ministérios no Novo Testamento. Segue a leitura dos Capítulos 26 e 27 do estudo-vida de segunda aos Coríntios.
Pelos interesses de Cristo,
Kleydson Feio
ESTUDO-VIDA DE SEGUNDA CORÍNTIOS
MENSAGEM VINTE E SEIS
A ESSÊNCIA DO MINISTÉRIO DA NOVA ALIANÇA (2)
Leitura Bíblica: 2 Co 3:3, 6-9, 18; 4:1
MINISTÉRIO E MINISTÉRIOS
Hoje muitos cristãos falam sobre diferentes ministérios e de receber todo o tipo de ministério. A questão de ministério e ministérios não é simples. Conforme 2 Coríntios, há somente um ministério, o ministério único. Em 4:1, Paulo diz: “Pelo que tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos”. Por um lado, ele diz “desfalecemos”, no plural; por outro, diz “este ministério”, no singular. Segundo esse versículo, há muitos ministérios. Entretanto, em 1 Coríntios 12:5 (IBB-Ver.), Paulo diz: “E há diversidade de ministérios”.
Como pode ser que o ministério é único e ainda haja muitos ministérios? A resposta é que o Novo Testamento, Deus tem somente uma operação. Ademais, Ele tem somente um ministério para levar a cabo a Sua única operação. Todos os apóstolos: Pedro, Tiago, João, Paulo, Timóteo, levaram a cabo o mesmo ministério. Pedro não levou a cabo um ministério, Paulo outro, e Timóteo ainda outro. Essa é a situação entre os pregadores, mestres e ministros hoje, que levam a cabo ministérios diferentes.
Por haver diferentes ministérios, há várias denominações. Os batistas levam a cabo o ministério batista para cumprir a operação batista. Os presbiterianos levam a cabo outro ministério para realizar a operação presbiteriana. O mesmo ocorre com os episcopais, luteranos e metodistas. Todas essas denominações executam diferentes ministérios a favor de suas próprias operações. De acordo com o Novo Testamento, essa prática não esta correta. O Novo Testamento revela que há um único ministério. Hoje, as igrejas locais não executam diferentes ministérios para realizar muitas operações. Deus tem uma só operação a ser levada a cabo pelo único ministério.
Agora precisamos ver o que faz esse único ministério do Novo Testamento: ele serve Cristo aos outros Inscreve Cristo nas pessoas como o Espírito em seu interior e como justiça exteriormente. Essa é a função do único ministério. Ao pregar o evangelho, devemos pregá-lo dessa forma. Assim também, ao ensinar a Bíblia, edificar os santos ou as igrejas, devemos fazê-lo dessa forma. Toda a nossa obra na vida da igreja deve ser inscrever Cristo nos santos. Com relação a isso, não temos vários ministérios.
Embora o Novo Testamento indique claramente que o ministério é um e único, também fala de diferentes ministérios. Estes se referem aos serviços na igreja. Quando 1 Coríntios 12:5 fala de ministérios isso quer dizer os diferentes serviços (Compare a IBB-Ver. com a VRA nesse versículo). Na vida da igreja, os santos estão envolvidos em diferentes serviços. Por exemplo, alguns cuidam das crianças. Esse é um serviço. Alguns pastoreiam os mais jovens ou os mais fracos. Esse é outro serviço. Todos esses serviços, entretanto, levam a cabo o único ministério, o único serviço. Como vimos, a função do único serviço é ministrar Cristo ao povo escolhido de Deus. De que forma devemos cuidar das crianças? Devemos fazer isso ministrando-lhes Cristo. De modo semelhante, como devemos pastorear os mais jovens ou os mais francos? Ao pastorear, devemos ministrar Cristo aos outros. Mesmo quando as irmãs se reúnem para orar, todas devem ministrar Cristo. Os muitos serviços visam o único serviço; os muitos ministérios visam o único ministério.
Aceitamos todos os ministérios que cumprem o único ministério com vistas à operação de Deus, mas não podemos aceitar um ministério que busque estabelecer ou realizar algo diferente da única operação de Deus. Por exemplo, não podemos aceitar um ministério que tenha como objetivo o estabelecimento da denominação presbiteriana; tampouco ministérios que busquem executar operações batistas, luteranas ou episcopais. São facciosos; portanto, não podemos aceitá-los. Os ministérios que aceitamos são os que visam ao único ministério neotestamentário.
Se você atentar par essa maneira de entender o ministério e os ministérios, e ler todo o Novo Testamento de novo, principalmente as Epístolas, verá que é uma maneira precisa. Eu o encorajo a estudar as Epístolas seguindo essa linha, prestando especial atenção às palavras ministério e ministérios. Se fizer tal estudo, verá que os vários ministérios, ou serviços, visam todos levar a cabo o ministério único da nova aliança.
Para levar a cabo a economia neotestamentária de Deus, o ministério é unicamente um, mas para cumprimento desse único ministério, principalmente na vida da igreja, há a necessidade de muitos serviços, de vários ministérios. Novamente, porém, quero enfatizar que os vários ministérios e serviços visam levar a cabo o único ministério que é o ministério da nova aliança. Esse ministério inscreve nos santos o Deus todo-inclusivo, que é o Espírito em nós, e a justiça, que é a expressão exterior.
UM MINISTÉRIO DE INSCREVER
Como já ressaltamos, na mensagem anterior, o Espírito e a justiça são dois aspectos da essência inscrita em nós pelo ministério da nova aliança. O Espírito vivo é o aspecto interior e a justiça perfeita é o aspecto exterior. A essência do ministério da nova aliança inclui os dois aspectos: o Espírito e a justiça.
Nosso ministério nas igrejas locais tem de ser um ministério de inscrever. Não deve ser mero ensinamento. Se somente ensinarmos os outros, a essência divina não será inscrita neles. O ensinamento não exige nenhuma essência; inscrever, entretanto requer uma essência, assim como escrever com caneta exige tinta. Se você tentar escrever com uma caneta vazia, não haverá palavras no papel. Para escreve, precisamos ter a tinta como essência da escrita. Então quanto mais escrevermos, mais palavras serão inscritas no papel. Igualmente, precisamos ter a essência divina a fim de inscrevê-la no ser dos santos.
O ministério de inscrever é único e a essência usada para inscrever, também. Pedro não inscreveu de um modo e com uma essência, e Paulo de outro modo com outra essência. Não; os apóstolos não estavam divididos; tampouco eram facciosos; antes, todos inscreveram do mesmo modo com a mesma essência. Contudo, os pregadores de hoje inscreverem de modo diferente e com ensinamentos diferentes. Como consequência, quanto mais ensinam e pregam, mais divisões são produzidas. Por isso, o inscrever único tem de ser com a essência única.
O DEUS TRIÚNO PROCESSADO COMO A ÚNICA ESSÊNCIA INSCRITA EM NÓS
Qual a única essência que deve ser inscrita nos santos? É o Deus Triúno como o Espírito. O termo “o Espírito”, usado no Novo Testamento, é muito significativo. Ele denota o Deus Triúno processado como Espírito que dá vida todo-inclusivo.
Em Gênesis 1:2, lemos sobre o Espírito de Deus. Em outros lugares, o Antigo Testamento fala do Espírito de Jeová. No Novo Testamento, o termo Espírito Santo é usado. Então, em Atos 16:7 lemos sobre o Espírito de Jesus; em Romanos 8:9, sobre o Espírito de Cristo; em Filipenses 1:19, sobre o Espírito de Jesus Cristo. Em Romanos 8, somos incumbidos de andar no Espírito. No Novo Testamento, a ênfase não está em andar no Espírito Santo ou no Espírito de Deus, e, sim, no Espírito. Por fim, na conclusão da Bíblia, em Apocalipse 22:17, lemos sobre o Espírito e a noiva. Assim, a Bíblia termina com uma palavra não sobre o Espírito de Deus, ou o Espírito Santo, mas o Espírito. O Espírito em Apocalipse 22:17 é o Deus Triúno processado.
Percebo que é problemático para a mente religiosa falar cobre Deus ser processado. Lembro-me da primeira vez que usei o termo processado acerca do Deus Triúno numa mensagem. Depois, fiquei pensando se não tinha sido ousado demais ao dizer que Deus é processado. Nessa mensagem, enfatizei que Deus não é mais “não processado”, isto é, “cru”. Hoje, Deus é o Deus processado, mas depois de ter ponderado sobre essa questão mais a fundo e orado acerca disso, tive a profunda sensação interior, creio que do Espírito, de que se não tivesse usado o vocábulo processado, não teria encontrado termo melhor. Disse para mim mesmo: “Se você não usar termos como cru e processado, como será capaz de dar mensagens acerca de Deus Triúno como seu desfrute? Como será capaz de expressar a verdade a respeito dos passos dados por Deus para se tornar o Espírito todo-inclusivo? Será que você é tímido e teme oposição e críticas?” Por isso, depois de muito orar e ponderar, senti confirmação para usar esse termo. Recentemente, soubemos que William Law e Andrew Murray também usaram esse termo em seus escritos.
Na Bíblia, certos termos não são usados; todavia, há fatos que nos dão motivos para usar termos específicos para descrevê-los. Por exemplo, o termo Trindade não pode ser encontrado na Bíblia. Não obstante, a Bíblia revela a Trindade. Há um só Deus, mas Ele é o Pai, o Filho e o Espírito. Isso não é a Trindade? Certamente é. A Trindade, de fato, não que dizer três em um, mas três-um. O adjetivo de trindade é triúno, composto de dois radicais latinos: tri (três) e uno (um). Portanto, triúno significa três-um, e não três em um. Uma vez que a Bíblia revela que Deus é triúno, que há de errado em usar o termo Trindade para falar de Deus como Pai, Filho e Espírito? Precisamos ter algum termo para expressar tal fato. No mesmo princípio, a Bíblia não usa o termo processado com respeito ao Deus Triúno. Contudo, revela o processo de Deus.
Enquanto lutava quanto ao uso do termo processado, refleti sobre a encarnação de Cristo. Cristo, o Deus eterno, foi concebido no ventre de uma virgem e nasceu numa manjedoura em Belém. Ele, então, viveu na terra por trinta e três anos e meio. Por fim, foi crucificado e sepultado num túmulo. Depois de visitar o Hades, surgiu em ressurreição. Enquanto ponderava sobre tudo isso, disse para mim mesmo: “Se isso não é um processo, então que é? Visto que é um processo, você tem de ser ousado em usar esse termo em suas mensagens”.
Que há de errado em dizer que Deus hoje é o Deus processado, que Ele não é mais o Deus não processado, o Deus “cru”? Se pescar um peixe e levá-lo para casa, o peixe estará cru. Mas depois de cozinhá-lo e servi-lo no jantar, já não será um peixe cru, mas processado. Nosso Deus não é mais cru. Em Gênesis 1, Ele era o Deus cru. Na verdade, em todo o Antigo Testamento Ele era cru; não tinha ainda sido “cozido”. Ele não tinha ainda sido processado mediante encarnação, viver humano, crucificação e ressurreição.
A encarnação de Cristo foi parte do Seu processo. Sua concepção no ventre de Maria e Seu nascimento em Belém foram aspectos desse processo. Por nove meses, Ele esteve no ventre de uma virgem. Isso foi um processo. Isso foi um processo. Ele, então, viveu na terra por trinta e três anos e meio. Quando foi crucificado, esteve na cruz por seis horas. Depois ficou no túmulo por três dias. Tudo isso não é um processo? Alguns podem dizer que a encarnação, viver humano, crucificação e ressurreição do Senhor foram simplesmente procedimentos, não processo. De acordo com essa maneira de entender, a encarnação foi um procedimento pelo qual Deus se tornou homem, e crucificação foi outro, pelo qual o Redentor morreu pelos nossos pecados. Mas mesmo se você mudar a palavra processo para procedimento, os fatos permanecem os mesmos. Além disso, esses procedimentos, se usar esse termo, constituem, na verdade, um processo.
O ESPÍRITO E A NOIVA
No Novo Testamento, o Espírito representa o Deus Triúno processado. Na verdade, Ele é a expressão final e máxima do Deus Triúno processado. Vimos que Apocalipse 22:17 diz: “O Espírito e a noiva dizem: Vem!” Não há, em linhagem humana, expressão mais grandiosa que essa. O Espírito é a expressão final e máxima do homem tripartido transformado. Na época de Apocalipse 22:17, o Deus Triúno processado e o homem tripartido transformado se casarão e se tornarão um casal universal. Isso quer dizer que os dois se tornarão um. Que casamento não será! Será o maior casamento no universo, e todos estamos convidados.
O Espírito, como o Deus Triúno processado, é a essência inscrita em nosso ser. Visto que essa essência foi inscrita em nós, não podemos permanecer os mesmos. Ocorre uma transformação em nós. Talvez, mesmo ao ler esta mensagem, um pouco da essência divina tenha sido inscrita em você. Talvez você não se lembre dos tópicos da mensagem, mas o que foi inscrito em você de essência divina nunca será apagado.
A essência divina inscrita em nós por todos os anos nas igrejas locais terá uma expressão específica, que é justiça. Quando temos justiça como expressão da essência inscrita em nós, tornamo-nos corretos para com Deus, com os outros e para com tudo na vida diária. Isso quer dizer que o Deus que em nós habita se torna a nossa justiça, para ser nossa aparência e expressão. Essa expressão é a imagem de Deus. O Espírito e a Justiça constituem a essência do ministério da nova aliança.
ESTUDO-VIDA DE SEGUNDA CORÍNTIOS
MENSAGEM VINTE E SETE
DO MINISTÉRIO DO ESPÍRITO COMO SUPRIMENTO DE VIDA, E DA JUSTIÇA COMO EXPRESSÃO DE DEUS (1)
Leitura Bíblica: 2 Co 3:8-9, 18; 5:21; Cl 3:10; 1Co1:30; 15:34; Rm 8:2,4; 14:17; Fp 1:19; 3:9; Ap 19:7-8; Ef 4:24; Mt 5:6, 10, 20.
O ministério da nova aliança é algo muito grandioso. Inclui todo o Novo Testamento com vinte e sete livros. Nas mensagens anteriores, vimos, em 2 Coríntios 3, que na era do Antigo Testamento havia somente um único ministério de morte e condenação. Os cristãos, todavia, sempre acham que no Antigo Testamento havia três ministérios: o do sacerdócio, o da realeza e o dos profetas. Eles têm esse conceito porque o Antigo Testamento havia três ministérios: o do sacerdócio, o da realeza e o dos profetas. Eles têm esse conceito porque o Antigo Testamento fala de três tipos de pessoas no Antigo Testamento, muitos estudiosos e mestres da Bíblia pensam que havia três ministérios.
Paulo considerava todo o Antigo Testamento como a lei. Em 1 Coríntios 14:21, ele diz: “Na lei está escrito: Falarei a este povo por homens de outras línguas e por lábios de outros povos, e nem assim me ouvirão, diz o Senhor”. Nesse versículo, ele cita um trecho do livro de Isaías. Embora Isaías fosse um profeta, Paulo refere-se ao seu livro como a lei. Isso indica que os livros dos profetas também eram considerados parte da lei. Na verdade, todo o Antigo Testamento era considerado a lei. Isso prova que a na época do Antigo Testamento havia um único ministério: o ministério da antiga aliança, o ministério de morte e condenação.
O ÚNICO MINISTÉRIO DO NOVO TESTAMENTO
No Novo Testamento há também um único ministério. Os doze apóstolos o tinham. Após Judas ter traído o Senhor e cometido suicídio, Pedro levantou-se e disse que Judas era contado com eles e “teve parte neste ministério” (At 1: 17). Eles então oraram para o Senhor mostrar quem Ele escolhera pra “preencher a vaga neste ministério e apostolado” (v. 25). Isso indica que os apóstolos todos tinham um único ministério, e não que Pedro tivesse um, João outro e Tiago ainda outro. Se fosse assim, os doze teriam tido doze ministérios diferentes. Não; eles tinham um só ministério, o único ministério. Por fim, mais apóstolos foram levantados pelo Senhor. O mais proeminente deles foi Paulo. Ele e seus cooperadores também tinham o mesmo ministério, o ministério único da nova aliança. Por isso, no Novo Testamento há muitos apóstolos, mas há um só ministério. Esse ministério da nova aliança é um ministério do Espírito e de justiça.
Através dos séculos houve somente dois ministérios: o da antiga aliança e o da nova. Contudo, entre os cristãos hoje há vários ministérios. O motivo de terem sido divididos em grupos e denominações é que inventaram muitos ministérios. Toda denominação tem um ministério episcopal, os metodistas, o ministério metodista, e os batistas presbiterianos e pentecostais têm cada qual o seu.
Hoje alguns que se consideram de mente aberta, querem abraçar todos os ministérios para provar que não são restritos, sectários ou facciosos. Querem ser todo-inclusivos e recebem ministérios do catolicismo, da igreja Ortodoxa Grega, de denominações protestantes e de todos os grupos independentes. Isso contrasta com o ministério da nova aliança, que é único. Ele é único em natureza, essência, função e propósito.
Em que ministério estamos? Especificamente, que ministério você tem? Com certeza, nenhum de nós diria que estamos no ministério de morte e condenação da antiga aliança. Você está no ministério do catolicismo? Da Igreja Ortodoxa Grega? De alguma das denominações protestantes?
Os que têm o ministério batista, certamente enfatizarão o batismo por imersão. Os que estão no ministério episcopal por certo serão a favor de bispos. De modo semelhante, os que têm o ministério presbiteriano serão a favor da administração por intermédio do presbitério. Quem está nessas denominações pratica esses ministérios. Além disso, elas foram estabelecidas para levar a cabo tais ministérios. Os pentecostais também têm o seu ministério, que ressalta o falar em línguas, cura e milagres. Mas nenhum deles é o único ministério da nova aliança. Será que o ministério da nova aliança é de batismo por imersão? é de bispos, do presbitério ou de falar em línguas? Com certeza, a resposta para todas essas perguntas é não. O ministério da nova aliança é totalmente do Espírito e de justiça. É o ministério único do Novo Testamento.
Quando dizemos que o ministério da nova aliança é único, não queremos dizer que é de uma única pessoa. Por exemplo, é uma infâmia acusar-me de dizer que o único ministério hoje é de Witness Lee. Não dizemos isso e não queremos dizer isso. Por único ministério, o da nova aliança, queremos dizer o ministério do Espírito e de Justiça. Quem quer que ministre o Espírito e a justiça aos outros faz parte do único ministério, não importa quem seja. Pedro, João, Tiago, Paulo, Timóteo, Tito, Apolo, todos tinham um único ministério. Os ministros são muitos, mas o ministério é único. Já que você ministra o Espírito e justiça aos outros, está neste único ministério.
Muitas vezes, tem me sido perguntado algo assim: “Irmão Lee, você diz que o ministério é único. Isso significa que há apenas um único ministério. Quando diz que o ministério é único, você quer dizer que seu ministério é o único ministério?” Alguns que me questionam dessa forma talvez pensem que me considero um Joseph Smith, fundador do mormonismo. Sempre respondi a essa pergunta, dizendo: “Não, definitivamente não quero dizer que o meu ministério é o único”.
Outros ainda me perguntam se aceito todos os ministérios. A resposta é que não aceitamos todos os ministérios. Então alguns podem dizer: Por um lado, você diz que seu ministério não é o único. Por outro, não aceita todos. Que você prática, então, com relação ao ministério?”Uma vez que os que fazem esta pergunta podem ser carentes de conhecimento e também estejam sob efeito entorpecedor dos conceitos tradicionais, não é fácil explicar-lhes a questão. Posso dizer para mim mesmo: simplesmente sou o que sou, mas vocês estão entorpecidos e não conseguem entender o que o Novo Testamento diz acerca do ministério”. O ministério da nova aliança é único; é o ministério do Espírito e de justiça. Embora não aceitemos todos os ministérios, realmente aceitamos os que de fato ministram o Espírito e a justiça.
O que falo nesta mensagem acerca do ministério é algo novo e também antigo. É antigo porque já existe há quase dois mil anos. Por outro lado, é novo porque é algo perdido e recuperado. Somos gratos ao Senhor por Ele ter restaurado a verdade a respeito do ministério. Somos gratos a Ele por mostrar-nos, em 2 Coríntios 3, que na Bíblia há dois ministérios: o da antiga aliança, de morte e condenação; e o da nova aliança, do Espírito e de justiça.
Como cristão, ou como alguém que considera ter um ministério, que ministério você tem? Se não estiver no ministério da nova aliança isto é, no ministério que ministra Cristo como Espírito que dá vida e como justiça aos outros, então você precisa dizer-nos que ministério tem. Em qual ministério você está? Se não estiver no ministério do Espírito e de justiça ou no de morte e condenação, então em qual ministério você está? Alguns podem dizer que têm o ministério de pregar o evangelho. Essa resposta não é adequada. Você deve ser capaz de dizer que o seu ministério de pregar o evangelho é para o único ministério da nova aliança no qual você ministra Cristo aos outros como o Espírito e a justiça. É melhor não dizer que temos o ministério de pregação do evangelho; pelo contrário, devemos dizer que nossa pregação do evangelho é parte do único ministério da nova aliança.
O ESPÍRITO COMO SUPRIMENTO DE VIDA
Alguns cristãos vêem o ministério o Espírito, primordialmente, como um ministério do Espírito como poder. Eles esperam que, quando falemos no poder do Espírito, muitíssimas pessoas sejam ganhas pelo Senhor. Mas o ministério do Espírito em 2 Coríntios 3 é do Espírito como vida e suprimento de vida. Minha base para dizer isso está no versículo 6, onde Paulo diz que Deus “nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica”. Ele não diz que o Espírito dá poder, faz milagres ou infunde dons. Ele declara que o Espírito dá poder, faz milagres ou infunde dons. Ele declara que o Espírito dá vida. Em outro lugar nesse capítulo, o Espírito também está relacionado com vida, não com poder, dons ou milagres.
Essa forma de entender o Espírito como suprimento de vida é confirmada na palavra de Paulo em Filipenses 1:9: “Porque estou certo de que isto mesmo, pela vossa súplica e pela provisão do Espírito de Jesus Cristo, me redundará em libertação”. Nesse versículo, Paulo não fala de poder ou capacidade, mas da provisão do Espírito.
Enfatizo isso porque muitos cristãos têm um conceito errado do Espírito e pensam Nele principalmente como fonte de poder, habilidade ou impacto. Por exemplo, alguns grupos ressaltam o que chamam de ser “morto” -Atividade em que cristãos individualmente sentiram-se dominados e vencidos pelo Espírito e, como se antes fossem inimigos de Deus, foram derrotados e mortos pelo Espírito. (N.T.)- Espírito”. Uma mulher era especialmente bem conhecida nessa questão. Isso é o Espírito como provisão, como suprimento de vida? Certamente não.
Pouco depois de eu ter começado a ministrar neste país em 1962, fui convidado para falar a um grupo cristão em San Diego. Algumas pessoas lá me encorajaram a ir a determinado lugar no Texas, onde muitas coisas miraculosas supostamente estavam acontecendo. A alegação era que, de forma miraculosa, os dentes de uma pessoa receberam obturação de ouro, e os demais, presentes na reunião, até sentiram o cheiro de ouro. Entretanto, quando lhes perguntei, não foram capazes de confirmar esse relato. Além disso, disse-lhes que se isso de fato tivesse acontecido, isso teria sido noticiado nos jornais. Também disse que se nosso Deus quisesse “obturar” nossos dentes, por que não simplesmente recupera-los de forma adequada em vez de usar ouro? Deus com certeza nunca curaria os dentes de alguém enchendo-os de ouro. Não dêem ouvidos a relatos falsos como esse.
Em 2 Coríntios, Paulo não fala de dons ou milagres, mas do Espírito que dá vida. Em 1 Coríntios ele menciona o falar em línguas, por exemplo, com a intenção de limitar essa prática nas reuniões da igreja. Em 2 Coríntios porém, ele não diz palavra alguma sobre falar em línguas. A ênfase nesse livro está no Espírito como suprimento de vida. O ministério da nova aliança é questão do Espírito como suprimento interiormente e da justiça como expressão de Deus exteriormente.
O MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
Em 2 Coríntios 3:8 Paulo fala do ministério do Espírito, e no versículo 9, do ministério da justiça. Podemos entender o que seja o ministério do Espírito, mas que é o ministério da justiça? Você sabe o que Paulo quer dizer com isso? Anos atrás, não conseguia entendê-lo. Pensava que, por ministério da justiça, ele queria dizer o ministério da justificação, já que nesse capítulo parece haver um contraste entre condenação e justificação. Mas em vez de justificação, ele fala de justiça. Se tivesse dito que o ministério da nova aliança era de justificação, seria fácil entender o sentindo. Logo veríamos que o ministério da lei condenava: é o ministério da condenação. Mas o ministério da nova aliança justifica as pessoas: é o ministério da justificação. Já que Paulo diz em 2 Coríntios 3 que o ministério da nova aliança é um ministério da justiça, e não de justificação, precisamos tentar entender seu significado. Com certeza, é muito significativo que o ministério da nova aliança seja do Espírito e da justiça.
Se quisermos entender o que é o ministério da justiça, precisamos primeiro ter uma compreensão adequada de justiça. Justiça é estar correto. Quando temos o Espírito vivendo, movendo-se e agindo em nós de modo real e substancial, então automaticamente estamos corretos para com Deus, com os outros e com nós mesmos. Essa maneira de entender justiça está correta, mas não é adequada. Daí precisarmos passar a ver algo mais acerca da justiça.
TORNAR A SOBRIEDADE, COMO É JUSTO
Em 1 Coríntios 15:34, Paulo diz: “Tornai-vos à sobriedade, como é justo, e não pequeis; porque alguns ainda não tem conhecimento de Deus”. Nesse versículo, tornar à sobriedade é sair do estupor alcoólico, é parar, como é justo, de estar bêbado. Toda pessoa espiritualmente dormente não está correta para com Deus, com os outros, consigo mesma ou com a igreja. O contexto desse versículo é o que Paulo disse acerca da ressurreição. Dizer que não há ressurreição ofende a Deus e o homem, e é um pecado. Assim o apóstolo advertiu os coríntios transviados a tornar à sobriedade desse pecado a fim de estar corretos para com Deus e o homem. Eles estavam injustamente bêbados na letargia da heresia de não haver ressurreição. Precisavam sair dessa letargia.
Admitir o conceito herético de que não há ressurreição é permitir que o ego seja entorpecido, seja colocado numa condição entorpecedora. É também estar dormente. Os que estão em tal dormência entorpecedora falam de maneira desconexa a respeito da ressurreição. Como consequência, não estão corretos para com Deus, com a igreja ou com eles mesmos. Antes, ofendem a Deus, a igreja e até os parentes. Os que estão entorpecidos sempre causam problemas sem o perceber. Por isso, Paulo exorta os coríntios a despertar, a tornar a sobriedade com é justo.
Que quer dizer tornar a sobriedade com é justo? Quer dizer tornar a sobriedade para ser correto para com Deus, com os outros e com nós mesmos. Um crente que é sóbrio na justiça é correto com a esposa, os filhos, os vizinhos, com todos os santos, com a igreja e também consigo mesmo. Os que não está corretos de todas essas maneiras, estão em estupor, em letargia.
EXPERIMENTAR O MNISTÉRIO DO ESPÍRITO NA VIDA DA IGREJA
Se não tivermos o ministério da nova aliança, não teremos o Espírito e não teremos justiça. Antes de entrar na vida da igreja e receber o ministério na restauração do Senhor, quanto você experimentou do Espírito como suprimento de vida em você? É claro, como uma pessoa salva, você teve o Espírito habitando em você, mas provavelmente ao teve muita consciência de que o Espírito era vivo, ativo, real, e substancial em você. Muitos podem testificar que após entrar na vida da igreja, começamos a perceber que há em nós algo vivo, real e substancial. Esse é o Espírito em nós operando e fanzendo-nos jubilosos, tranquilos e descansados. Esse é o Espírito da vida ministrado a nós como suprimento de vida pelo ministério na restauração do Senhor.
Antes de experimentar o Espírito dessa forma, talvez fosse sempre fácil para você discutir com o cônjuge, mas, se experimentar o Espírito como suprimento de vida, algo o restringirá interiormente quando quiser discutir. Por exemplo, uma irmã pode ser tentada a culpar o marido, mas lá no fundo percebe que devia entrar no quarto e orar. Essa experiência advém do Espírito como suprimento de vida ministrado a nós pelo ministério da nova aliança.
Talvez numa reunião da igreja, nenhuma palavra seja proferida acerca do Espírito como suprimento de vida. Você pode não ter consciência do Espírito que lhe é ministrado, mas embora nada seja dito sobre isso, é, não obstante, um fato que na reunião o Espírito lhe é ministrado. Há um ministério na restauração que inscreve o Deus Triúno processado como Espírito que dá vida em nosso ser.
Frequentemente nas reuniões da igreja recebemos o suprimento do Espírito sem estar cientes desse fato. Posso testificar que muitas vezes voltei para casa após a reunião um pouco descontente. Parece que fiquei zangado com todos e com tudo. Contudo, algo em mim movia-se e estava vivo. Era o Espírito que dá vida que experimentei na reunião. Mesmo quando estamos zangados ou descontentes, esse Espírito opera em nós. Se nos voltarmos ao Senhor e dissermos “Senhor”, nosso descontentamento e ira serão absorvidos. Isso advém do Espírito que dá vida em nós ministrado, mesmo sem consciência disso.
Visto que recebo o suprimento do Espírito que dá vida nas reuniões da igreja, é raríssimo eu perder reunião. Para mim, não importa quem ministre, meu único desejo é estar na reunião e receber o suprimento. Particularmente, desfruto muito a reunião de oração da igreja em Anaheim. Nela, o Espírito infunde-Se em mim e me satura. Depois, parece que tudo é dourado, e em mim a árvore da vida cresce e o rio da vida flui. Embora não haja mensagem ou palavra de encorajamento, o Espírito que dá vida é ministrado ao meu ser. Muitos podem testificar dessa experiência.
TORNAR-SE JUSTO
Como resultado de experimentar o Espírito a viver e operar em nós, tornar-nos justos. Espontaneamente nosso ser interior torna-se transparente e límpido, e passamos a conhecer o coração de Deus. Imediatamente, sem esforço, conhecemos a mente do Senhor e temos uma compreensão clara de Sua vontade e obra. Então, tudo o que fizermos estará de acorde com a mente e vontade do Senhor. Isso é justiça.
Muitos cristãos têm o conceito de que quando fazemos algo errado, não estamos corretos para com Deus. Esse conceito de justiça é superficial demais. Mesmo quando não fazemos nada de errado, podemos não estar corretos para com Deus, porque o nosso ser talvez não esteja na mente e vontade do Senhor. Nesse caso, aparentemente não estamos errados em nenhum aspecto, mas todo o nosso ser pode estar muito aquém de estar correto para com Deus. Podemos não estar de acordo com a mente do Senhor, e o que fazemos pode não ser a sua vontade. Uma vez que não fazemos a vontade de Deus, não estamos corretos. Em vez disso, desperdiçamos a vida e tudo o que o Senhor nos deu.
Suponhamos que um jovem não faça nada de errado na escola, mas não estude adequadamente. Ademais, fica distraído na aula. Embora não faça nada de errado, ele está mais errado do que os outros alunos. Exteriormente, ele não está errado, mais interiormente todo o seu ser está errado, ele está mais errado do que os outros alunos. Exteriormente, ele não está errado, mas interiormente todo o seu ser está errado. No mesmo princípio, exteriormente muitos santos não estão errados em coisa alguma, mas, na verdade, seu ser não está na vontade do Senhor. Essa maneira de entender se estamos ou não corretos para com Deus não é meramente segundo a doutrina, mas muito mais, segundo a experiência.
Se o Espírito que dá vida infundir-Se em você e o saturar, seu ser interior se tornará transparente. Você então saberá o que está na mente do Senhor. Também entenderá qual é a vontade do Senhor. Espontaneamente, estará em Sua vontade e a fará. Como consequência, você se tornará correto para com Ele. Além disso, perceberá como agir com os outros e até como lidar com as posses materiais. Então você se tornará uma pessoa justa alguém que é correto em pequenas e grandes coisas, correto com Deus, com os outros e consigo mesmo. Essa é uma pessoa que expressa Deus, pois a sua justiça é a imagem de Deus, é Deus expressado.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Wistness Lee. Estudo-Vida de 2 Coríntios. Vol. I. Editora Árvore da Vida.
sexta-feira, 3 de junho de 2011
Sustentar o caráter absoluto da verdade
Queridos Santos;
Sábias palavras do irmão Nee sobre ser absoluto pela verdade, faço das suas palavras as minhas!
Em Cristo,
Kleydson Feio
Todo obreiro do Senhor deve sustentar o caráter absoluto da verdade. Isso só é possível quando o homem está livre de si mesmo. Muitos não são fiéis à verdade; são influenciados por pessoas, coisas e sentimentos pessoais. Se o homem não for fiel à verdade, irá no curso de sua obra, sacrificar a verdade de Deus pelo homem, por si mesmo ou por seus desejos. Um requisito básico do servo do Senhor é não sacrificar a verdade. Podemos sacrificar a nós mesmos e os desejos, mas a verdade, jamais. Os problemas que acontecem com muitos obreiros decorrem do relacionamento com os amigos, conhecidos íntimos e familiares. A verdade fica comprometida por causa dos amigos, familiares próximos ou parentes. Deus não pode usar tais pessoas. Se a verdade de fato for a verdade, não deve ser comprometida, seja por irmãos, parentes ou amigos íntimos. Suponhamos que o filho de um obreiro cristão manifeste o desejo de ser batizado. Se o pai perceber que essa questão está relacionada com a verdade, transmitirá o caso para os irmãos líderes da igreja e deixará que eles resolvam se o seu fiho está ou não preparado para o batismo. Mas o problema é que o cooperador imagina que o filho está pronto para o batismo e, ao fazê-lo, sacrifica o caráter absoluto da verdade. Ele foi influenciado pelo relacionamento entre pai e filho, e não é mais fiel à verdade. Se for fiel à verdade, concordará com a direção da verdade quando for revelada à igreja; não trará seus relacionamentos pessoas à situação.
Consideremos outra ilustração: Em determinado lugar, surge uma controvérsia. Alguns santos podem estar a favor de um grupo de irmãos e por-se do lado deles, e outros podem ter preferência por outro grupo de pessoas e tomar o partido delas. Em vez de sentar e avaliar o preço de ser fiéis à verdade e seguir à verdade, eles são influenciados e dominados pelas próprias emoções. Isso não significa que os irmãos não falem sobre a verdade; significa que não são fiéis a ela. Não colocaram a verdade completamente de lado; ainda têm certo cuidado com ela, no entanto, não são fiéis a ela. Ser fiel à verdade significa não permitir que nenhum sentimento pessoal ou relacionamento familiar se coloque no caminho da verdade. Nas questões espirituais, a verdade fica comprometida no momento em que os relacionamentos humanos são levados em consideração. No momento em que os relacionamentos humanos entram em questão, a palavra de Deus e os Seus mandamentos são desconsiderados pelos fatores humanos, e a verdade fica comprometida.
A Bíblia contém muitas ordenanças e mandamentos, que são de Deus, e os Seus servos precisam pregá-los e anunciá-los. Por um lado, é enfadonho considerar os que só falam, mas não praticam. Por outro, não podemos ser servos de Deus se não pudermos pregar além do que conseguimos por em prática. Isso acontece porque a verdade é absoluta. O padrão da Palavra divina não deve ser reduzido ao nível da realização pessoal. Não podemos manipular a verdade de modo algum para justificar as nossas deficiências. É isso que significa ser fiel à verdade. Temos de transcender a nós mesmos, aos sentimentos próprios e ao interesse pessoal no falar. Esse é um importante requisito para os servos do Senhor. Devemos ter cuidado para não fazer as coisas de um modo quando elas afetam outros irmãos e de outro quando dizem respeito ao cônjuge e filhos. A verdade é sempre absoluta. Deus quer que sustentemos o caráter absoluto da verdade. Se a Palavra de Deus disser algo, que assim seja, independentemente de quem esteja envolvido. Não podemos fazer exceções só por causa de alguns relacionamentos especiais. Se as fizermos, rebaixaremos o padrão da verdade de Deus. Não estou falando em dizer inverdades; estou falando em sacrificar o caráter absoluto da verdade. Temos de aprender a sustentar o caráter absoluto da verdade. Não podemos faltar com o seu caráter absoluto só porque alguém é nosso parente. Estamos aqui para seguir a verdade e não o homem, e estamos aqui para manter o caráter absoluto da verdade.
Muitas dificuldades surgem na igreja hoje porque os filhos de Deus sacrificam a verdade. Uma igreja local dividiu-se depois que um irmão disse: “Eu não tinha intenção de me separar de vocês, mas, na noite passada, aconteceu algo na igreja, e eu não fui informado. Já não me reunirei com vocês”. A verdade é absoluta. Se o afastamento do irmão estivesse certo, ele deveria ter agido assim, mesmo que tivesse sido informado da questão. De igual modo, se o afastamento do irmão estivesse errado, ele não deveria ter agido assim, ainda que não tivesse sido informado. Se ele for fiel à verdade, o simples ato de informá-lo não tem importância. Se o seu afastamento está baseado no fato de ele não ter sido informado, ele se pôs acima da verdade.
Em outro lugar, um grupo queria ter mesas separadas e partir o pão separadamente porque um irmão ficou ofendido quando fez uma pergunta na reunião e não teve resposta. Se fosse certo separar-se, ele deveria ter iniciado outra mesa muito antes. Se fosse errado separar-se, ele não deveria ter se justificado por não receber resposta para sua pergunta. É isso que significa ser fiel à verdade. Se ter mesas separadas é algo que está de acordo com a verdade, que haja mesas separadas, mesmo que os irmãos estejam unidos uns aos outros. Se ter mesas separadas é algo que não está de acordo com a verdade, que não haja mesas separadas, ainda que haja ofensas. Irmãos e irmãs, vocês já viram isso? Devemos negar todas as formas do “eu” para servir ao Senhor. Se houver orgulho, egoísmo ou o conceito de que se deve receber tratamento respeitável como condição para sustentar a palavra de Deus, nós nos colocamos acima da verdade de Deus; estamos dizendo que somos mais importantes do que a Sua verdade. Isso nos desqualifica para o Seu serviço. No serviço ao Senhor, temos de negar-nos totalmente. Se gostamos ou não do que acontece ou se nos sentimos ou não ofendidos com algo são coisas que nada têm a ver com a questão. Se algo deve ser feito de uma forma, que seja feito dessa forma, independente de como nos sentimos. Ainda que soframos muito ao fazê-lo dessa forma, temos de fazê-lo. Ainda que os outros nos maltratem, desprezem ou considerem sem valor, temos de fazê-lo. Não podemos exigir que a palavra de Deus siga a nossa direção só porque queremos seguir nessa direção. O homem é muito ousado; sempre exige que a verdade de Deus o acompanhe.
Temos de ver a glória da verdade de Deus; não podemos projetar os próprios sentimentos nela. Quando nos colocamos ao lado da verdade de Deus, não devemos considerar-nos menores do que ela; devemos considerar-nos como quem não existe. Se envolvermos o nosso “eu” ainda que um pouco, acabaremos com problemas no mesmo instante. Um irmão, que foi criticado em alguns lugares, apareceu na igreja e ficou muito feliz com os contatos que fez. Ele achava que havia sido criticado injustamente nos lugares por onde havia passado, mas, na verdade, não atentou para a verdade diante do Senhor. Ele simplesmente se impressionou com alguns irmãos. Tal irmão era muito indisciplinado na conduta. Algum tempo depois, outro irmão lhe disse: “Irmão, você é muito relaxado”, e continuou a apontar algumas coisas que o novo irmão havia feito. Isso era falar a verdade com amor. Mas, quando ouviu essas coisas, o irmão novo saiu, fazendo comentários com sentimentos de raiva: “Não é de admirar que tantas pessoas estejam contra essa igreja. Ela deve ser criticada”. Irmãos e irmãs, esse irmão não era fiel à verdade. Se tivesse sido fiel, não teria dito isso quando foi repreendido pelos outros. Uma vez que não foi fiel, mudou o tom quando foi repreendido.
Que significa ser fiel à verdade? Significa por de lado os sentimentos, ignorar os relacionamentos pessoais e não defender o “eu”. A verdade é absoluta. Sentimentos, relacionamentos, experiências e contatos pessoais não devem ser confundidos com a verdade. Uma vez que a verdade é absoluta, o que é certo é certo, e o que é errado é errado. Há um irmão que é lider em muitos lugares. Ele seguiu o nosso caminho e decidiu ser responsável pelo testemunho da igreja. Se o caminho que tomamos estiver certo, estará sempre certo; não está certo porque esse irmão o segue. Se o caminho que tomamos estiver errado, não poderá endireitar-se simplesmente porque esse irmão o segue. Se o caminho está certo ou não, isso nada tem a ver com o irmão. Mesmo que ele caia, o caminho ainda estará certo porque a verdade é absoluta. No entanto, muitas pessoas só conseguem ver esse irmão. Acham que, se ele estiver certo, o caminho que escolheu também estará, e, se estiver errado, o caminho que escolheu também estará. Os olhos dessas pessoas estão voltados para a verdade ou para a pessoa? Isso não significa que podemos ser negligentes. Nunca devemos ser negligentes; devemos sustentar o testemunho de Deus. Isso é um fato. Contudo, ao mesmo tempo, se esse caminho é ou não o certo, é algo que está baseado na verdade, e não nos homens. Acaso, quando outros cristãos pecam, não somos mais cristãos? Porventura quando outros filhos de Deus caem, não somos mais filhos de Deus? Será que quando muitos filhos de Deus perdem seu testemunho, não somos mais cristãos? Não, irmãos e irmãs, a verdade é absoluta. Ainda que muitos cristãos tenham caído, o Senhor ainda é digno de confiança, e ainda devemos confiar Nele. Ainda que muitos filhos de Deus tenham pecado, continuamos a ser Seus filhos; não deve haver mudança. Isso não significa que os filhos de Deus têm permissão para pecar, ou que os cristãos têm permissão para cair. Significa, no entanto, que a verdade é absoluta. Se é certo crer no Senhor, devemos crer Nele, mesmo quando outros não crêem. Se é certo ser cristão, devemos ser cristãos, ainda que todos os outros tenham caído. A questão não é o que os outros fazem, mas se algo é ou não a verdade. Muitas divisões na igreja, muitos problemas na obra e muitas disputas entre os obreiros cessarão quando os relacionamentos, sentimentos e problemas pessoais forem colocados de lado.
Ser fiel à verdade não é trivial. Não podemos ser indiferentes nesse sentido. Se formos relaxados nisso, seremos relaxados em tudo. Para sustentar a verdade, temos que renunciar totalmente a nós mesmos. Se não tivermos tal disposição e hábito pela verdade, teremos problemas mais cedo ou mais tarde. Há quem diga: “Eu agradeço a Deus por ter-me trazido a esta reunião. Tenho recebido muito auxílio”. Isso não significa que ele é fiel à verdade. Talvez só esteja apegado emocionalmente a este lugar. Quando algo desagradável lhe acontecer, poderá mudar de opinião e chegar à conclusão de que está no lugar errado. A verdade, no entanto, é absoluta. Se este lugar for certo, será certo; se for errado, será errado. Não pode ser certo só porque é bom para esse irmão, e errado porque não é bom para ele. Se a justificação de um lugar depende do tratamento que dá ao irmão, o irmão deve ser a coisa mais importante de todo o mundo! A verdade não é importante para ele; quem é importante é o irmão! Ele não é fiel à verdade; é daí que surgem muitos problemas. Deus requer que experimentemos disciplinas a ponto de deixar a nós mesmos e os sentimentos de lado em tudo. Pouco importa se estamos contentes ou magoados. A direção nunca deve ser afetada por sentimentos pessoais. Se Deus disser que está certo, está certo; se disser que está errado, está errado. Se disser que este caminho está certo, temos de segui-lo ainda que todos recusem a fazê-lo. Não seguimos esse caminho porque é emocionante ou determinado irmão está nele. Se este caminho estiver certo, devemos segui-lo, ainda que nenhum dos irmãos esteja nele. A verdade é absoluta, e nenhum ser humano deve influenciar-nos de forma alguma. Se usarmos o elemento da consideração humana, teremos feito com que o homem seja maior do que a verdade.
Todos os juízos são baseados na verdade, e não nos indivíduos. Toda vez que base de um juízo passa a ser do indivíduo, comprometemos o caminho de Deus e a Sua verdade. A base do juízo é a Palavra de Deus; o seu fundamento é a verdade. Devemos agir da mesma maneira, quer os outros nos tratem bem ou não. Quando enfrentamos uma situação, devemos perguntar qual é a verdade de Deus, e não quais são os nossos sentimentos. Juízos e sentimentos pessoais nunca têm lugar na obra de Deus. Se a verdade disser-nos que devemos separar-nos por completo, devemos cortar os vínculos com os melhores amigos. Talvez tenhamos comido e vivido juntos todos os dias no passado, mas quando o caráter absoluto da verdade exige separação, devemos obedecer. A afeição humana não deve ter espaço. Se a verdade decreta que não devemos separar-nos, não podemos separar-nos, ainda que discutamos uns com os outros e irritemos uns aos outros todos os dias. Se estivermos juntos simplesmente por causa de razões pessoais, não sabemos qual é a verdade, e não podemos continuar.
Irmãos e irmãs, isso é fundamental. O caminho que está à nossa frente está muito relacionado com o tratamento que recebemos do Senhor. Se nos concentramos em quanto somos grandes e importantes, a verdade será sacrificada. Para sustentar a verdade de Deus, o nosso “eu” tem de sumir; devemos mantê-lo à distância. Todos temos o próprio temperamento e sentimentos. Não podemos mudar a verdade de Deus por causa disso. Nenhum ministro de Deus pode sacrificar ou comprometer a verdade divina pelo bem-estar de si mesmo. Se a considerarmos como algo vil, não teremos futuro espiritual com Deus. Quando um juiz preside um tribunal, deve ser fiel à lei. Um crime deve ser declarado crime, e um inocente deve ser declarado inocente. O juiz não pode declarar inocente um criminoso só porque é seu irmão ou amigo. Se fizer isso, haverá desordem. A lei é absoluta, e os sentimentos pessoais não podem ser levados em consideração. Seria terrível se um réu fosse julgado culpado só porque, coincidentemente, o juiz é seu inimigo. O juiz deve sustentar a lei. Devemos crer em Deus, servi-Lo e manter a Sua verdade. Os sentimentos pessoais não podem intervir. Espero que lembremos que todos os sentimentos pessoais precisam ser negados. O Senhor precisa lidar com todos nós. Todos devemos dizer-Lhe: “Senhor, não sou nada, mas a Tua verdade é absoluta”. Se fizermos isso, não haverá mais disputas ou problemas na obra. Uma grande vantagem que os cooperadores terão, se sustentarem o caráter absoluto da verdade de Deus, é a grande liberdade entre si mesmos no falar e no trabalhar. As coisas serão feitas como devem ser feitas, e não haverá necessidade de preocupar-se com as reações dos outros. Se todos virmos o caráter absoluto da verdade, só nos preocuparemos com uma coisa: se algo está ou não de acordo com a vontade e decisão de Deus; se estiver, não teremos medo. Mas, se não formos fiéis à verdade, será difícil continuar. Quando surgir alguma coisa, consideraremos a reação do irmão Wang, a opinião do irmão Chow e a atitude do irmão Liu. Uma vez que os três têm temperamentos diferentes, teremos de ceder um pouco aqui e ali. Isso é terrível. A verdade será sacrificada. Se é assim que fazemos as coisas, não podemos dizer muita coisa ou tomar muitas decisões por temer ofender os homens. Problemas surgirão em nosso meio. Se um grupo de homens só se preocupasse com a verdade de Deus e rejeitasse totalmente todos os métodos humanos, seria, de fato, um corpo abençoado de homens. Se firmemente rejeitasse a manipulação e a diplomacia humana, sem ceder ou amenizar alguma coisa por meio das mãos humanas, mas fazendo tudo estritamente de acordo com a vontade de Deus, poderíamos estar certos de que esse grupo estaria repleto da bênção de Deus. Se pudermos tomar o caminho absoluto da verdade entre os cooperadores, poderemos dizer o que devemos e fazer o que devemos. Se não pudermos, haverá muita consideração, diplomacia e mudança, e a igreja deixará de ser a igreja.
Consideremos essa questão com consciência diante do Senhor. Trata-se de algo muito importante e sério. Lembremos que não há lugar nenhum para sentimentos e opiniões na obra do Senhor. Ainda que nossas opiniões possam influenciar positivamente os outros para que recebam a verdade, devemos mantê-las fora da obra. Podemos influenciar uma pessoa para que receba a verdade convidando-a para jantar, mas isso é errado. A verdade é absoluta. Por causa da bondade do nosso coração, talvez queiramos fazer algo para sustentar a verdade, mas ela não requer nenhuma ajuda humana para sustentá-la. Ela tem a própria posição, autoridade e poder, e não precisa da ajuda humana para sustentá-la. Não precisamos prestar-lhe ajuda. Não devemos temer que alguém rejeite a verdade divina; só precisamos aprender a honrá-la, seguir o caminho dela e não a comprometer de forma alguma.
Watchman Nee, O Caráter do Obreiro do Senhor (São Paulo: Editora Árvore da Vida, 2008), pp. 193-202.
Sábias palavras do irmão Nee sobre ser absoluto pela verdade, faço das suas palavras as minhas!
Em Cristo,
Kleydson Feio
Sustentar o caráter absoluto da verdade
Todo obreiro do Senhor deve sustentar o caráter absoluto da verdade. Isso só é possível quando o homem está livre de si mesmo. Muitos não são fiéis à verdade; são influenciados por pessoas, coisas e sentimentos pessoais. Se o homem não for fiel à verdade, irá no curso de sua obra, sacrificar a verdade de Deus pelo homem, por si mesmo ou por seus desejos. Um requisito básico do servo do Senhor é não sacrificar a verdade. Podemos sacrificar a nós mesmos e os desejos, mas a verdade, jamais. Os problemas que acontecem com muitos obreiros decorrem do relacionamento com os amigos, conhecidos íntimos e familiares. A verdade fica comprometida por causa dos amigos, familiares próximos ou parentes. Deus não pode usar tais pessoas. Se a verdade de fato for a verdade, não deve ser comprometida, seja por irmãos, parentes ou amigos íntimos. Suponhamos que o filho de um obreiro cristão manifeste o desejo de ser batizado. Se o pai perceber que essa questão está relacionada com a verdade, transmitirá o caso para os irmãos líderes da igreja e deixará que eles resolvam se o seu fiho está ou não preparado para o batismo. Mas o problema é que o cooperador imagina que o filho está pronto para o batismo e, ao fazê-lo, sacrifica o caráter absoluto da verdade. Ele foi influenciado pelo relacionamento entre pai e filho, e não é mais fiel à verdade. Se for fiel à verdade, concordará com a direção da verdade quando for revelada à igreja; não trará seus relacionamentos pessoas à situação.
Consideremos outra ilustração: Em determinado lugar, surge uma controvérsia. Alguns santos podem estar a favor de um grupo de irmãos e por-se do lado deles, e outros podem ter preferência por outro grupo de pessoas e tomar o partido delas. Em vez de sentar e avaliar o preço de ser fiéis à verdade e seguir à verdade, eles são influenciados e dominados pelas próprias emoções. Isso não significa que os irmãos não falem sobre a verdade; significa que não são fiéis a ela. Não colocaram a verdade completamente de lado; ainda têm certo cuidado com ela, no entanto, não são fiéis a ela. Ser fiel à verdade significa não permitir que nenhum sentimento pessoal ou relacionamento familiar se coloque no caminho da verdade. Nas questões espirituais, a verdade fica comprometida no momento em que os relacionamentos humanos são levados em consideração. No momento em que os relacionamentos humanos entram em questão, a palavra de Deus e os Seus mandamentos são desconsiderados pelos fatores humanos, e a verdade fica comprometida.
A Bíblia contém muitas ordenanças e mandamentos, que são de Deus, e os Seus servos precisam pregá-los e anunciá-los. Por um lado, é enfadonho considerar os que só falam, mas não praticam. Por outro, não podemos ser servos de Deus se não pudermos pregar além do que conseguimos por em prática. Isso acontece porque a verdade é absoluta. O padrão da Palavra divina não deve ser reduzido ao nível da realização pessoal. Não podemos manipular a verdade de modo algum para justificar as nossas deficiências. É isso que significa ser fiel à verdade. Temos de transcender a nós mesmos, aos sentimentos próprios e ao interesse pessoal no falar. Esse é um importante requisito para os servos do Senhor. Devemos ter cuidado para não fazer as coisas de um modo quando elas afetam outros irmãos e de outro quando dizem respeito ao cônjuge e filhos. A verdade é sempre absoluta. Deus quer que sustentemos o caráter absoluto da verdade. Se a Palavra de Deus disser algo, que assim seja, independentemente de quem esteja envolvido. Não podemos fazer exceções só por causa de alguns relacionamentos especiais. Se as fizermos, rebaixaremos o padrão da verdade de Deus. Não estou falando em dizer inverdades; estou falando em sacrificar o caráter absoluto da verdade. Temos de aprender a sustentar o caráter absoluto da verdade. Não podemos faltar com o seu caráter absoluto só porque alguém é nosso parente. Estamos aqui para seguir a verdade e não o homem, e estamos aqui para manter o caráter absoluto da verdade.
Muitas dificuldades surgem na igreja hoje porque os filhos de Deus sacrificam a verdade. Uma igreja local dividiu-se depois que um irmão disse: “Eu não tinha intenção de me separar de vocês, mas, na noite passada, aconteceu algo na igreja, e eu não fui informado. Já não me reunirei com vocês”. A verdade é absoluta. Se o afastamento do irmão estivesse certo, ele deveria ter agido assim, mesmo que tivesse sido informado da questão. De igual modo, se o afastamento do irmão estivesse errado, ele não deveria ter agido assim, ainda que não tivesse sido informado. Se ele for fiel à verdade, o simples ato de informá-lo não tem importância. Se o seu afastamento está baseado no fato de ele não ter sido informado, ele se pôs acima da verdade.
Em outro lugar, um grupo queria ter mesas separadas e partir o pão separadamente porque um irmão ficou ofendido quando fez uma pergunta na reunião e não teve resposta. Se fosse certo separar-se, ele deveria ter iniciado outra mesa muito antes. Se fosse errado separar-se, ele não deveria ter se justificado por não receber resposta para sua pergunta. É isso que significa ser fiel à verdade. Se ter mesas separadas é algo que está de acordo com a verdade, que haja mesas separadas, mesmo que os irmãos estejam unidos uns aos outros. Se ter mesas separadas é algo que não está de acordo com a verdade, que não haja mesas separadas, ainda que haja ofensas. Irmãos e irmãs, vocês já viram isso? Devemos negar todas as formas do “eu” para servir ao Senhor. Se houver orgulho, egoísmo ou o conceito de que se deve receber tratamento respeitável como condição para sustentar a palavra de Deus, nós nos colocamos acima da verdade de Deus; estamos dizendo que somos mais importantes do que a Sua verdade. Isso nos desqualifica para o Seu serviço. No serviço ao Senhor, temos de negar-nos totalmente. Se gostamos ou não do que acontece ou se nos sentimos ou não ofendidos com algo são coisas que nada têm a ver com a questão. Se algo deve ser feito de uma forma, que seja feito dessa forma, independente de como nos sentimos. Ainda que soframos muito ao fazê-lo dessa forma, temos de fazê-lo. Ainda que os outros nos maltratem, desprezem ou considerem sem valor, temos de fazê-lo. Não podemos exigir que a palavra de Deus siga a nossa direção só porque queremos seguir nessa direção. O homem é muito ousado; sempre exige que a verdade de Deus o acompanhe.
Temos de ver a glória da verdade de Deus; não podemos projetar os próprios sentimentos nela. Quando nos colocamos ao lado da verdade de Deus, não devemos considerar-nos menores do que ela; devemos considerar-nos como quem não existe. Se envolvermos o nosso “eu” ainda que um pouco, acabaremos com problemas no mesmo instante. Um irmão, que foi criticado em alguns lugares, apareceu na igreja e ficou muito feliz com os contatos que fez. Ele achava que havia sido criticado injustamente nos lugares por onde havia passado, mas, na verdade, não atentou para a verdade diante do Senhor. Ele simplesmente se impressionou com alguns irmãos. Tal irmão era muito indisciplinado na conduta. Algum tempo depois, outro irmão lhe disse: “Irmão, você é muito relaxado”, e continuou a apontar algumas coisas que o novo irmão havia feito. Isso era falar a verdade com amor. Mas, quando ouviu essas coisas, o irmão novo saiu, fazendo comentários com sentimentos de raiva: “Não é de admirar que tantas pessoas estejam contra essa igreja. Ela deve ser criticada”. Irmãos e irmãs, esse irmão não era fiel à verdade. Se tivesse sido fiel, não teria dito isso quando foi repreendido pelos outros. Uma vez que não foi fiel, mudou o tom quando foi repreendido.
Que significa ser fiel à verdade? Significa por de lado os sentimentos, ignorar os relacionamentos pessoais e não defender o “eu”. A verdade é absoluta. Sentimentos, relacionamentos, experiências e contatos pessoais não devem ser confundidos com a verdade. Uma vez que a verdade é absoluta, o que é certo é certo, e o que é errado é errado. Há um irmão que é lider em muitos lugares. Ele seguiu o nosso caminho e decidiu ser responsável pelo testemunho da igreja. Se o caminho que tomamos estiver certo, estará sempre certo; não está certo porque esse irmão o segue. Se o caminho que tomamos estiver errado, não poderá endireitar-se simplesmente porque esse irmão o segue. Se o caminho está certo ou não, isso nada tem a ver com o irmão. Mesmo que ele caia, o caminho ainda estará certo porque a verdade é absoluta. No entanto, muitas pessoas só conseguem ver esse irmão. Acham que, se ele estiver certo, o caminho que escolheu também estará, e, se estiver errado, o caminho que escolheu também estará. Os olhos dessas pessoas estão voltados para a verdade ou para a pessoa? Isso não significa que podemos ser negligentes. Nunca devemos ser negligentes; devemos sustentar o testemunho de Deus. Isso é um fato. Contudo, ao mesmo tempo, se esse caminho é ou não o certo, é algo que está baseado na verdade, e não nos homens. Acaso, quando outros cristãos pecam, não somos mais cristãos? Porventura quando outros filhos de Deus caem, não somos mais filhos de Deus? Será que quando muitos filhos de Deus perdem seu testemunho, não somos mais cristãos? Não, irmãos e irmãs, a verdade é absoluta. Ainda que muitos cristãos tenham caído, o Senhor ainda é digno de confiança, e ainda devemos confiar Nele. Ainda que muitos filhos de Deus tenham pecado, continuamos a ser Seus filhos; não deve haver mudança. Isso não significa que os filhos de Deus têm permissão para pecar, ou que os cristãos têm permissão para cair. Significa, no entanto, que a verdade é absoluta. Se é certo crer no Senhor, devemos crer Nele, mesmo quando outros não crêem. Se é certo ser cristão, devemos ser cristãos, ainda que todos os outros tenham caído. A questão não é o que os outros fazem, mas se algo é ou não a verdade. Muitas divisões na igreja, muitos problemas na obra e muitas disputas entre os obreiros cessarão quando os relacionamentos, sentimentos e problemas pessoais forem colocados de lado.
Ser fiel à verdade não é trivial. Não podemos ser indiferentes nesse sentido. Se formos relaxados nisso, seremos relaxados em tudo. Para sustentar a verdade, temos que renunciar totalmente a nós mesmos. Se não tivermos tal disposição e hábito pela verdade, teremos problemas mais cedo ou mais tarde. Há quem diga: “Eu agradeço a Deus por ter-me trazido a esta reunião. Tenho recebido muito auxílio”. Isso não significa que ele é fiel à verdade. Talvez só esteja apegado emocionalmente a este lugar. Quando algo desagradável lhe acontecer, poderá mudar de opinião e chegar à conclusão de que está no lugar errado. A verdade, no entanto, é absoluta. Se este lugar for certo, será certo; se for errado, será errado. Não pode ser certo só porque é bom para esse irmão, e errado porque não é bom para ele. Se a justificação de um lugar depende do tratamento que dá ao irmão, o irmão deve ser a coisa mais importante de todo o mundo! A verdade não é importante para ele; quem é importante é o irmão! Ele não é fiel à verdade; é daí que surgem muitos problemas. Deus requer que experimentemos disciplinas a ponto de deixar a nós mesmos e os sentimentos de lado em tudo. Pouco importa se estamos contentes ou magoados. A direção nunca deve ser afetada por sentimentos pessoais. Se Deus disser que está certo, está certo; se disser que está errado, está errado. Se disser que este caminho está certo, temos de segui-lo ainda que todos recusem a fazê-lo. Não seguimos esse caminho porque é emocionante ou determinado irmão está nele. Se este caminho estiver certo, devemos segui-lo, ainda que nenhum dos irmãos esteja nele. A verdade é absoluta, e nenhum ser humano deve influenciar-nos de forma alguma. Se usarmos o elemento da consideração humana, teremos feito com que o homem seja maior do que a verdade.
Todos os juízos são baseados na verdade, e não nos indivíduos. Toda vez que base de um juízo passa a ser do indivíduo, comprometemos o caminho de Deus e a Sua verdade. A base do juízo é a Palavra de Deus; o seu fundamento é a verdade. Devemos agir da mesma maneira, quer os outros nos tratem bem ou não. Quando enfrentamos uma situação, devemos perguntar qual é a verdade de Deus, e não quais são os nossos sentimentos. Juízos e sentimentos pessoais nunca têm lugar na obra de Deus. Se a verdade disser-nos que devemos separar-nos por completo, devemos cortar os vínculos com os melhores amigos. Talvez tenhamos comido e vivido juntos todos os dias no passado, mas quando o caráter absoluto da verdade exige separação, devemos obedecer. A afeição humana não deve ter espaço. Se a verdade decreta que não devemos separar-nos, não podemos separar-nos, ainda que discutamos uns com os outros e irritemos uns aos outros todos os dias. Se estivermos juntos simplesmente por causa de razões pessoais, não sabemos qual é a verdade, e não podemos continuar.
Irmãos e irmãs, isso é fundamental. O caminho que está à nossa frente está muito relacionado com o tratamento que recebemos do Senhor. Se nos concentramos em quanto somos grandes e importantes, a verdade será sacrificada. Para sustentar a verdade de Deus, o nosso “eu” tem de sumir; devemos mantê-lo à distância. Todos temos o próprio temperamento e sentimentos. Não podemos mudar a verdade de Deus por causa disso. Nenhum ministro de Deus pode sacrificar ou comprometer a verdade divina pelo bem-estar de si mesmo. Se a considerarmos como algo vil, não teremos futuro espiritual com Deus. Quando um juiz preside um tribunal, deve ser fiel à lei. Um crime deve ser declarado crime, e um inocente deve ser declarado inocente. O juiz não pode declarar inocente um criminoso só porque é seu irmão ou amigo. Se fizer isso, haverá desordem. A lei é absoluta, e os sentimentos pessoais não podem ser levados em consideração. Seria terrível se um réu fosse julgado culpado só porque, coincidentemente, o juiz é seu inimigo. O juiz deve sustentar a lei. Devemos crer em Deus, servi-Lo e manter a Sua verdade. Os sentimentos pessoais não podem intervir. Espero que lembremos que todos os sentimentos pessoais precisam ser negados. O Senhor precisa lidar com todos nós. Todos devemos dizer-Lhe: “Senhor, não sou nada, mas a Tua verdade é absoluta”. Se fizermos isso, não haverá mais disputas ou problemas na obra. Uma grande vantagem que os cooperadores terão, se sustentarem o caráter absoluto da verdade de Deus, é a grande liberdade entre si mesmos no falar e no trabalhar. As coisas serão feitas como devem ser feitas, e não haverá necessidade de preocupar-se com as reações dos outros. Se todos virmos o caráter absoluto da verdade, só nos preocuparemos com uma coisa: se algo está ou não de acordo com a vontade e decisão de Deus; se estiver, não teremos medo. Mas, se não formos fiéis à verdade, será difícil continuar. Quando surgir alguma coisa, consideraremos a reação do irmão Wang, a opinião do irmão Chow e a atitude do irmão Liu. Uma vez que os três têm temperamentos diferentes, teremos de ceder um pouco aqui e ali. Isso é terrível. A verdade será sacrificada. Se é assim que fazemos as coisas, não podemos dizer muita coisa ou tomar muitas decisões por temer ofender os homens. Problemas surgirão em nosso meio. Se um grupo de homens só se preocupasse com a verdade de Deus e rejeitasse totalmente todos os métodos humanos, seria, de fato, um corpo abençoado de homens. Se firmemente rejeitasse a manipulação e a diplomacia humana, sem ceder ou amenizar alguma coisa por meio das mãos humanas, mas fazendo tudo estritamente de acordo com a vontade de Deus, poderíamos estar certos de que esse grupo estaria repleto da bênção de Deus. Se pudermos tomar o caminho absoluto da verdade entre os cooperadores, poderemos dizer o que devemos e fazer o que devemos. Se não pudermos, haverá muita consideração, diplomacia e mudança, e a igreja deixará de ser a igreja.
Consideremos essa questão com consciência diante do Senhor. Trata-se de algo muito importante e sério. Lembremos que não há lugar nenhum para sentimentos e opiniões na obra do Senhor. Ainda que nossas opiniões possam influenciar positivamente os outros para que recebam a verdade, devemos mantê-las fora da obra. Podemos influenciar uma pessoa para que receba a verdade convidando-a para jantar, mas isso é errado. A verdade é absoluta. Por causa da bondade do nosso coração, talvez queiramos fazer algo para sustentar a verdade, mas ela não requer nenhuma ajuda humana para sustentá-la. Ela tem a própria posição, autoridade e poder, e não precisa da ajuda humana para sustentá-la. Não precisamos prestar-lhe ajuda. Não devemos temer que alguém rejeite a verdade divina; só precisamos aprender a honrá-la, seguir o caminho dela e não a comprometer de forma alguma.
Watchman Nee, O Caráter do Obreiro do Senhor (São Paulo: Editora Árvore da Vida, 2008), pp. 193-202.
terça-feira, 29 de março de 2011
Negar a Vida da Alma em Realidade (Mt 16:24)!
Negar a Vida da Alma em Realidade (Mt 16:24)!
1 Introdução
Ao longo dos anos da minha vida cristã percebi que a expressão “Negar a Vida da Alma” é utilizada em muitas situações como uma anulação da vontade humana ou aniquilação da personalidade, e até mesmo negação desta última, alegando de forma simplista que a alma/personalidade humana não serve para a edificação da igreja. Devido ter notado a compreensão errônea acerca da referida expressão empregada por vários santos, fui motivado a mergulhar na palavra de Deus sobre o assunto e extrair as riquezas derivadas desta garimpagem na palavra. Vamos entrar agora na comunhão acerca do verdadeiro significado de uma terminologia que não é bíblica, contudo, o fato de não ser escritural não significa que não possua valor espiritual hoje na vida de cristãos do mundo inteiro. Destarte, vamos perceber nesta comunhão a realidade espiritual que podemos extrair do referido termo, pois embora não seja um termo bíblico a realidade espiritual expressa através da referida expressão é escritural.
2 As Três Partes do Homem: A Personalidade
O homem possui três partes importantes, que são o corpo, espírito e alma “O mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma, e corpo, sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (I Ts 5:23). O corpo físico é a parte mais exterior dos seres humanos, onde é possível contatar o mundo físico, ele possui várias necessidades próprias da natureza humana e é com ele que servimos a Deus “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixões de Deus, que apresenteis os vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso serviço racional” (Rm 12:1) – Versão Restauração; e precisamos cuidar muito bem dele porque o corpo humano é santuário do Espírito Santo “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo” (1 Co 6:19-20) – Versão Restauração; “Assim também os maridos devem amar a sua esposa, como a seu próprio corpo; quem ama a sua esposa, ama a si mesmo. Pois ninguém jamais odiou a própria carne; pelo contrário, nutri-a e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja” (Ef 5:28-29) – Versão Restauração. Por isso, neste contexto, devemos amar a nós mesmo, na medida em que devemos amar o nosso corpo, pois é santuário do Espírito Santo!
O espírito humano foi formado dentro do homem pelo próprio Deus “(...) Fala o Senhor, o que estende o céu, fundou a terra e que formou o espírito do homem dentro nele” (Zc 12:1); e é um elemento usado para contatarmos a Deus e adorarmos a sua pessoa, pois “Deus é Espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4:24); “Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas orarei também com a mente; cantarei com o espírito, mas cantarei também com a mente” (1Co 14:15) – Versão Restauração. Claramente, observamos nestes versículos que a mente deve ser exercitada! Assim como podemos orar e cantar com o espírito, podemos orar e cantar com a com a mente.
A mente é o componente da alma com o qual pensamos “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hb 2:14); este último versículo demonstra claramente que existe diferença entre alma e espírito. Devido ao pecado a mente está vulnerável a corrupção “(...) Porque, tanto a mente como a consciência deles estão corrompidas” (Tt 1:15); os pensamentos humanos devem conter virtudes retas encontradas também no próprio Deus como verdade, respeito, justiça, pureza, amor, boa fama “Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai (Fp 4:8); e o Senhor ainda nos diz para pensarmos “nas coisas lá do alto não nas que são daqui da terra” (Cl 3:2); devido ao pecado a mente está sujeita a corrupção, contudo, o Senhor diz para não nos conformarmos com este século (ou era), mas para transformar-nos pela renovação de nossas mentes, pois, somente através da renovação da mente é que podemos experimentar qual é a boa, perfeita e agradável vontade de Deus (Rm 12: 2), por isso, precisamos que a paz de Deus guarde as nossas mentes (Fp 4:7). É na mente que estão as lembranças ou recordações (2 Pe 3:1-2); e por não entender a chamada língua estranha falada por alguns irmãos a mente pode ficar infrutífera (1 Co 14:14). Todos nós podemos e devemos usar as nossas mentes! Os únicos seres humanos que não usam a mente são os anencéfalos, e isto porque nascem sem cérebro (ou parcialmente sem cérebro), todavia até mesmo as pessoas esquizofrênicas (doentes mentais) usam a mente! Afinal de contas é com a mente que também oramos e cantamos “Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas orarei também com a mente; cantarei com o espírito, mas cantarei também com a mente” (1Co 14:15) – Versão Restauração. A grande questão é que nós cristãos devemos andar e viver no Espírito (Gl 5:16,25), e para isto é necessário pôr a nossa mente no Espírito: “Pois a mente posta na carne é morte, mas a mente posta no espírito é vida e paz” (Rm 8:6) – Versão Restauração.
A emoção é expressa na alma humana através da alegria, tristeza, choro, pavor, frustração, o próprio Senhor Jesus teve várias das expressões emocionais como, por exemplo, na circunstância em que Ele chorou “Jesus chorou” pela condição de incredulidade das pessoas a sua volta por não conceberem no poder que Ele tem de ressuscitar Lázaro (Jo 10:35). E expressou a sua agonia em Lc 22:42-46 quando pediu para o Pai não permitir que ele passasse por este momento que estava lhe levando a tristeza ao ponto de suar sangue (momentos que antecederam a sua morte).
A vontade (I Ts 5:23) está relacionada com o desejo do ser humano, a necessidade intrínseca de obter, atingir ou alcançar um objetivo, de maneira consciente ou não. Portanto, está relacionado ao processo decisório, ao “livre arbítrio” (Dt 28), em que o indivíduo opta pelas escolhas possíveis de fazer ou não fazer alguma coisa; ou ao ato de julgar, opinar, ou sugerir. A resolução de qualquer assunto geralmente depende da vontade. O homem foi criado por Deus com mente vontade e emoção, que dão a “cor necessária a personalidade”, e são a própria personalidade humana. O homem possui três partes importantes, que são o espírito, a alma e o corpo.
A alma humana contém a personalidade, e é através da personalidade que os seres humanos se expressam, esta expressão se manifesta por meio da mente, emoção e vontade. A personalidade é o canal que Deus expressa a sua vontade, a sua vida, a sua pessoa, de forma que a pessoa de Cristo seja manifesta SEM ANULAR QUEM SOMOS! Pois o objetivo de Deus não é destruir a personalidade humana, mas ser glorificado por pessoas que vivem pelos princípios de Cristo através da vida de Deus.
3 Se alguém quer...
No livro de Mateus, capítulo 16, versículo 24, encontra-se o excerto bíblico mais apregoado sobre o termo “Negar a Vida da Alma”, em que o Senhor diz “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me”. Observem que o versículo começa com “querer” ir até o Senhor, ou seja, com “a vontade humana” possuindo a opção de decidir ir até o Senhor Jesus ou não, indicada pela conjunção condicional “Se”. Não significando, portanto, uma anulação da vontade humana, mas em um poder de escolha entregue pelo próprio Deus ao homem. Desta forma, a disposição de querer ir até ao Senhor deve surgir de uma escolha que é realizada pelo próprio homem. Na verdade quando nós queremos ir até o Senhor, se trata de uma vontade “Conjunta”, na medida em que o Senhor quer que nós queiramos/desejemos ir até Ele.
O Senhor Jesus não força compulsoriamente o ser humano a realizar a escolha de ir após Ele, pois se trata de uma decisão pessoal. Isto é reforçado no episódio da cura do cego Bartimeu (Mc 10: 51), quando o Senhor pergunta “Que queres que eu te faça?”, e Bartimeu responde: “Mestre, que eu torne a ver”. Certamente Bartimeu já tinha conhecimento de que o Senhor Jesus curava as pessoas, então, poderia ter pensado: Ou este homem é louco por fazer esta pergunta, pois sabe que sou cego, ou é cego. Entretanto, o Senhor nem era louco, e nem era cego, mas apenas respeitou a decisão que somente Bartimeu deveria tomar.
No versículo 24 “negar-se a si mesmo” implica em abrir mão do ego, ou seja, da vida natural ou anímica. No versículo 25 do livro de Mateus o Senhor diz: “Pois quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem perder a sua vida da alma por Minha causa, achá-la-á. – Versão Restauração. Quer dizer, quem quiser preservar o seu ego, que é parte da alma danificada pelo pecado, perdê-la-á, e quem perder o ego hoje (na era da igreja) por amor ao Senhor Jesus, ACHARÁ A SUA VIDA DA ALMA! (Lc 9:24; 17:33; Jo 12:25; 1 Pe 1:9), pois o problema na vida da alma é o ego. Pois o Senhor não quer destruir a alma do homem, mas salva-la: “Nós, porém, não somos dos que retrocedem para a ruína, mas dos que têm fé para ganhar a alma” – Versão Restauração. A tradução para “ganhar a alma” também admite “preservação da alma”, que é uma recompensa para os que se submeteram ao trabalhar da cruz de Cristo que resulta em perder o ego, por receber mais da pessoa de Cristo: “obtendo o fim da vossa fé: a salvação da vossa alma” (1 Pe 1:9).
Assim, o negar a si mesmo, que é negar o ego, também utilizado por muitos cristãos como negar a vida da alma, não implica em o cristão ficar contínua e permanentemente sofrendo, como no ascetismo combatido por Paulo na carta aos Colossenses (Cl 2:23). Ou seja, como em um autoflagelo de o próprio cristão promover sofrimentos a si mesmo acreditando que isto produzirá amadurecimento na vida de Deus. O Senhor Jesus não deseja que os cristãos fiquem sofrendo, Ele não gosta de torturar os seus filhos como se fosse um sádico a todo o tempo punindo-os. Se o cristão continua sofrendo após dizer que foi crucificado com Cristo, é porque se encontra Vivo! Pois se tivesse morrido NADA deste mundo exterior o afetaria, pois estaria verdadeiramente morto com Cristo (Gl 2:19-20).
4 Conclusão
Vemos que o Senhor concede o livre arbítrio para o homem, ele não é um intruso na vida dos cristãos, pois Ele está a porta e bate; esperando que nós ouçamos a sua voz; e ceia conosco se nós realmente quisermos (Ap 3:20). Ele quer que nós sejamos vencedores na pessoa de Cristo, e quer saber se nós queremos! Ele não obriga ninguém a segui-lo, não ROBOTIZA ninguém, mas, aguarda ansiosamente que nós queiramos segui-lo. Portanto, “o negar a si mesmo”, não implica necessariamente em uma anulação da nossa vontade! Mas, em uma vontade CONJUNTA de Deus e do homem. É assim que a economia de Deus é cumprida, a vida de Deus cresce em nós de tal maneira que a nossa vontade é convergente com a de Deus, as vontades divino-humanas se afunilam; e o desejo do Senhor finalmente torna-se o nosso desejo, e o nosso desejo o Dele. “Agrada-te do SENHOR, e ele satisfará aos desejos do teu coração” (SL 37:4) e, por fim, os desejos de Deus e do homem se mesclam ao ponto de que o homem passa a desejar genuinamente a vontade de Deus. Esta é a maneira pura, terna e graciosa de em amor desejar a Vontade de Deus.
Kleydson Feio
5 Referência Bibliográfica:
1- A Bíblia, que é o livro mais importante de toda a minha vida.
2- Estudo-Vida de Mateus, W. Lee
3- Estudo-Vida de João, W. Lee
4- Estudo-Vida de I Coríntios, W. Lee
5- Estudo-Vida de Colossenses, W. Lee
6- Estudo-Vida de Tessalonicenses, W. Lee
7- Guerra contra os Santos, Jessie Penn-Lewis, tomos 1 e 2, versão integral, Editora dos Clássicos.
8- O Homem Espiritual, W. Nee, Vol. I, II, e III.
7- Versão Restauração do Novo Testamento, W. Lee
1 Introdução
Ao longo dos anos da minha vida cristã percebi que a expressão “Negar a Vida da Alma” é utilizada em muitas situações como uma anulação da vontade humana ou aniquilação da personalidade, e até mesmo negação desta última, alegando de forma simplista que a alma/personalidade humana não serve para a edificação da igreja. Devido ter notado a compreensão errônea acerca da referida expressão empregada por vários santos, fui motivado a mergulhar na palavra de Deus sobre o assunto e extrair as riquezas derivadas desta garimpagem na palavra. Vamos entrar agora na comunhão acerca do verdadeiro significado de uma terminologia que não é bíblica, contudo, o fato de não ser escritural não significa que não possua valor espiritual hoje na vida de cristãos do mundo inteiro. Destarte, vamos perceber nesta comunhão a realidade espiritual que podemos extrair do referido termo, pois embora não seja um termo bíblico a realidade espiritual expressa através da referida expressão é escritural.
2 As Três Partes do Homem: A Personalidade
O homem possui três partes importantes, que são o corpo, espírito e alma “O mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma, e corpo, sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (I Ts 5:23). O corpo físico é a parte mais exterior dos seres humanos, onde é possível contatar o mundo físico, ele possui várias necessidades próprias da natureza humana e é com ele que servimos a Deus “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixões de Deus, que apresenteis os vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso serviço racional” (Rm 12:1) – Versão Restauração; e precisamos cuidar muito bem dele porque o corpo humano é santuário do Espírito Santo “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo” (1 Co 6:19-20) – Versão Restauração; “Assim também os maridos devem amar a sua esposa, como a seu próprio corpo; quem ama a sua esposa, ama a si mesmo. Pois ninguém jamais odiou a própria carne; pelo contrário, nutri-a e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja” (Ef 5:28-29) – Versão Restauração. Por isso, neste contexto, devemos amar a nós mesmo, na medida em que devemos amar o nosso corpo, pois é santuário do Espírito Santo!
O espírito humano foi formado dentro do homem pelo próprio Deus “(...) Fala o Senhor, o que estende o céu, fundou a terra e que formou o espírito do homem dentro nele” (Zc 12:1); e é um elemento usado para contatarmos a Deus e adorarmos a sua pessoa, pois “Deus é Espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4:24); “Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas orarei também com a mente; cantarei com o espírito, mas cantarei também com a mente” (1Co 14:15) – Versão Restauração. Claramente, observamos nestes versículos que a mente deve ser exercitada! Assim como podemos orar e cantar com o espírito, podemos orar e cantar com a com a mente.
A mente é o componente da alma com o qual pensamos “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hb 2:14); este último versículo demonstra claramente que existe diferença entre alma e espírito. Devido ao pecado a mente está vulnerável a corrupção “(...) Porque, tanto a mente como a consciência deles estão corrompidas” (Tt 1:15); os pensamentos humanos devem conter virtudes retas encontradas também no próprio Deus como verdade, respeito, justiça, pureza, amor, boa fama “Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai (Fp 4:8); e o Senhor ainda nos diz para pensarmos “nas coisas lá do alto não nas que são daqui da terra” (Cl 3:2); devido ao pecado a mente está sujeita a corrupção, contudo, o Senhor diz para não nos conformarmos com este século (ou era), mas para transformar-nos pela renovação de nossas mentes, pois, somente através da renovação da mente é que podemos experimentar qual é a boa, perfeita e agradável vontade de Deus (Rm 12: 2), por isso, precisamos que a paz de Deus guarde as nossas mentes (Fp 4:7). É na mente que estão as lembranças ou recordações (2 Pe 3:1-2); e por não entender a chamada língua estranha falada por alguns irmãos a mente pode ficar infrutífera (1 Co 14:14). Todos nós podemos e devemos usar as nossas mentes! Os únicos seres humanos que não usam a mente são os anencéfalos, e isto porque nascem sem cérebro (ou parcialmente sem cérebro), todavia até mesmo as pessoas esquizofrênicas (doentes mentais) usam a mente! Afinal de contas é com a mente que também oramos e cantamos “Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas orarei também com a mente; cantarei com o espírito, mas cantarei também com a mente” (1Co 14:15) – Versão Restauração. A grande questão é que nós cristãos devemos andar e viver no Espírito (Gl 5:16,25), e para isto é necessário pôr a nossa mente no Espírito: “Pois a mente posta na carne é morte, mas a mente posta no espírito é vida e paz” (Rm 8:6) – Versão Restauração.
A emoção é expressa na alma humana através da alegria, tristeza, choro, pavor, frustração, o próprio Senhor Jesus teve várias das expressões emocionais como, por exemplo, na circunstância em que Ele chorou “Jesus chorou” pela condição de incredulidade das pessoas a sua volta por não conceberem no poder que Ele tem de ressuscitar Lázaro (Jo 10:35). E expressou a sua agonia em Lc 22:42-46 quando pediu para o Pai não permitir que ele passasse por este momento que estava lhe levando a tristeza ao ponto de suar sangue (momentos que antecederam a sua morte).
A vontade (I Ts 5:23) está relacionada com o desejo do ser humano, a necessidade intrínseca de obter, atingir ou alcançar um objetivo, de maneira consciente ou não. Portanto, está relacionado ao processo decisório, ao “livre arbítrio” (Dt 28), em que o indivíduo opta pelas escolhas possíveis de fazer ou não fazer alguma coisa; ou ao ato de julgar, opinar, ou sugerir. A resolução de qualquer assunto geralmente depende da vontade. O homem foi criado por Deus com mente vontade e emoção, que dão a “cor necessária a personalidade”, e são a própria personalidade humana. O homem possui três partes importantes, que são o espírito, a alma e o corpo.
A alma humana contém a personalidade, e é através da personalidade que os seres humanos se expressam, esta expressão se manifesta por meio da mente, emoção e vontade. A personalidade é o canal que Deus expressa a sua vontade, a sua vida, a sua pessoa, de forma que a pessoa de Cristo seja manifesta SEM ANULAR QUEM SOMOS! Pois o objetivo de Deus não é destruir a personalidade humana, mas ser glorificado por pessoas que vivem pelos princípios de Cristo através da vida de Deus.
3 Se alguém quer...
No livro de Mateus, capítulo 16, versículo 24, encontra-se o excerto bíblico mais apregoado sobre o termo “Negar a Vida da Alma”, em que o Senhor diz “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me”. Observem que o versículo começa com “querer” ir até o Senhor, ou seja, com “a vontade humana” possuindo a opção de decidir ir até o Senhor Jesus ou não, indicada pela conjunção condicional “Se”. Não significando, portanto, uma anulação da vontade humana, mas em um poder de escolha entregue pelo próprio Deus ao homem. Desta forma, a disposição de querer ir até ao Senhor deve surgir de uma escolha que é realizada pelo próprio homem. Na verdade quando nós queremos ir até o Senhor, se trata de uma vontade “Conjunta”, na medida em que o Senhor quer que nós queiramos/desejemos ir até Ele.
O Senhor Jesus não força compulsoriamente o ser humano a realizar a escolha de ir após Ele, pois se trata de uma decisão pessoal. Isto é reforçado no episódio da cura do cego Bartimeu (Mc 10: 51), quando o Senhor pergunta “Que queres que eu te faça?”, e Bartimeu responde: “Mestre, que eu torne a ver”. Certamente Bartimeu já tinha conhecimento de que o Senhor Jesus curava as pessoas, então, poderia ter pensado: Ou este homem é louco por fazer esta pergunta, pois sabe que sou cego, ou é cego. Entretanto, o Senhor nem era louco, e nem era cego, mas apenas respeitou a decisão que somente Bartimeu deveria tomar.
No versículo 24 “negar-se a si mesmo” implica em abrir mão do ego, ou seja, da vida natural ou anímica. No versículo 25 do livro de Mateus o Senhor diz: “Pois quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem perder a sua vida da alma por Minha causa, achá-la-á. – Versão Restauração. Quer dizer, quem quiser preservar o seu ego, que é parte da alma danificada pelo pecado, perdê-la-á, e quem perder o ego hoje (na era da igreja) por amor ao Senhor Jesus, ACHARÁ A SUA VIDA DA ALMA! (Lc 9:24; 17:33; Jo 12:25; 1 Pe 1:9), pois o problema na vida da alma é o ego. Pois o Senhor não quer destruir a alma do homem, mas salva-la: “Nós, porém, não somos dos que retrocedem para a ruína, mas dos que têm fé para ganhar a alma” – Versão Restauração. A tradução para “ganhar a alma” também admite “preservação da alma”, que é uma recompensa para os que se submeteram ao trabalhar da cruz de Cristo que resulta em perder o ego, por receber mais da pessoa de Cristo: “obtendo o fim da vossa fé: a salvação da vossa alma” (1 Pe 1:9).
Assim, o negar a si mesmo, que é negar o ego, também utilizado por muitos cristãos como negar a vida da alma, não implica em o cristão ficar contínua e permanentemente sofrendo, como no ascetismo combatido por Paulo na carta aos Colossenses (Cl 2:23). Ou seja, como em um autoflagelo de o próprio cristão promover sofrimentos a si mesmo acreditando que isto produzirá amadurecimento na vida de Deus. O Senhor Jesus não deseja que os cristãos fiquem sofrendo, Ele não gosta de torturar os seus filhos como se fosse um sádico a todo o tempo punindo-os. Se o cristão continua sofrendo após dizer que foi crucificado com Cristo, é porque se encontra Vivo! Pois se tivesse morrido NADA deste mundo exterior o afetaria, pois estaria verdadeiramente morto com Cristo (Gl 2:19-20).
4 Conclusão
Vemos que o Senhor concede o livre arbítrio para o homem, ele não é um intruso na vida dos cristãos, pois Ele está a porta e bate; esperando que nós ouçamos a sua voz; e ceia conosco se nós realmente quisermos (Ap 3:20). Ele quer que nós sejamos vencedores na pessoa de Cristo, e quer saber se nós queremos! Ele não obriga ninguém a segui-lo, não ROBOTIZA ninguém, mas, aguarda ansiosamente que nós queiramos segui-lo. Portanto, “o negar a si mesmo”, não implica necessariamente em uma anulação da nossa vontade! Mas, em uma vontade CONJUNTA de Deus e do homem. É assim que a economia de Deus é cumprida, a vida de Deus cresce em nós de tal maneira que a nossa vontade é convergente com a de Deus, as vontades divino-humanas se afunilam; e o desejo do Senhor finalmente torna-se o nosso desejo, e o nosso desejo o Dele. “Agrada-te do SENHOR, e ele satisfará aos desejos do teu coração” (SL 37:4) e, por fim, os desejos de Deus e do homem se mesclam ao ponto de que o homem passa a desejar genuinamente a vontade de Deus. Esta é a maneira pura, terna e graciosa de em amor desejar a Vontade de Deus.
Kleydson Feio
5 Referência Bibliográfica:
1- A Bíblia, que é o livro mais importante de toda a minha vida.
2- Estudo-Vida de Mateus, W. Lee
3- Estudo-Vida de João, W. Lee
4- Estudo-Vida de I Coríntios, W. Lee
5- Estudo-Vida de Colossenses, W. Lee
6- Estudo-Vida de Tessalonicenses, W. Lee
7- Guerra contra os Santos, Jessie Penn-Lewis, tomos 1 e 2, versão integral, Editora dos Clássicos.
8- O Homem Espiritual, W. Nee, Vol. I, II, e III.
7- Versão Restauração do Novo Testamento, W. Lee
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